31 janeiro 2008

pérolas do mundo corporativo

pesquisa de satisfação da festa de fim de ano da firma. reparem no comentário escrito:

"minha opinião que faltam organizaram e para um futebol que tem direito pra jogar futebol. pois as pessoas muitas atrapalhar e nem fui jogar bola.. pois é..."

gargalhadas à parte, obviamente ninguém conseguiu entender nada. em compensação, já decidimos que o brinde para os funcionários no fim do ano será uma cartilha do professor pasquale.

28 janeiro 2008

lição para o carnaval

"carreiro bebe, candeeiro também bebe
senhor mandou dizer que não ensina a boi beber."


jongo retirado do disco "clementina de jesus", de 1976.

23 janeiro 2008

para encerrar a questão...

os últimos dois bostejos devem estar enchendo o saco de quem está afim de ler sobre o resto das minhas férias. sei bem que me iludo a respeito do número de pessoas interessadas nas minha bordunadas, entretanto, há uma meia dúzia de três ou quatro amigos meio desregulados que ainda perdem tempo aqui.

um deles é o dude, que recentemente mudou de nome e cara (do blog dele!). além de ser meu mentor/tutor para questões informáticas e nerdísticas, o cara é inteligente pacas.

mas que fique claro que não o elogio aqui por causa de sua análise acertadíssima (mesmo não concordando com tudo) sobre o que escrevi anteriormente. "nãããããão, não é nada disso, não", como diria minha avó, dona climenes. se bem que essa atitude o ajude bastante...

pronto. prometo não perturbar mais ninguém com meus solilóquios amorosos.

19 janeiro 2008

resposta a(o) leitor(a):

recebi o seguinte texto, a propósito do último bostejo:

sobre seu ultimo post no blog, discordo muito: quem se esconde assim como vc nao conhece absolutamente nada do amor, que para ser verdadeiro tem que ser muito, sem defesas, sem desconfiancas e muito menos sem rancores de historias passadas que nao deram certo....
nao tenha medo, moco, a gente ainda e muito novo! mas vc esta no caminho certo, voltando aos poucos a confiar mais nas pessoas...

********

ao que respondo:

acho que não me fiz claro. eu não me escondo, não tenho defesas nem desconfio das pessoas, apenas não fico desvairado de amor.

mas não quer dizer que eu jamais sonegue afeto. só que quando o assunto é amor -- e não paixão --, se o objetivo for uma convivência a dois, é preciso ficar atento a determinados sinais para saber se as coisas valem a pena ou não.

porque as pessoas se iludem em relação às outras, idealizam e acham que podem mudá-las, e quando isso não funciona (porque tal coisa nunca funciona, pela simples razão de ser impossível de realizar), elas passam o resto da vida se lamentando, martirizando, ou se questionando onde foi que erraram.

escolher parceiro é como escolher qualquer outra coisa, como por exemplo, comida num restaurante. é importante, e diria até necessário, provar algo novo ou muito diferente do seu paladar, mas se o gosto não for satisfatório, para que insistir no pedido ou repetir a dose?

marcelo.

"Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca"

mais ou menos aos 14 anos deixei de ter ilusões a respeito do amor cortês. essa foi a época em que percebi que não chegaria a lugar nenhum passando noites em claro ouvindo as canções "mela-cueca" do good times 98 no rádio, fantasiando confissões de amor eterno no leito de morte a uma amada hipotética.

junto à percepção do senso de ridículo, a passagem dos anos se encarregou de me presentear com uma ou duas belas rasteiras no campo sentimental. e se é bem verdade que nessas ocasiões os joelhos e o coração saíram escalavrados, também me ajudaram a forjar uma armadura racional que, antes de me separar do mundo, me protege de golpes desnecessários.

uma vez me apontaram uma definição de geminiano (meu signo) como um sujeito que carrega dois corações: um na mão, o qual ele presenteia a todos, e outro trancado no armário do peito, cuja chave ele não dá para ninguém. e por muito tempo achei essa a imagem que me definia melhor emocionalmente. hoje sei que não é bem assim.

ainda não cheguei ao ponto de dizer, como maiakovski, que "comigo a anatomia ficou louca. sou todo coração", e nem sei se assim o quero. o importante é que os tropicões que levei ao longo dessa estrada serviram para destruir de vez o mito do amor romântico.

sou capaz de me apaixonar, sem no entanto perder a razão. e, com todo o respeito devido, discordo do houaiss em sua acepção de paixão como "sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão". comigo, felizmente, não é mais assim.

amo sim, e não deixo de me entregar aos relacionamentos com intensidade. mas nunca sem pesar as variáveis. por exemplo, se logo nos primeiros momentos começarem a despontar muitas arestas estruturais, não adianta se iludir que a coisa não irá muito adiante. é melhor nem deixar a massa crescer, porque o bolo vai solar e o resultado será feio.

podem me chamar de frio, calculista e racional em excesso. mas sou totalmente favorável aos relacionamentos saudáveis. não sem diferenças e desavenças, porque essas fazem parte da convivência de quaisquer dois seres que se proponham a levar uma vida em comum, sob o mesmo teto ou não. mas evitarei ao máximo alimentar neuroses, competições ou recalques que identificar ao longo da jornada.

é graças a esse sentido apurado que hoje consigo ser amigo de todas as minhas ex-namoradas e eventuais casos. não, pensando bem, tinha uma que, há una anos, não podia sequer ouvir falar meu nome. mas hoje ela nem deve lembrar mais que eu existo. de qualquer forma, isso é outra história...

enfim, toda essa baboseira foi para dizer que tenho um renque de defeitos, entretanto, uma ou duas coisas a respeito do amor eu sei. e quero, antes de mais nada, que as pessoas brilhem, e que, se o amor não vingar, que pelo menos fique a amizade -- porque essa sim, vale ouro.

resumindo: o que tiver que ser, será. e o que não tiver, também. só que ao contrário.

18 janeiro 2008

pérolas do mundo corporativo

uma colega de trabalho estava à cata de um manual de redação e estilo da repartição, e topou com um que deve ser do ano de mil novecentos e guaraná com rolha. reparem (os grifos são meus):

3.3 - TELEX
Para comunicação cuja existência se justifica pela necessidade de passar informações em caráter de urgência.

3.3.1 - O TEXTO DO TELEX

Deverá obedecer aos seguintes critérios:

A. Redação com o mínimo de palavras possível, suprimidas as expressões de cortesia bem como as partículas gramaticais;

B. Não-utilização dos sinais de acentuação;

C. Supressão dos sinais de acentuação;

D. Não-divisão das sílabas das palavras;

E. Datilografia de todo o telex em letra maiúscula;


...e por aí vai.

detalhe, esse texto estava na intranet, o que prova que lá ninguém lê nada.

17 janeiro 2008

minhas férias (parte 1)

ia começar esse bostejo dizendo que ainda não tinha escrito nada em 2008 por preguiça. depois vi a inutilidade disso, já que preguiça é meu nome do meio. de maneira que achei melhor mudar de assunto e falar das coisas que vi e vivi nos curtos e intensos 15 de férias no nordeste, que, afinal, eram motivo mais que suficiente para bostejar.

embarquei para fortaleza no dia 26 de dezembro, ao meio dia e meia. com o atrasinho de praxe e a conexão em natal, cheguei ao meu destino lá pelas 17h. como tinha dormido pouquíssimo na noite anterior, e não havia conseguido pregar o olho na lata de sardinha voadora da gol, aproveitei a baldeação para beber um café com red bull, com o objetivo de alcançar aquele estado de espírito bacana, cujos sintomas visíveis são mãos trêmulas e olhos rútilos. talvez eu seja viciado em estimulantes, vai saber...

mas, à vera, nem precisaria de aditivos, porque a excitação de viajar já me deixava em estado de alerta.

fui, vi, e me venceram. pela cordialidade. a começar pela família de caroline caf(un)é, minha anfitriã. além de ter me adotado (na noite em que amanheci no boteco mais folclórico da cidade -- e o mais infecto onde jamais pisei -- os pais dela, ao darem por minha ausência na casa, perguntaram "cadê o nosso carioca?!"), me superalimentou com toda a espécie de delícias regionais. tive até a honra de provar a famosa tapioca de joão bandeira! sem falar na quantidade de marmotas que aprendi (mais tarde desenvolvo o tema).

além disso, todas as pessoas que conheci me trataram como amigos de infância, fazendo de tudo para me agradar. tanto carinho só reforçou minha resolução de retornar à suavidade e à gentileza, perdidas quando deixei a vida me afastar do convívio com qualquer atividade artística.

e aí também teve muita praia, cerveja, caranguejo, frutas e comidas típicas, jogo do fortaleza (mais um capítulo à parte!) dança e música de primeira (atenção, seu "janô"! alô, dijêis do rio! se liguem, que vocês estão comendo mosca... guga de castro e marquinhos, da "farra na casa alheia", são os caras. se eles baixam por essas bandas, passam o rodo em geral! não tem ninguém na cidade de são sebastião que bote som como esses dois).

e jericoacoara. ah, jericoacoara... qualquer descrição em palavras é pífia diante daquela explosão de natureza. só vendo para saber. o que posso dizer é que se deus existe, é lá que ele mora.

... mas esse capítulo fica para depois. aguardem!
é isso aí pe-pe-pessoal!