17 agosto 2008

topas as tropas?

no governo, a mesma intimidade que com a bola

o tribunal superior eleitoral aprovou na última quinta-feira o uso das tropas federais para garantir a segurança do processo eleitoral no rio. da maneira como vem sendo noticiado, a impressão é a de que elas não vêm para garantir a isenção dos eleitores nas áreas carentes, onde os traficantes de drogas, parece, estão até exigindo foto dos votos nos candidatos de sua preferência.

as forças armadas vão é fazer a segurança dos candidatos na entrada em favelas e comunidades, onde eles continuarão fazendo seu joguinho demagógico de comício-churrasco-aperta-mão-e-tchau. e depois da eleição, tudo continua na mesma, a população oprimida e mal-paga.

se nos últimos 30 anos os políticos eleitos olhassem para as favelas um pouquinho que fosse, a escala de violência no rio e na baixada não chegaria ao ponto em que chegou. eles estão simplesmente colhendo o que plantaram. refiro-me ao rio, mas o mesmo vale para as outras grandes capitais.

curiosamente, os candidatos da direita foram os que aprovaram as tropas. eduardo paes -- aposta do governador sérgio cabral para o comando da cidade -- chega inclusive a expressar o desejo que elas ficassem no rio "para sempre", delegando a terceiros o trabalho que seria da responsabilidade de seu aliado.

ao sugerir medidas que contemplem apenas a repressão, duda mostra o mesmo despreparo do colega serginho, preferindo atacar as consequências em vez das causas. como o cara da piada que pega sua mulher com o amigo no sofá da sala e para resolver o problema, vende o sofá.
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aliás, ao criticar o general comandante militar do leste de "falta de pró-atividade", o filho do sérgio cabral dá outra demonstração de arrogância, imaturidade e desconhecimento da hierarquia militar. ou então é tudo jogo de cena, o que também não o isenta em nada. a nós cabe o papel de bobo.