hoje à meia-noite vai passar o filme pelo qual eu venho esperando desde o começo do festival: "only the strong survive", sobre os músicos que fizeram o nome da Stax (maiúscula!), a correspondente da Motown em memphis.
vai entrar em cartaz amanhã. mas podendo ver de graça...
outro filme que eu "se amarrei" foi o american splendor. mas vi muita coisa ruim.
o tal do brown bunny é um cu (com todo respeito aos cus). a única ação do filme que tem sentido é realmente o boquete, que aliás a chlöe sevigny executa com maestria. fico imaginando o papo brabo de "entrega do ator ao papel" que o vincent gallo deve ter jogado para convencê-la a realizar a cena. mas inegavelmente, é muita coragem. (um parêntese: engraçado que NINGUÉM na sala de cinema esboçou a menor reação diante da cena. todos estavam grudados nas poltronas, e não se ouvia sequer o som das respirações. todos os fôlegos estavam suspensos.)
mas voltando ao roteiro (roteiro?), tudo bem que o cara está atormentado com a perda da mulher etc. mas há outras maneiras de se mostrar sofrimento, menos internalizadas. é que o gallinho de quintino não comunica para a platéia o sofrimento. o cara é oco a maior parte do tempo. quem expressa o que está rolando são as músicas, que aparecem nos momentos-videoclipe, quando a câmera dentro do carro vai filmando a estrada à medida que ele viaja. aliás, tô pra ver artifício mais óbvio.
numa boa, os críticos que me perdoem, mas eu prefiro um feijão com arroz bem feito do que um experimentalismo só para chocar.
aliás, vi um outro filme com a chloe sevigny, "demonlover". esse sim, um filme estranho, mas na melhor acepção da palavra. estranho bacana, respeitando a carpintaria do cinema. lembra um pouco "videodrome", do david cronemberg.
mas até agora não cheguei à conclusão se mme. sevigny é feia ou bonita. quero dizer, no brown bunny ela está bem bonita, mas no demonlover ela tá com cara de adolescente abestada. não sei...
já o elefante tem umas coisas interessantes, mas acho que também cai na esparrela de experimentalizar. o bom é que o gus van sant não vai pelo caminho fácil de explicar o porquê dos meninos terem resolvido encher os coleguinhas de azeitona. ele não explica nada, e aliás, até quase a metade do filme, não se tem a menor idéia de quem serão os assassinos.
mas a revelação foi mesmo "chouchou em apuros". filme gay francês para a família. o chouchou é um camarada que se finge de refugiado chileno pra conseguir viver numa igreja, e vai vivendo sua vida numa boa, até descobrir o amor. engraçado, mesmo.
perdi o saco de escrever. depois continuo. ou não.