como achei que estava ficando muito ranzinza, resolvi quebrar um pouco o climão com uma história gozada (epa!) que aconteceu comigo outro dia.
bem cedo pela manhã, a tati já havia partido para o trabalho, enquanto no rádio-despertador, o heródoto barbeiro anunciava uma série de desgraças na tentativa de me arrancar da cama.
em pleno lusco-fusco da consciência, ouço de repente a porta do quarto abrir-se, como se alguém a tivesse empurrado. não era o vento, disso tinha certeza. estava de costas para ela, assim permaneci, entorpecido de medo de acreditar na hipótese boçal de que alguém pudesse ter entrado em casa.
o segundo som que ouvi foi o farfalhar de um saco plástico no banheiro. continuei intrigado. "será que estão roubando minha escova de dente, o pincel de barba e o sabonete?" era demais. quando o barulho afastou-se em direção à sala, levantei para ver o que estava acontecendo.
16 setembro 2005
edgar allan poe de botafogo
o mistério era apenas a gatinha passeando tranqüilamente com meio corpo enfiado na alça de uma sacola de mercado totalmente esfarrapada. não me perguntem como ela conseguiu a façanha, mas estava bem à vontade com seu novo figurino. entre risos, apanhei a câmera e consegui fotografá-la algumas vezes, certo de que se não o fizesse, ninguém acreditaria em mim.