29 janeiro 2006

garotas de programa e passarelas

não sou moralista, mas também não sou hipócrita: para mim, ser garota de programa é ter um ofício tão digno quanto qualquer outro, como ser por exemplo... modelo e manequim.

sob um olhar científico, as duas profissões tem muitas semelhanças, embora em uma delas as meninas cobrem muito acima da tabela e sejam mais facilmente aceitas pela sociedade. para corroborar com minha teoria, a época dessa semana traz uma matéria sobre a "tribo de bruna surfistinha", enfocando a vida da gp mais popular do brasil, e de outras "colegas".

na newsletter que recebo toda semana, abaixo desta chamada, casualmente (?) há outra sobre as especulações do mercado sobre as novas "promessas das passarelas". fiquei confuso se estas também se incluem na já mencionada "tribo", já que, pelos depoimentos, os relatos de ambas as "categorias" giram em torno dos mesmos temas: quanto ganham, como gastam, e a reação das famílias.

pode-se até arriscar que vemos a reprodução capitalista da oposição entre força de trabalho (prostitutas) e poder de trabalho (modelos).

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ps: o fato de bostejar duas vezes seguidas sobre a mesma revista é uma mera coincidência. talvez por se tratar da expressão mais direta da hegemonia do senso comum midiático. não que eu recusasse um dindim global. ;)