12 fevereiro 2004

fluindo como água

li o capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio de um fôlego só. o velho buk está demais. e tanto falou na importância que a escrita teve para que ele continuasse a viver, e tanto exortou para que escrever seja um ato de entrega que envolva risco, que acho que fiquei influenciado. são mais de duas da manhã, e não há sono ou medo, só clareza e a certeza da completude. há muito tempo não me sinto tão feliz.

o texto flui das branquinhas com música, escorrendo como um manancial. é claro que o john coltrane, no disco que comprei há algumas semanas na banca, a R$ 4 pilas, deve ter sua parcela de incentivo (destaque para naima, obra-prima inquestionável. lírica, feroz e caótica, a um só tempo).

amanhã acendo uma vela (ou tomo um trago) em homenagem a são bukowski. ele merece, onde quer que ele esteja.