23 dezembro 2006

massagem de natal

não gosto de natal. talvez ficasse melhor dizer que não gosto do que o natal se transformou, mas acho que não gosto da festa mesmo, da obrigação de tentar ser bom por um dia, só porque o senso comum diz que pega bem, ou apenas para ficar igual a todo mundo.

em anos anteriores, bostejei o último poema do guardador de rebanhos, do alberto caeiro/fernando pessoa (quem tiver saco, pode procurar nos arquivos aí do lado), como tentativa de elevar o sentimento acima de hipocrisia. para esse ano, lembrei-me de uma linda canção do hermano león gieco. dá para baixar pelo emule. (aliás, se por caso alguém souber de algum programa que possa disponibilizar gratuitamente o áudio aqui na página, avisem, plís!)


La Navidad de Luis - León Gieco

Toma Luis, mañana es Navidad
un pan dulce y un poco de vino
ya que no puedes comprar

Toma Luis, llévalo a tu casa
y podrás junto con tu padre
la Navidad festejar

Mañana no vengas a trabajar
que el pueblo estará de fiesta
y no habrá tristezas

Señora, gracias por lo que me da
pero yo no puedo esto llevar
porque mi vida no es de Navidad

Señora, cree que mi pobreza
llegará al final comiendo pan
el día de Navidad

Mi padre me dará algo mejor
me dirá que Jesús es como yo
y entonces así podré seguir viviendo...


********

é isso. feliz natalzis!

22 dezembro 2006

cadê meu cocar?

sei não, mas "black i piss" me soa mais como confissão de sintoma de doeça renal braba, não grupo de sucesso.

eu é que não enfrento muvuca por um despropósito desses. prefiro pagar pelo sérgio mendes. só.

10 dezembro 2006

mais um "testículo"

vamos admitir, já que a roda-viva me engoliu de tal maneira que fica impossível escrever o que quer que seja, estou descaradamente plagiando um dos testes do dudu, que por sua vez etc.

é o seguinte, tem que responder as perguntas utilizando apenas títulos de música de algum cantor ou banda.

Minha banda escolhida é: peter gabriel

1. Você é homem ou mulher? moribund the burgermeister

2. Descreva-se: i have the touch

3. O que as pessoas acham de você? shock the monkey

4. Descreva seu último relacionamento amoroso: excuse me

5. Descreva sua atual relação amorosa: exposure

6. Onde queria estar agora? home sweet home

7. O que pensa a respeito do amor? games without frontiers

8. Como é sua vida? big time

9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo? more than this

10. Escreva uma frase sábia: here comes the flood

Agora se despeça: a wonderful day in a one-way world

19 novembro 2006

as obras (d)e vô negut

novo capítulo na saga da minha diáspora solitária. iniciada a quebradeira, passamos à rodada de conversações com o profissional responsável em ordenar o espaço. e à descoberta de um universo subjacente às paredes. um submundo de nomes e conexões que eu sequer supunha exisitir. para não mencionar as escolhas a respeito de itens aos quais nunca havia dado importância. torneiras, privadas, registros etc. em todo lugar que morei essas coisas simplesmete já estavam lá... só era necessário dedicar algum pensamento quando algo não funcionava de acordo.

na loja, chegou um momento em que não havia mais sentido em ver nada, tudo me parecia igual. minha cabeça girava e não havia sequer um café disponível para recompor meu cérebro. acabei a jornada zonzo e aborrecido, descrente de que terei onde morar antes do próximo ano bissexto.

********

como estava com dificuldade em arrumar tempo e paz de espírito para me atracar com o schopenhauer (não, não espero a cura, quero mais é ser intoxicado pela vontade e representação do mundo), não havia nada para que me distrair durante as viagens de ônibus, que têm sido meus únicos intervalos de leitura. até encontrar o kurt vonnegut. topei numa livraria com seu matadouro 5.

escute: a primeira vez que ouvi esse nome foi há 22 anos atrás, quando assisti footloose na volta da minha temporada americana. se pouco me falha a memória, o personagem do kevin bacon se muda para uma cidadezinha poeirenta e conservadora do meio-oeste. num evento social, ele conta que havia lido o tal livro em sua escola anterior, o que deixa o pastor ressabiado, pois obviamente não o considerava leitura adequada à juventude. gravei o título por duas razões: os bizarros significados que o título evocava, e o desgosto do clérigo. afinal, qualquer coisa que desagrade um religioso não pode ser de todo má.

há pouco, esbarrei com a edição da L&PM de café-da-manhã do campeões. o nome do autor me pareceu familiar, mas não lembrava a razão. até que dias depois, achei o matadouro 5 e tudo fez sentido. comprei e o li de uma sentada (epa!). tornei-me dependente químico de vonnegut.

até reencontrar o café... na banca em frente à minha ex-casa, tinha passado os últimos três dias em agonia. e já comecei a fuçar a internet atrás de outros títulos. coisas da vida.

05 novembro 2006

criptographia

ganha um beijo no pescoço quem souber dizer em russo "gosto de menta".

04 novembro 2006

have you ever been?

fuxicando os discos da minha irmã antes de tomar banho para almoçar com a tereza, esbarrei no bão e véi james marshall hendricks. anacronias à parte, electric ladyland é paudurescente a vida toda. não fosse já o danado todo redondinho, ainda tem a homônima canção, curtinha, a qual faço questão de bostejar. ao lado de little wing, é uma das raríssimas coisas que me fazem nostálgico da adolescência.

Have You Ever Been (To Electric Ladyland)

Have you ever been (have you ever been) to Electric Ladyland?
The magic carpet waits for you so don't you be late
Oh, (I wanna show you) the different emotions
(I wanna run to) the sounds and motions
Electric woman waits for you and me
So it's time we take a ride, we can cast all of your hang-ups over
the seaside
While we fly right over the love filled sea
Look up ahead, I see the loveland, soon you'll understand.

Make love, make love, make love, make love.

The angels will spread their wings, spread their wings
Good and evil lay side by side while electric love penetrates the sky
Lord, Lord I wanna show you
Hmm, hmmm, hmmm
Show you

o roto (!) falando pro esfarrapado (!)

augusto dos anjos disse que "o homem, que (...) mora entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera". e talvez seja mesmo assim. e talento deve pegar, porque só isso explicaria uma época tão fecunda de "feras" quanto o rio da segunda metade do século passado. do qual destaco uma pérola recém-descoberta.

Mensagem a Rubem Braga
Vinicius de Moraes

Os doces montes cônicos de feno
(Decassílabo solto num postal de Rubem Braga, da Itália.)

A meu amigo Rubem Braga
Digam que vou, que vamos bem: só não tenho é coragem de escrever
Mas digam-lhe. Digam-lhe que é Natal, que os sinos
Estão batendo, e estamos no Cavalão: o Menino vai nascer
Entre as lágrimas do tempo. Digam-lhe que os tempos estão duros
Falta água, falta carne, falta às vezes o ar: há uma angústia
Mas fora isso vai-se vivendo. Digam-lhe que é verão no Rio
E apesar de hoje estar chovendo, amanhã certamente o céu se abrirá de azul
Sobre as meninas de maiô. Digam-lhe que Cachoeiro continua no mapa
E há meninas de maiô, altas e baixas, louras e morochas
E mesmo negras, muito engraçadinhas. Digam-lhe, entretanto
Que a falta de dignidade é considerável, e as perspectivas pobres
Mas sempre há algumas, poucas. Tirante isso, vai tudo bem
No Vermelhinho. Digam-lhe que a menina da Caixa
Continua impassível, mas Caloca acha que ela está melhorando
Digam-lhe que o Ceschiatti continua tomando chope, e eu também Malgrado uma avitaminose B e o fígado ligeiramente inchado.
Digam-lhe que o tédio às vezes é mortal; respira-se com a mais extrema
Dificuldade; bate-se, e ninguém responde. Sem embargo
Digam-lhe que as mulheres continuam passando no alto de seus saltos, e a moda das saias curtas
E das mangas japonesas dão-lhes um novo interesse: ficam muito provocantes.
O diabo é de manhã, quando se sai para o trabalho, dá uma tristeza, a rotina: para a tarde melhora.
Oh, digam a ele, digam a ele, a meu amigo Rubem Braga
Correspondente de guerra, 250 FEB, atualmente em algum lugar da Itália
Que ainda há auroras apesar de tudo, e o esporro das cigarras
Na claridade matinal. Digam-lhe que o mar no Leblon
Porquanto se encontre eventualmente cocô boiando, devido aos despejos
Continua a lavar todos os males. Digam-lhe, aliás
Que há cocô boiando por aí tudo, mas que em não havendo marola
A gente se agüenta. Digam-lhe que escrevi uma carta terna
Contra os escritores mineiros: ele ia gostar. Digam-lhe
Que outro dia vi Elza-Simpatia-é-quase-Amor. Foi para os Estados Unidos
E riu muito de eu lhe dizer que ela ia fazer falta à paisagem carioca
Seu riso me deu vontade de beber: a tarde
Ficou tensa e luminosa. Digam-lhe que outro dia, na Rua Larga
Vi um menino em coma de fome (coma de fome soa esquisito, parece
Que havendo coma não devia haver fome: mas havia).
Mas em compensação estive depois com o Aníbal
Que embora não dê para alimentar ninguém, é um amigo. Digam-lhe que o Carlos
Drummond tem escrito ótimos poemas, mas eu larguei o Suplemento Digam-lhe que está com cara de que vai haver muita miséria-de-fim-de-ano
Há, de um modo geral, uma acentuada tendência para se beber e uma ânsia
Nas pessoas de se estrafegarem. Digam-lhe que o Compadre está na insulina
Mas que a Comadre está linda. Digam-lhe que de quando em vez o Miranda passa
E ri com ar de astúcia. Digam-lhe, oh, não se esqueçam de dizer
A meu amigo Rubem Braga, que comi camarões no Antero
Ovas na Cabaça e vatapá na Furna, e que tomei plenty coquinho
Digam-lhe também que o Werneck prossegue enamorado, está no tempo
De caju e abacaxi, e nas ruas
Já se perfumam os jamineiros. Digam-lhe que tem havido
Poucos crimes passionais em proporção ao grande número de paixões
À solta. Digam-lhe especialmente
Do azul da tarde carioca, recortado
Entre o Ministério da Educação e a ABI. Não creio que haja igual
Mesmo em Capri. Digam-lhe porém que muito o invejamos
Tati e eu, e as saudades são grandes, e eu seria muito feliz
De poder estar um pouco a seu lado, fardado de segundo sargento. Oh
Digam a meu amigo Rubem Braga
Que às vezes me sinto calhorda mas reajo, tenho tido meus maus momentos
Mas reajo. Digam-lhe que continuo aquele modesto lutador
Porém batata. Que estou perfeitamente esclarecido
E é bem capaz de nos revermos na Europa. Digam-lhe, discretamente,
Que isso seria uma alegria boa demais: que se ele
Não mandar buscar Zorinha e Roberto antes, que certamente
Os levaremos conosco, que quero muito
Vê-lo em Paris, em Roma, em Bucareste. Digam, oh digam
A meu amigo Rubem Braga que é pena estar chovendo aqui
Neste dia tão cheio de memórias. Mas
Que beberemos à sua saúde, e ele há de estar entre nós
O bravo Capitão Braga, seguramente o maior cronista do Brasil
Grave em seu gorro de campanha, suas sombrancelhas e seu bigode circunflexos
Terno em seus olhos de pescador de fundo
Feroz em seu focinho de lobo solitário
Delicado em suas mãos e no seu modo de falar ao telefone
E brindaremos à sua figura, à sua poesia única, à sua revolta, e ao seu cavalheirismo
Para que lá, entre as velhas paredes renascentes e os doces montes cônicos de feno
Lá onde a cobra está fumando o seu moderado cigarro brasileiro
Ele seja feliz também, e forte, e se lembre com saudades
Do Rio, de nós todos e ai! de mim.

03 novembro 2006

somos como cães e gatos

tarrei da solange (inclusive o estilo de apresentação), que, por sua vez, tarrou daqui.

What is a dog?
Dogs spend all day sprawled on the most comfortable piece of furniture in the house.
They can hear a package of food opening half a block away, but don't hear you when you're in the same room.
They can look dumb and lovable all at the same time.
They growl when they are not happy.
When you want to play, they want to play.
When you want to be alone, they want to play.
They leave their toys everywhere.
They do disgusting things with their mouths and then try to give you a kiss.
They go right for your crotch as soon as they meet you.


What is a cat?
Cats do what they want.
They rarely listen to you.
They're totally unpredictable.
When you want to play, they want to be alone.
When you want to be alone, they want to play.
They expect you to cater to their every whim.
They're moody.
They leave hair everywhere.

Conclusion:
Dogs are tiny men in little fur coats.
Cats are tiny women in little fur coats.

diário de bordo

aos três dias do décimo-primeiro mês do ano da graça de dois mil e seis, a.d. (mais de um mês à deriva nesse mundão prenhe de possibilidades.)

minha biografia confirma: desde antes do nascimento, dona sorte sorri para mim. ultimamente tem dado até para ver o vermelhão das gengivas. muitas coisas boas têm esbarrado em mim. o trabalho exige, mas não assusta; as entranhas afinal remendaram-se; e até as nuvens negras que alguns amigos identificaram se afastaram com um pé-de-vento. enquanto isso, bruceleeanamente, sigo buscando ser água, moldando-me a cada recipiente em que sou derramado.

"o que a língua trava, a pena solta". acho que acabei de inventar essa frase, e é tanto o que eu quereria pra mim, que a adotarei como lema. meu analista a teria adorado.

está provado, ônibus são ótimos para a reflexão rasteira. proponho enquadrar ao lado da filosofia de botequim a categoria da "metafísica de ônibus". a ocasião é quase tão propícia ao devaneio quanto ao se lavar louça. com a vantagem de se poder olhar para dentro dos apartamentos e para as pernas das motoristas e caronas nos carros lá embaixo. o único inconveniente é a letra tremida, que dificulta um pouco a compreensão depois.

as palavras são suseranas caprichosas, e por mais que tente, raramente extraio significados precisos. até formulei uma teoria meio maluca de que todos têm uma guerra a combater. pode ser conviver com uma doença ou má-formação, vencer um vício etc., mas sempre será uma superação, interior ou exterior. já sei, o paulo coelho já deve ter dito alguma coisa nesse sentido, mas, a grosso mole, os muçulmanos já tinham um conceito bem parecido -- a tão aviltada jihad. talvez a luta com as palavras seja o combate da minha vida. eu gostaria que fosse. nada mais geminiano...

15 outubro 2006

se eu quiser falar com deus

citei o karel capek no bostejo passado, então vou contar como o decobri, que a história é bacana. no fim do ano passado, enquanto desperdiçava importantes horas de vida diante do computador, topei com o saite igod. deus é um programa de inteligência artificial criado para desenvolver-se à medida que conversa. é legalzinho, embora ainda precise de melhoramentos.

bom, no primeiro papo, sujeito atormentado que sou (não confundir com gay ou sueco, plís), parti logo para a ignorância, cobrando: anyway, who put you in charge?. ao que deus, em sua infinita sabedoria, me responde In any case, Carel Capek. :-). fiquei deveras intrigado, o nome era totalmente desconhecido. fui "googar" o cara e deu nisso. pra resumir, ele é considerado um dos pais da ficção científica moderna, e o autor incontestável da palavra "robô" (embora ele transferisse o crédito para seu irmão joseph).

semana passada fui tocado pela sorte suprema ao encontrar num sebo uma edição portuguesa de A guerra das salamandras. e na rede encontrei sua obra-prima, a peça R.U.R - Rossum's Universal Robots, que foi o que deu origem a esse bostejo enciclopeidico dominical.

vale a pena correr atrás do cara como der, até porque, os editores tupiniquins, em sua santa ignorância, só lançaram dele o infantil Dachenka: a vida de uma cachorrinha. não é nada, não é nada, não é porra nenhuma. o ouro ainda está para ser descoberto.

14 outubro 2006

sem título

essa bagaça tá acumulando poeira. juro que gostaria de escrever alguma coisa legal ou esprituosa, mas tô vazio. preciso tomar um banho. acho que vou dar uma flanada pelas ruas e partir para meu passatempo favorito: café-e-água-com-gás. juntando fragmentos do passado, uma peça com cachaça do domingos de oliveira daqui, uma oficina de roteiro com o lourenço mutarelli dali (grande cabra, nunca é demais citar), me deu muita vontade de ler schopenhauer. o mundo como vontade e representação. odeio a união européia, porque disseram que a tradução portuguesa era melhor que a brasileira, mas não há mais escudos no mercado, e o euro está pela hora da morte. justo quando arrumei um canal quente com portugal. porcaria de televisão que não para de matraquear, não importa quantos canais eu troque. deve ser algum tipo de conspiração. feriado é uma droga, perdi a conta dos dias e a minha aula de hoje. era quase uma da tarde quando acordei (porque hoje é sábado, como na poesia) e lembrei do compromisso. fogo é que a mensalidade já foi paga. e os mojitos de ontem voltaram em forma de broca e estão perfurando a base do meu crânio. quase posso sentir o cheiro da poeira de ossos. segunda começo a trabalhar, sem apartamento, financiamento, conhecimento, lenço, mas felizmente documento ainda possuo. esqueci meu cd na casa daquele povo. tudo bem, depois eu pego. tinha uma gatinha cotó, a ponta do que sobrou do rabo era torta para o lado, e os pêlos pareciam um espanador velho, arregaçado. a sensação de tocar naquele rabo torto era meio estranha. dava vontade de desentortá-lo. o gato preto brincava de morder meus dedos, de levinho. fiquei com saudades dos bichanos de casa, da antiga vida. luisinho veio de longe, são vinte e seis anos de bons papos e muitas histórias. pensamos em reunir o resto da turma. pensando bem, só restaram quatro de nós. os quatro cavaleiros do apocalipse. a felicidade dele me fez pesar melhor as coisas. mas é andando que se caminha. o negócio é acreditar que o horizonte a frente é colorido. acho que finalmente entendi o slogan: just do it. que, por outro lado, quer dizer: don't think. ignorance is bliss, ensinou o orwell. baixei o karel capek, com acento circunflexo de cabeça pra baixo no c, por favor, que o cara é tcheco. a guerra das salamandras é muito bom. eu sou muito empolgado com alguns livros, mas esse tornou-se um dos meus clássicos pessoais. e é de 35. será que algum dia escreverei alguma coisa? será que aquele livro que combinei com o fabinho algum dia será parido? se for para ficar só na promessa, é melhor não fazer planos, essa é a lição que tento me ensinar há anos, sem sucesso. não prometa o que não será capaz de cumprir, não envolva os outros nas suas fantasias, a menos que esteja certo do que está dizendo, porque você é bom de papo e as pessoas acabam acreditando que é sério. e é, quando digo, pelo menos, é. nesses momentos, sou incapaz de mentir. mas acho que não basta. o que nos leva de volta ao princípio. segure a língua e seja feliz. segurança da informação, não é assim? acho que meu timo precisa de uma massagem. a dor de cabeça agora é uma agulha perfurando meu olho esquerdo por trás. vou tomar banho e sair para um café. seja o que deus quiser. amém. epluracas orega.

29 setembro 2006

combinado para domingo

por mais que tentem criar um fato político com o objetivo de forçar um segundo turno, marquemos posição fazendo como nossos hermanos argentinos nos anos 50:

"Ladrón o no ladrón, queremos a Perón!"

pra encerrar de vez o assunto

I pray you, in your letters,
When you shall these unlucky deeds relate,
Speak of me as I am; nothing extenuate,
Nor set down aught in malice: then must you speak
Of one that loved not wisely but too well;
(...)
Of one whose hand,
Like the base Indian, threw a pearl away
Richer than all his tribe (...).


Othello - Ato 5, cena 2

24 setembro 2006

"Separação"

por affonso romano de sant'anna:

Desmontar a casa
e o amor. Despregar
os sentimentos das paredes e lençóis.
Recolher as cortinas
após a tempestade
das conversas.
O amor não resistiu
às balas, pragas, flores
e corpos de intermeio.

Empilhar livros, quadros,
discos e remorsos.
Esperar o infernal
juizo final do desamor.

Vizinhos se assustam de manhã
ante os destroços junto à porta:
-pareciam se amar tanto!

Houve um tempo:
uma casa de campo,
fotos em Veneza,
um tempo em que sorridente
o amor aglutinava festas e jantares.

Amou-se um certo modo de despir-se
de pentear-se.
Amou-se um sorriso e um certo
modo de botar a mesa. Amou-se
um certo modo de amar.

No entanto, o amor bate em retirada
com suas roupas amassadas, tropas de insultos
malas desesperadas, soluços embargados.

Faltou amor no amor?
Gastou-se o amor no amor?
Fartou-se o amor?

No quarto dos filhos
outra derrota à vista:
bonecos e brinquedos pendem
numa colagem de afetos natimortos.

O amor ruiu e tem pressa de ir embora
envergonhado.

Erguerá outra casa, o amor?
Escolherá objetos, morará na praia?
Viajará na neve e na neblina?

Tonto, perplexo, sem rumo
um corpo sai porta afora
com pedaços de passado na cabeça
e um impreciso futuro.
No peito o coração pesa
mais que uma mala de chumbo.

17 setembro 2006

a vergonha da segurança estadual

desde que mudei-me para botafogo, há dois anos, sempre me surpreendi com o número de viaturas abandonadas no pátio do 2o BPM, na esquina da são clemente com a real grandeza. cheguei a contar 15 carcaças, entre rádio-patrulhas, kombis e camburões, completamente deteriorados pelas intempéries, de pneus vazios, sem motores, lanternas e pára-brisas. qualquer morador da região mais atento pode corroborar a informação.

a notória incompetência do governo estadual no combate ao crime é estrutural: os pms não têm formação psicológica e tática antes de irem para as ruas, não sabem atirar, e não têm viaturas em condições operacionais. ou seja, não são capazes nem de exercer mal suas atividades.

eis que, em junho/julho, é dada a largada oficial para a campanha para o estado. nossa digníssima governadora, rosinha garotinho, manda recolher os carros abandonados, empilhá-los num canto coberto do pátio, escondendo-os do escrutínio público com uma lona azul.

como era freqüente a força do vento expor as vergonhas da política de segurança, o pano acabou sendo amarrado às ferragens de um dos ferros-velhos escondidos. tivesse eu uma máquina digital disponível na época, essa crônica do grotesco estaria registrada em imagens irrefutáveis.

15 setembro 2006

ao benjamin du mmal

Jumento não é
Jumento não é
O grande malandro da praça
Trabalha, trabalha de graça
Não agrada a ninguém
Nem nome não tem
É manso e não faz pirraça
Mas quando a carcaça ameaça rachar
Que coices, que coices
Que coices que dá


"O Jumento - Os Saltimbancos"
Composição: Chico Buarque, Enriquez, Bardotti


dedico o trecho da canção a um pilantra que expropriou não apenas a minha força de trabalho, mas minha confiança.

por empenho próprio, as coisas mudaram. como já diria rosa, o guimarães, "cada um tem a sua hora e a sua vez".

11 setembro 2006

a vingança é um prato que se come frio, muito frio...

não sou um camarada rancoroso, mas tenho dificuldade em perdoar mau-caratismo e baixeza (como deve saber agora o ex-chefe que me deu um calote no valor de um carro popular, por sete meses de trabalho, e que na audiência teve a desfaçatez de dizer na minha cara que tinha a consciência tranqüila de que não me devia nada, porque eu jamais havia trabalhado para ele. eu venci a causa, e se não fugir do brasil ele deve recorrer. mas isso é um papo futuro).

refiro-me especificamente há uma história entalada na minha garganta há 14 anos. na faculdade de teatro, um calouro um pouco mais velho que eu, então suboficial da marinha, oferece uma carona para mim e minha namorada. eu e ele sentados na frente, ela no banco de trás. depois de chegarmos ao nosso destino, ela me conta das tentativas dele de passar a mão em sua perna diversas vezes durante o percurso, e de como ela furara suas mãos como os fechos de sua presilha de cabelo, pontudos a ponto de poderem ser classificados como arma branca.

ela guardara o fato até o infeliz arrancar com o carro, ciente do baixinho esquentado que ela tinha por namorado. espumei de ódio, minhas relações com ele esfriaram de vez, e logo em seguida a vida me soprava para outros rumos, em outras faculdades.

essa história vinha esquecida até hoje, quando um casal de amigos me passa a notícia fatídica. tem mais aqui.

há um equilíbrio no universo, regido, entre outras coisas, por leis como a que estabelece que e não se abusa da confiança dos outros. demorou, mas valeu a espera.

10 setembro 2006

gnarls barkley

não sei se é um cara ou se o nome de um grupo (botei o saite no título mas ainda não o vi). conheci-o(s) no churrasco de um amigo, há algumas semanas. talvez tenha sido a cerveja, mas demorou uns cinco minutos para eu entender o nome, devidamente esquecido no segundo seguinte, claro. mas hoje vi o clipe abaixo na tv e voltou tudo.



saca só essa outra música:



também gostei muito; lembra um pouco o que o ed motta poderia ter sido. botei o álbum pra baixar. pode ser apenas mais um "two-hit-wonder", mas só o fato de, depois de tantos anos, ouvir algo com alma de novo já me deixou feliz.

07 setembro 2006

o exterminador do futuro (2010)

uma amiga indicou-me o vídeo-documentário liberdade, essa palavra, de marcelo baêta, feito como projeto final de curso de jornalismo na ufmg em junho desse ano. esse caboclo promete...

o tema gira em torno das relações espúrias entre os donos dos veículos de comunicação e o poder, este personificado por nosso futuro presidente, aécio "déficit zero" neves, o mauricinho das gerais.

assista o vídeo aqui.

tamos bem servidos...
************************


atualização:


parece que o vídeo causou tanto mal-estar que a assessoria do candidato entrou em campo, acusando o trabalho de baêta de manipulação petista, e produziu um "documentário" em resposta. liberdade de imprensa em minas está disponível em três partes no you tube. a terceira não responde nada, é apenas uma ataque ao pt através do caso da demissão do boris casoy da record.

alea jacta est
.

quanto a mim, quero mais é ver o circo pegar fogo.

funcionário do mês


responda rápido aonde um camarada com esse perfil seria mais adequado: na presidência da república ou na gerência de uma farmácia, supermercado ou loja de tecidos na tijuca?

03 setembro 2006

the manchurian candidate

essa noite tive um sonho muito estranho (talvez, quem sabe, pelo fato de ter ido na sexta à belzonte): eu era contratado para manipular mamulengos com a cara dos vencedores das eleições para o governo estadual de minas e são paulo.

a "apresentação" seria nas sacadas dos respectivos palácios, no fim da contagem dos votos. o discurso de posse estava gravado, e eu apenas faria a mímica, acenando, cumprimentando etc. mas não seria uma paródia, as pessoas deviam ser convencidas de que estavam vendo os políticos reais.

acordei com a angústia de perceber que, nos dois casos, a população nas ruas não percebia o engodo, por mais toscos que fossem os mamulengos.

será que isso quer dizer alguma coisa?...
cartas para esse endereço.

29 agosto 2006

gênios da publicidade

já repararam a semelhança entre a nova campanha do net vírtua e o logotipo dos carrinhos hot wheels?
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fica a pergunta que não quer calar: plágio ou ignorância? ou será que em propaganda existe um nome inglês que defina esse conceito?

20 agosto 2006

money for nothing

em entrevista à caros amigos de agosto - a que tem a opus dei como chamada de capa - o sr. nagashi furukawa, ex-secretário da adminstração penitenciária de são paulo, diz com todas as letras na página 34: "Em Presidente Bernardes, a manutenção de um preso custa cerca de 3000, 3500 reais por mês".

prestaram atenção aos valores? um camarada, sem produzir nada, recebe invetimentos mensais mais altos que o salário pago a vários profissionais que conheço, com mestrado e dez horas de trabalho diário.

bom, levante a mão quem acha isso um absurdo. e essa excrescência nem é exclusiva do brasil. arrisco chutar mais longe e identificar o problema com o próprio sistema econômico que alimentamos e que nos sujeita. o truque é naturalizar as coisas ao ponto de nos fazer repetir "ah, mas essas coisas são assim mesmo". assim mesmo o cacete, farroupilha! se tá todo mundo insatisfeito, vamos ousar levantar a cabeça acima da manada e pensar que pode as coisas podem sim, ser diferentes. o "como", fica a cargo da criatividade de cada um.

17 agosto 2006

análise combinatória

sem motivo aparente, ando obcecado com uma música há dias. enquanto não conseguia baixar a danada, dei uma circulada na rede e encontrei o vídeo abaixo. duas coisas muito boas em síntese perfeita. o que é o talento criativo, não é mesmo minha gente? (regina style)

11 agosto 2006

cadê o fidel?

podem me chamar de baba-ovo, mas não me canso de tecer loas ao fausto wolff, talvez o único (será o último?) cérebro pensante em atividade na grande imprensa brasileira. ouvi falar sobre o artigo a seguir numa aula dessa semana, aparentemente tendo sido publicado nojb. não sei. achei-o no saite do lobo.

Fidel já morreu?

Se morreu, foi-se, na minha opinião, o maior herói do século 20. Com ele morrem muitos personagens: o jovem advogado, filho de rico fazendeiro envergonhado de viver numa pátria em que um patife vagabundo como Batista havia transformado num bordel de luxo para a máfia e políticos norte-americanos corruptos. Morreu o rapaz que passou dos 27 aos 29 anos na cadeia por não aceitar a democracia imposta pelos americanos com votos comprados ou obtidos à força.

Morreu o leitor de Martí, de frei Bartolomeo de las Casas, de Marx e, certamente, de Cervantes. Morreu o homem mais amado de Cuba e o mais odiado pelos cubanos que preferiram Miami e Disney. Morreu também o homem que condenou muita gente à morte, entre elas, o número 2 das Forças Armadas Cubanas, envolvido com o tráfico de drogas. Morreu o homem que a CIA tentou matar mais de dez vezes e que suportou o maior embargo econômico da história moderna.

Morreu o homem que fez a reforma agrária como já poderíamos ter feito há muito tempo: pagando aos latifundiários o que declararam que valiam as terras na hora de pagar seus impostos. Morreu o homem que devolveu a auto-estima aos cubanos. Morreu o homem que diziam possuir a quinta fortuna no mundo. Fidel respondeu que, se encontrassem um dólar numa conta em seu nome no exterior, ele resignaria ao cargo. Morreu o homem que acabou com o analfabetismo, tornou obrigatório o ensino médio e financiou universitários. Morreu o homem que fez de Cuba um exemplo para a medicina da América Latina. Morreu o homem que fez de Cuba a maior potência atlética da América Latina. Morreu o comunista que o papa abençoou.

Certa vez, em Cuba, comecei a entrevistar passantes nas ruas. Todos estavam empregados, ninguém morava em casa alugada e todos, de certa forma, eram funcionários do Estado. Menos um. Perguntei ao senhor carequinha se era funcionário e ele, sorrindo, disse-me que não. "Profissional liberal. Soy limpiabotas."

Na verdade, foram os americanos que jogaram Fidel nos braços da União Soviética. Queriam eleições em Cuba e tinham um candidato que - como já haviam feito com Batista - seria apenas um homem de palha. Foi muito ingênuo achar que, depois de limpar e dedetizar a casa, Fidel deixaria que os americanos colocassem alguém como Collor, por exemplo, lembram-se? Ou como Sarney e FHC, que deixaram o poder riquíssimos e o povo cada vez mais pobre e ignorante.

Arthur Miller, Robert Frost, Edmond Wilson, Sartre, Russell, Clifford Odets, Adlai Stevenson, John Steinbeck, entre outros grandes intelectuais da época, escreveram artigos pedindo a Kennedy que deixasse Cuba em paz. Mas ele preferiu promover o fiasco da Baía dos Porcos e receber, como hóspedes, cubanos leais que em Cuba ninguém queria.

Estive duas vezes com Fidel. Da primeira, perguntei-lhe (ordem da direção da TV) por que não instituía eleições livres. Ele me declarou que sairia muito caro para eles e mais caro ainda para os americanos que mandariam dinheiro para corromper os poucos indecisos. Da segunda vez, eu e outros jornalistas o acompanhamos num passeio pelas ruas - e não vi um guarda-costas.

Formou-se uma multidão gritando "Viva Fidel!" e uma mulher grávida o abraçou. Perguntou-lhe quantos filhos já tinha. Ela disse que este seria o terceiro, e ele: "Por que não está tomando pílula? Que seja o último. Nossa ilha não pode alimentar mais do que o seu espaço permite". Hoje em dia falam muito das prostitutas de Cuba, mas esquecem-se de falar dos milhões de mulheres que, graças a Fidel, salvaram-se da miséria, da fome e da prostituição. Podemos dizer a mesma coisa?

Mas Cuba é uma ditadura e Fidel um ditador. Pois eu lhes digo que 80% do povo brasileiro jamais viu tal democracia. Da última vez que estive em Cuba, entrevistei Teófilo Stevenson, cinco vezes campeão mundial olímpico dos pesos pesados. Ele me apresentou a mulher e filhos, bem como os alunos de educação física. Perguntei-lhe por que não aceitara o contrato de US$ 5 milhões que os americanos haviam lhe oferecido. Respondeu: "Havia muito a fazer em Cuba e, além disso, há coisas mais importantes que o dinheiro".

Fidel já morreu? Não? Então, viva Fidel.

nova identidade

esse ano passei por um acontecimento de forte carga simbólica, e repleto de sentidos ocultos. durante o carnaval, em pleno cordão do bola preta,perdi minha carteira com minhas mirradas economias e todos os meus documentos. para dar uma melhor dimensão dramática ao incidente, posso resumi-lo ao dizer que no bola preta perdi minha identidade.

mas só me dei conta disso muito depois de enfrentar a via-crúcis de registrar um b.o. na polícia, dar baixa no cartão do banco, e entrar com a solicitação para os novos documentos. foi a resposta de uma amiga à notícia de que o rg havia ficado pronto. "parabéns pela nova identidade!", escreveu ela no msn. foi então que pensei em como seria saudável se as pessoas pudessem trocar as identidades quando julgassem estar entrando numa nova fase de vida, ou superassem um grande problema, por exemplo.

mal sabia eu o quão profética era minha divagação: em menos de um mês, comecei a vivenciar um processo de melhorias que deu uma guinada radical na minha realidade, de forma que eu sequer podia sonhar (e ainda está longe de completar-se). e por mais que pareça exagerado, junto com as mudanças externas, uma metamorfose psicológica também está em curso. aos poucos sinto que, sob vários aspectos, antigas perspectivas de visão de mundo estão sendo abandonadas por outras mais frescas. é como se eu fosse uma cobra trocando de pele.

nem preciso dizer que para um geminiano triplo, esse é o melhor dos mundos.

26 julho 2006

qualquer semelhança...

encontrei essas tirinhas no meu computador. como metade das tralhas que lá abundam, não tenho idéia de onde vieram.
mas são muito boas, lá isso são.

24 julho 2006

péla-vox

Bono patrocina game contra a Venezuela
Caros Amigos - 18/7/06


O músico Bono, do conjunto U2, que costuma participar de campanhas contra a fome e a Aids na África, agora está patrocinando um videogame que simula a invasão da Venezuela para derrubar o presidente Hugo Chávez. Ver, em inglês.
**************
esse nunca me enganou...

56 Nobrezas deputadas e um príncipe das trevas

o texto a seguir (bem como o título), são mais uma prestação de serviço de mestre wolff. todo os direitos reservados, menos o de apropriação para divulgação.

depois façam as contas para saber em quais partidos votar nas próximas eleições.

"57 indiciados por chupar sangue do povo brasileiro nas ambulâncias que deveriam socorrê-lo. E os partidos esquifes que os escondem.

Paulo Feijó (PSDB-RJ)
Paulo Baltazar (PSB-RJ)
João Caldas (PL-AL)
Cabo Júlio (PMDB-MG)
Pedro Henry (PP-MT)
Bispo Wanderval (Pl-SP)
Iris Simões (PTB-PR)
Benedito Dias (PP-AM)
Lino Rossi (PP-MT)
Edir de Oliveira (PTB-RS)
Teté Bezerra (PMDB-MT)
Fernando Gonçalves (PTB-RJ)
Almeida de Jesus (PL-CE)
Pastor Amarildo (PSC-TO)
Nilton Capixaba (PTB-RO)
Reinaldo Betão (PL-RJ)
Isaías Silvestre (PSB-MG)
José Militão (PTB-MG)
Wellington Fagundes (PL-MT)
Mário Negromonte (PP-BA)
Laura Carneiro (PFL-RJ)
Zelinda Novaes (PRF-BA)
Vieira Reis (PRB-RJ)
Júnior Betão (PL-AC)
Ribamar Alves (PSB-MA)
Eduardo Gomes (PSDB-TO)
Eduardo Seabra (PTB-AM)
Osmânio Pereira (PTB-MG)
Jeferson Campos (PTB-SP)
João Batista (PP-SP)
Vanderlei Assis (PP-SP)
João Mendes de Jesus (PSB-RJ)
Doutor Heleno (PSC-RJ)
Reinaldo Gripp (PL-RJ)
José Divino (PRB-RJ)
Alceste Almeida (PTB-RR)
Marcos Abramo (PP-SP)
Nélio Dias (PP-RN)
Ricarte de Freitas (PTB-MT)
Cleonâncio Fonseca (PP-SE)
Benedito de Lira (PP-AL)
Reginaldo Germano (PP-BA)
Ricardo Estima (PPS-SP)
Neuton Lima (PTB-SP)
João Cerreia (PMDB-AC)
Amauri Gasques (PL-SP)
Maurício Rabelo (PL-TO)
Corialano Sales (PFL-BA)
Almir Moura (PFL-RJ)
Marcelino Fraga (PMDB-ES)
Raimundo Santos (PL-PA)
Edna Macedo (PTB-SP)
Irapuan Teixeira (PP-SP)
Itamar Serpa (PSDB-RJ)
Enivaldo Ribeiro (PP-PB)
Elaine Costa (PTB-RJ)



Senador Ney Sugassuga (PMDB-PB)

Digo, Sernador Ney Suassuna.
"

23 julho 2006

deus existe

pegue um cigano, tire-lhe os movimentos de dois dedos da mão esquerda, adicione um violão e você terá um anjo: django reinhardt!

12 julho 2006

Balde de água fria na indústria de celulose

a primeira vez que ouvi falar sobre a indústria de celulose foi mais ou menos aos oito anos de idade, numa viagem de carro que fiz com meus pais e meu avô para lages, em santa catarina. no caminho, passávamos por extensos campos de pinheiros que ladeavam a estrada. eram as mesmas árvores que eu via os americanos levarem para casa nos filmes de natal.

meu avô, que não era exatamente conhecido por seu bom-humor, esbravejava contra a indústria de papel, que derrubava as araucárias para plantar aqueles famigerados pinus elliotis, que não produziam nenhum alimento e espantavam a fauna local -- especificamente a gralha azul, agente natural na disseminação e replantio das sementes de pinhão.

aí em março deste ano, teve o caso do mst invadir a planta da aracruz celulose no rio grande do sul. o josé arbex jr. escancarou o tamanho do crime contra o meio ambiente causado por essa indústria em um artigo da caros amigos de abril. até a família real da suécia, acionista majoritária da empresa, desfez-se de suas ações.

e há pouco tempo, nosso ministro da cultura -- sem a menor consideração com a agenda da "ministra-erê" do meio ambiente (reparem na vozinha de criança de centro espírita) -- vende os direitos de uma canção para a publicidade da tal empresa (que deve ter pago o peso em ouro de um casting que reunia o cosmonauta pontes, bernardinho, daiane dos santos e outros que tais).

mas eis que a justiça é feita. segundo o saite do ibase, "A juíza federal Clarides Rahmeier, da Vara Ambiental de Porto Alegre, decidiu nesta sexta-feira (9) que a Caixa Estadual S.A. - Agência de Fomento/RS, o Estado do Rio Grande do Sul e o BNDES deverão suspender, em 48 horas após a intimação, a circulação de qualquer propaganda onde o apelo publicitário seja a mensagem estritamente positiva do plantio de monoculturas de árvores". O texto completo está aqui.

parece, afinal de contas, que os "ciganos" do mst não devem ser os únicos vilões dessa história.

07 julho 2006

o que acho que os vizinhos pensam de mim

sem saco para escrever, faço minhas, sem tirar nem pôr, as palavras do tom waits. depois eu vejo se linko a...bem... música.

04 julho 2006

deu no globo online

Gisele Bündchen acha que está velha demais para ser amada.

faz-me rir, macaca. pensando bem, tadinha dela. vou mandar-lhe um imeio oferecendo meus préstimos. titio garante que, depois de um "vem-cá-minha-nêga" dado com vontade, bota a moça subindo pelas paredes feito lagartixa profissional.

além do mais, gisele, minha filha, você não sabe o que dizem sobre panela velha?

02 julho 2006

carta a um distante amigo

caro federix dieguix de aquinix,

pensei em respondê-lo através dos comentários, mas preferi a ocasião para um bostejo sincero e esclarecedor. minha pinimba com a proverbial "estranha cidade ao sul do brasil" é mais folclórica do que qualquer coisa... se eu fosse explicar o que me desagrada em são paulo, escreveria um tratado; não por serem muitos os motivos, mas por se tratar de uma espécie de amor arrevesado. é uma grande cidade (não apenas em termos geográficos), há tempos tomada por figuras que preferem se orgulhar de uma certa imagem pelega que transmitem ao mundo. onde os caiporas de 22? onde os adonirans e as bocas-do-lixo? onde a rica mistura dos imigrantes e paus-de-arara? onde os angelis, os luíses gês, os plínios marcos e os arrigos da nossa "cidade-luz"? é só fiesp, engarrafamentos, pcc, daslu, perueiros, corínthians, psdb e cadeiões! chega dessa mediocridade pequeno-burguesa colonizada! são paulo definitivamente não merece esse destino...

abraços saudosos do amigo e da cidade.

o brasil perdeu. viva o brasil!

mais uma vez levamos um chocolate da frança. perdemos porque o técnico é teimoso como uma mula empacada, mas principalmente porque não tínhamos time.

o brasil era uma constelação de estrelas e nenhuma coletividade. vinha se sustentando aos trancos e barrancos porque os adversários eram pífios, de modo que bastava confiar na falta de pontaria do adversário e no talento individual dos nossos jogadores para furar uma defesa capenga e balançar a rede.

mas quando encaramos um grupo bem estruturado, entrosado, que corria, marcava e com um esquema tático consistente, deu no que deu. foi a crônica de uma morte anunciada.

fico pensando se não seria o caso de, na próxima copa, fazermos o que foi praxe em 58 e 62. armar a base da seleção com jogadores de um mesmo time, brasileiro. se escalássemos a base do time, um seis jogadores, do cruzeiro, do fluminense ou, vá lá, do internacional (só para ficarmos nos melhores resultados do campeonato de 2006 até agora), aí sim, acho que poderíamos chegar a algum lugar. o resto do elenco poderia ser com os figurões do estrangeiro, para também não contrariarmos o patrão, a nike.

futebol por futebol, os pernas-de-pau daqui estão jogando a mesma coisa, com a vantagem de serem mais baratos e não ficarem abraçando e batendo papinho com os adversários antes do jogo.

29 junho 2006

adiós, cumpá!


acabou de entrar para o time dos "lá-de-cima" o diretor fabián bielinsky. argentino, diretor do genial nove rainhas cantou para subir aos 47 anos, aparentemente de ataque cardíaco. o detalhe mórbido, porém, fica a cargo do lugar: são paulo.

lugar mais besta para se morrer...

mais informações no globo.

28 junho 2006

campeãs de audiência

dois motivos para não perder o jornal da bandeirantes: mariana ferrão e nadja haddad.
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ah, agora tem também o franklin martins.

a gente vai levando, a gente vai levando...

às vezes me acho um ingênuo por acreditar que, no fim, a vontade do povo prevalecerá. não vai. pelo menos não se as coisas continuarem do jeito que estão. não se não tomarmos o destino em nossas mãos. cada vez mais acho que certo estava o diderot (pelos motivos errados): " o mundo só estará a salvo no dia em que morrer o ultimo rei enforcado nas tripas do ultimo padre". falou e disse.
porém, antes de considerarem-me um derrotista neurótico, recomendo a leitura do texto a seguir, retirado do comunique-se:

Triste fim na novela da TV digital brasileira

Antonio Brasil

Como toda novela, a implantação da TV digital brasileira teve um final previsível. Mas não foi um final feliz. Muito pelo contrário. O governo resolveu aproveitar o clima de euforia e o entorpecimento geral dos brasileiros na Copa para anunciar o capítulo final. Destaco algumas manchetes sobre essa polêmica decisão:


"Ministro Hélio Costa confirma acordo com Japão para a TV digital"
"Redes saem vitoriosas com padrão japonês de TV digital"
"TV Digital: Radiodifusores já debatem implantação do padrão japonês"


E como toda novela, os últimos capítulos também já indicavam que certos personagens estariam dispostos a tudo para garantir o final "feliz":

"Globo oferece Copa em TV digital para Ministério das Comunicações, Câmara e Senado"
"Lula elogia 'padrão nipo-brasileiro' de TV digital"


Nenhuma surpresa.

Há muito tempo o noticiário já sinalizava a pressão dos personagens radiodifusores para que o governo não atrapalhasse o enredo e escolhesse logo o padrão japonês. Por que esticar a novela? Principalmente em meio a tantas ameaças.

Ou seja, apesar das recomendações e protestos de diversos setores da sociedade brasileira que insistiam na necessidade de estendermos a trama, Lula preferiu ouvir somente os personagens poderosos da novela: as velhas famílias que há anos controlam a radiodifusão brasileira.

Mas, como em todo folhetim, já surgem críticas e reações contra a qualidade do enredo e a previsibilidade do final.


"Decreto da TV digital mantém monopólio"
"Entidades defendem mais debate sobre escolha do padrão de TV digital"
"Europeus lançam plano para AL e defendem adiamento de TV digital"
"Gil defende decisão sobre a TV digital só após as eleições"


A novela da TV digital brasileira, no entanto, ainda pode nos reservar algumas surpresas.

Segundo o mesmo noticiário, Lula já teria orientado seus ministros a negociar com o Japão as contrapartidas para que o anúncio produza ganho político no ano eleitoral.

Mas o governo japonês já deixou bem claro que não pode garantir a implantação de uma fábrica de componentes no Brasil. Há somente um compromisso de formação de mão-de-obra especializada e ajuda para a criação de condições no país que viabilizem a implantação dessa indústria. Podemos ter caído em um conto do vigário. E o pior. Um conto do vigário japonês.

Em sua decisão, o presidente teria levado em conta o lobby das grandes emissoras de TV do Brasil a favor do padrão japonês. Não seria inteligente contrariar essas empresas no ano em que disputa a reeleição.

Ou seja, sob pressão dos radiodifusores e sem os recursos financeiros do Valerioduto, Lula preferiu garantir pelo menos uma certa neutralidade durante a campanha eleitoral. Ele conhece muito bem o poder do jornalismo investigativo das TVs brasileiras e suas câmeras ocultas para revelar falcatruas e maracutaias. No momento, as câmeras ocultas estão "sob controle".

Neste triste final de novela barata, Lula decidiu por um sistema de TV digital experimental, ainda em construção. Um sistema que não foi adotado por nenhum país da América Latina, do Mercosul e do mundo. Um sistema que não está totalmente implantado sequer no Japão. Seremos cobaias dos cientistas japoneses e estamos isolados nessa decisão.

Essa escolha do governo do Lula põe fim a uma longa guerra de bastidores que envolveu ministros de Estado de países estrangeiros, multinacionais fabricantes de equipamentos, operadoras de telecomunicações e redes de TV.

Mas, pelo jeito, a guerra, ou novela, continua. O governo ainda terá que regulamentar o "modelo de negócios": nessa fase, poderá ser definido quem poderá participar da nova televisão e se haverá ou não mais competição no setor. O Congresso Nacional, que tentou participar da escolha do padrão, agora deve voltar suas atenções para esse "modelo de negócios".

Mas como essa decisão afeta o futuro da televisão brasileira?

Ao privilegiar o padrão japonês, essa decisão deve dificultar a entrada de novos concorrentes, novos canais de TV.

Qualquer que seja o resultado da Copa na Alemanha, por aqui, mais uma vez, perdemos a Copa do nosso futuro. As forças do atraso venceram. O Japão e seus aliados brasileiros, os radiodifusores com capitanias hereditárias, comemoram. Ou seja, nada vai mudar. Tudo vai continuar da mesmíssima forma.

O padrão japonês é melhor para as TVs brasileiras porque é o que trará menos impacto ao seu modelo de negócios. Não haverá a entrada de novos concorrentes, principalmente as temidas telefônicas.

Ainda no noticiário...


"Presidente da Comissão Européia critica populismo na América Latina"
BBC Brasil


O presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso, criticou o avanço do que ele considera "populismo" na América Latina. "É um sinal negativo para o continente. Parece um filme que está voltando para trás", afirmou Barroso em uma entrevista coletiva, sem citar nomes de líderes da região.

E tem mais...

Apesar da decisão do governo pelo polêmico padrão experimental japonês, a campanha de Lula enfrenta problemas televisivos...


Marqueteiro de Lula mostra insatisfação com o tempo na TV

Talvez isso explique...


A festa das concessões
"É impressionante como as coisas funcionam neste nosso País. Entra governo, sai governo e continua a mesma coisa. Vi a listinha dos felizes contemplados com canais de rádio e televisão. Em sua maioria, políticos e igrejas. No Brasil, a radiodifusão "ou é altar ou é palanque'."

Governo Lula distribui TVs e rádios educativas a políticos
"O governo Lula reproduziu uma prática dos que o antecederam e distribuiu pelo menos sete concessões de TV e 27 rádios educativas a fundações ligadas a políticos."

Ministros negam motivação política para concessões
"O ministro das Comunicações, Hélio Costa, e seus antecessores no governo Lula, os deputados federais Miro Teixeira (PDT-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), dizem que não usaram critério político para aprovar as outorgas de rádio e televisão educativas."

Minas Gerais recebe oito emissoras de TV na gestão do mineiro Hélio Costa

"Político mineiro, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, autorizou oito concessões de TVs educativas em seu Estado desde que assumiu o cargo, em 8 de julho de 2005."

E nessa "Copa do Mundo" da TV digital podemos perder a liderança continental para a nossa principal rival. Em artigo recente da Tele Síntese:

TV digital: Argentina pode assumir papel de liderança na América do Sul

"Como, no Brasil, a decisão pelo padrão ISDB japonês é dada como certa, ficou para a Argentina o papel de liderança neste processo continental".

"'Nenhum outro país da América do Sul vai adotar o padrão japonês. Será DVD (europeu) ou ATSC (americano)', afirma Mário Baumgarten, CTO da Siemens, empresa integrante da coalização DVB no Brasil. Segundo analistas de mercado, a escolha de um padrão único seria um grande benefício para a região, que contaria com as vantagens de uma economia de escala."

É, pode ser.

A escolha do padrão japonês significa que o governo quer, antes de tudo, agradar às grandes emissoras de televisão do país em ano eleitoral. E vocês ainda têm dúvida de que o Brasil é "excrusividade" da Globo?

Mas como diz o presidente Lula, "em time que está ganhando não se mexe". Agora só nos resta descobrir "quem" estaria ganhando com essa decisão.

No momento, certamente perdem os defensores da democratização dos meios de comunicação e os produtores independentes, alternativos e comunitários. Desperdiçamos a chance de aumentar a diversidade e a pluralidade de conteúdos televisivos.

Ainda podemos ganhar a Copa do Mundo de futebol. Mas certamente estamos sendo derrotados na Copa por uma televisão brasileira melhor e mais democrática.

26 junho 2006

jebronhas

continuo a série fausto wolff/nataniel jebão com uma série de aforismos filosóficos:

Quem tiver mais de 50 anos e disser que nunca foi corneado jamais comeu ninguém.
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Sou favorável à cota extra para negros nas universidades. Garçons, copeiros e motoristas diplomados custam mais caro, mas são mais eficientes.
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Se você é vegetariana, faça amor com um pepino sem medo de engordar.
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Diogo Mainardi, amigo de Gore Vidal, vai queimar seu terno azul Armani porque Lula está usando um igual. É isso aí, rapaz, não deixe água na bacia.
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Se Shakespeare estivesse vivo, seria office-boy do Paulo Coelho.
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Quem se masturba pensando na própria mulher não sabe o que está perdendo.
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Honesto é o político que uma vez comprado permanece comprado.
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Se em vez de ir para a cruz, Jesus tivesse economizado um salário mínimo por mês, hoje teria um apartamento na Vieira Souto.
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Um homem bem sucedido só necessita saber três palavras: táxi, hotel e champanhe.
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Coma um rato podre pela manhã que nada de pior lhe acontecerá.

com a palavra, jebão

nataniel jebão é o alter ego do impagável fausto wolff (ele não deve gostar nada do adjetivo, mas enfim...). como citado no post anterior, publico o artigo jebônico que saiu na revista f.:

Nossa sociedade
por Nataniel Jebão


Do Epistolário Maldito
Inúmeros leitores vêm escrevendo há meses, impressionados com o sucesso desse JEBÃO entre as mulheres. Já as leitoras querem me conhecer. Para realizarem esse sonho devem se apresentar à minha secretária, srta. Nina Rolas, que já atualizou a tabela de preços de acordo com o último aumento da gasolina (uma lambida no umbigo, por dentro, por exemplo, pode custar muito caro). Os marmanjos, além de quererem saber minhas táticas e mumunhas, torram os meus países baixos, imaginando que posso lhes dizer qual a mulher ideal. A fim de contentá-los, depois de instalar a srta. Nina Rolas debaixo da mesa, ditei-lhe algumas notas sobre o assunto.

Da estonteante beleza jebaica
Meu sucesso se deve ao fato de eu ser bonito, rico, culto, bem-dotado e gostar de mulher. Mulher é bom, mas é preciso ir com calma. Em primeiro lugar, é necessário que ela não tenha pênis. Se tiver, já imaginou a decepção do leitor ao descobrir que o dela é maior que o seu? Também não pode ser escocês e nem pader. Se não tiver pênis, não for escocês nem padre, o leitor pode ir em frente porque é bom.

De árvores, hienas & cia.
Se o leitor, porém, tiver passado dessa fase preliminar e encontrar-se no momento na fase seletiva, as coisas se complicam, porque mulher é um bicho essencialmente complicado. Caso contrário não seria mulher e essa nota não teria razão de ser. Elas se camuflam de todos os modos possíveis a fim de atingir seu objetivo: ir para a cama comigo, e de preferência, sem a companhia das minhas nove esposas. Cuidado, portanto, irmão. Se alguém quiser te apresentar uma "jovem atlética", pode ter certeza de que ela tem uma cintura que parece um tronco de árvore. Se lhe falarem de uma moça "talentosa", prepare-se porque ela é gorda e ri muito alto. Se, porém, ela for uma "grande companhia", cautela, porque vive de porre, mas em compensação não faz doce. Tenha cuidado com as soi-disant "chiques". Geralmente tem mais de 1,90m de altura, nem sombra de seios e são ligeiramente corcundas. Fique longe das que são consideradas "engraçadas". São maníaco-depressivas e farão o leitor se jogar do 18o andar, feliz da vida.

De outras dicas diabólicas
Como descobrir o que realmente se esconde atrás da mulher a qual o leitor foi apresentado e pela qual se crê apaixonado? Se as unhas do pé forem duras, se tiver veias no nariz, se tiver dentes perfeitos, aliás, perfeitos demais, pode ter certeza que ela é velha. Se ela rir muito, tiver longos cabelos repartidos ao meio, gostar de caftãs, usar maiô inteiro, andar principalmente de preto e fora de moda, acredite, a jovem é gorda. Tome, porém, o máximo de cuidado com as mais perigosas: as que usam mais de três brincos, mais de cinco anéis, as pretas que usam sombra branca nos olhos e as brancas que usam sombra preta nos olhos, as que conhecem todos os jargões de psicanálise e querem te modificar. Essas, definitivamente, são malucas. Por mais que os leitores queiram, jamais poderão ser um Nataniel Jebão. Portanto, se quiserem acabar misógenos, olhem-se nos respectivos espelhos, façam sincera autocrítica e tentem esquecer-se de tudo o que disse. A mulher ideal mesmo é aquela que não é homem.

23 junho 2006

o lobo (pensante) solitário


a revista f., tocada pelo allan sieber, leonardo e arnaldo branco é hoje o que a chiclete com banana foi nos anos 80 e a animal nos 90. nesse número, fizeram uma entrevista etílica com o fausto wolff, gaúcho de santo ângelo, escritor, candidato a presidente, e que num país um pouco menos filho da puta, seria considerado o maior jornalista do país (e isso é um elogio!). separo duas declarações do lobo -- uma de seu discurso de posse. depois transcrevo um texto genial de seu alter ego, nataniel jebão:

"Eu voltei lá [em Santo Ângelo], me convidaram para um negócio chamado 'Diáspora'. Esse negócio de diáspora é negócio de judeu... meu pai e minha mãe saíram daqui porque estavam sem grana... então não foram corridos (risos). Tudo bem. Aí eu vou fazer a palestra e tinha que receber uma Comenda do prefeito. Aí eu deia a palestra e eu pergunto 'onde está o prefeito'? O prefeito tinha ido embora. Teve um cara que era um santangelense que aparentemente tinha se dado bem na vida, um cara que eramicrocirurgião. Aí veio o microcirurgião 'ah, mas a minha carreira, é difícil, microcirurgião e tal, mas eu também escrevo poesia'. E disse duas ou três poesias. Aí me chamaram no palco, e eu: 'Meu nome é Fausto Wolff, eu escrevo poesia, mas nas horas vagas sou microcirurgião' (risos). 'Se vocês não acreditam, se alguém tem algum problema...' (risos). É claro que não sou uma pessoa muito bem querida em Santo Ângelo (risos)".
******************************
"L: O negócio da sua candidatura. Fausto Wolff presidente. Primeiro de janeiro de 2007. Discurso de posse.
Minhas senhoras e meus senhores, terei que dizer certas coisas que certamente machucarão algumas pessoas. Essas pessoas eu sugiro que comecem a ri rapidamente porque o meu secretário, o Jonhonho (risos) já está ligando para todos os aeroportos do país. Fechando (risos). de modo que esse meu governo vai ser um governo que eu tenho certeza que agradará a todos. Esse meu governo será pai e mãe. Quem não tiver uma casa, terá. Quem não tiver emprego, terá. Quem não tiver hospital, terá. Quem não tiver terra para plantar, terá. E em termos de terra, acabei de dizer ao meu ministro da agricultura o seguinte: que compre todas as terra que não estiverem sendo usadas. E nós vamos pagar o que os proprietários delas declararam para o Imposto de renda. De modo que a Reforma Agrária já está resolvida. A Reforma Educacional: o Estado é responsável pela educação de todas as crianças. Aquele que depois da educação secundária quiser se especializar em uma universidade, será pago pelo governo, e devolverá ao governo assim que cursar. A partir de hoje, todos somos reponsáveis por todos. A partir de hoje, todos os pais são pais de todas as crianças. A partir de hoje todos poderão se queixar ao Estado. Poderão se queixar no bairro, no município, no estado ou em escala federal. A partir de hoje não há mais propaganda eleitoral. A partir de hoje não há mais propaganda eleitoral. Enfim, a partir de hoje, todos os presídios serão examinados. E quem não tiver que estar no presídio será livre. Coisas absolutamente simples."
******************************
Se ele saísse mesmo como candidato, não anularia meu voto.

21 junho 2006

gênios da publicidade

o comercial da skol nessa copa mostra um maluco peladão invadindo o campo de futebol no meio de um jogo do brasil. aí, um mané na torcida avisa ao telespectador que, se o cara que inventou a cerveja tivesse inventado o torcedor europeu, ele seria diferente. mas eis que surge na tela a imagem, adivinhem, de outro cara pelado! pô, se fosse eu, tinha botado era uma mulher pelada em campo!

ah, esses publicitários paulistas!... como se já não bastasse a namorada me ter deixado com a pulga atrás da orelha dizendo que skol tem "cheiro-de-saco-de-homem" (sic), agora essa do caboclo pelado. eu, héin, tô fora!

ps: antes que comecem a especular, aviso: 1) esse papo "aromático" dela foi antes de me conhecer; 2) não tenho como concordar ou discordar de sua opinião, por absoluta falta de referências.

19 junho 2006

viva d. sebastião, o desejado!

acabei de reler, 10 anos depois, um dos grandes livros que já me passaram pelas mãos: O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, do meu mestre ariano suassuna. antes da reimpressão que saiu há pouco, o livro estava fora de catálogo há uns 30 anos. minha edição é de 1971, encontrada depois de muito esforço num sebo que nem existe mais, em frente ao museu da república, no catete.

um amigo meu, pernambucano, me disse, na época da primeira leitura, que se eu fosse à casa de ariano dizendo que tinha lido o livro, era capaz até de ele me convidar pra almoçar.

o tema seria, canhestramente definindo, uma síntese da cultura nordestina e brasileira, escrita sob o ponto de vista de D. Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, ou D. Pedro IV, o Decifrador, um sebastianista que se acredita o verdadeiro herdeiro do trono do brasil (sem nenhuma relação, como ele mesmo diz, "com os impostores da casa de bragança"). aqui tem uma explicação mais completa sobre o livro e o folclore nele inspirado, em pernambuco.

o "tijolo" (625 páginas, fora o posfácio de maximiano campos), é um gozo, digno de um verdadeiro "gênio da raça" -- o criador de uma "obra completa", que reúne as caracerísticas do "[...] Poeta de estro, cavalgação e reinaço, que é o capaz de escrever os romances de amor e putaria. [...] o Poeta de de sangue, que escreve romances cangaceiros e cavalarianos. [...] o Poeta de ciência, que escreve os romances de exemplo. [...] o Poeta de pacto e estrada, que escreve os romances de espertezas e quengadas. [...] o Poeta de memória, que escreve os romances jornaleiros e passadistas. E finalmente, [...] o Poeta de planeta, que escreve os romances de visagens, profecias e assombrações".

para terminar, transcrevo um poema do livro sobre a morte de d. sebastião. ouvi-o do próprio ariano em uma de suas "aulas-espetáculos". a autoria é de um cantador cujo nome infelizmente não recordo:

"Nosso Prinspo se perdeu
nas terras do Malpassar.
Deitam sortes à Ventura
quem o havia de buscar.
O Cavaleiro escolhido
não se cansa de chorar:
vai andando, vai andando,
sem nunca desanimar,
até que encontrou um Mouro
num Areal, a velar.
- Por Deus te peço, bom Mouro,
me digas, sem me enganar,
Cavaleiro de armas brancas
se o viste aqui passar.
- Desse Cavaleiro, amigo,
dize-me lá os sinais.
- Brancas eram suas Armas,
seu cavalo é
Tremedal.
Na ponta de sua Lança
levava um branco Sendal
que lhe bordou sua Noiva,
bordado a ponto real.
- Esse Cavaleiro, amigo,
morto está, nesse Pragal,
com as pernas dentro d'água
e o corpo no Areal.
Sete feridas no peito,
cada uma mais mortal:
por uma, lhe entra o Sol,
por outra, entra o Luar,
pela mais pequena delas,
um Gavião a voar!
Mas é mentira do Mouro,
seu desejo é me enganar:
o nosso Prinspo encantou-se
nas terras do Malpassar
e, um dia, no seu Cavalo,
ao Sertão há de voltar!"

18 junho 2006

vai para o trono ou não vai?

minha prima mandou um imeio com o vídeo abaixo. tão bom que quase fiz xixi nas calças.

nunca uma canção do u2 teve interpretação tão apropriada...

15 junho 2006

morra de vergonha, bandini

acabei de desperdiçar 117 minutos da minha vida assistindo a "pergunte ao pó", um massacre cinematográfico do livro homônimo de john fante. acho que passar esse tempo com a cabeça enfiada numa privada suja de botequim, dando descarga sem parar, não se igualaria em degradação. graças à nossa senhora da internet, só gastei a eletricidade para baixar o filme, porque se tivesse pago a entrada do cinema, estaria batendo a cabeça na parede de raiva até agora.

é verdade que desde quando anunciaram, no ano passado, que o canastrão do colin farrell estrelaria no papel de bandini, vi que não sairia boa coisa da touceira. mas a violência cometida contra o espírito do livro foi mais devastadora que uma horda de marines com hidrofobia.

mas mr. tom cruise, um dos produtores, provou o estrago que a combinação "dislexia-cientologia-passa-fora-da-nicole-kidman-ração-de-placenta" causou à sua psiquê. ele o diretor robert towne (responsável por pérolas como orca, a baleia assassina e dias de trovão) transformaram uma puta história, patética e pungente, num aguado "love story" alatinado. o único mérito do filme é mostrar a salma hayek nuazinha em pêlo -- o que não é pouco, mas não o suficiente para livrá-los de um merecido regime diário de surras de pau-de-dar-em-doido.

é por essas e outras que a gente acaba tendo que concordar com o desprezo que o john fante sentia pelo cinema...

08 junho 2006

e o outro lado da notícia?

o texto abaixo, assinado por alceu castilho, editor e jornalista responsável pela agência repórter social, foi publicado no comunique-se ontem (07/06).

apenas leiam...

Willian França: "Esses sem-terra não podem ser nem chamados de animais"

Alceu Castilho
Fonte:Repórter Social


Willian França é diretor de Comunicação da Câmara dos Deputados. Seu cargo público e sua hierarquia não o impediram de se pronunciar nos seguintes termos, na noite de terça-feira em Brasília, em relação aos sem-terra presos no Ginásio Nilson Nelson:

- Por que dar comida para esse tipo de gente? São uns animais. Ou melhor, animal, não, porque animal tem noção de onde pode entrar. Esse tipo de gente não pode ser comparada a animais.

Willian fazia os comentários para uma roda de jornalistas. Não era uma exceção. Mas mesmo repórteres que não ousariam falar contra "a turma dos direitos humanos" demonstravam-se pouco dispostos a questionar as ações do poder público subseqüentes à invasão da Câmara pelo MLST.

A deputada Maninha (PSOL-DF), uma entre os quatro únicos deputados que estavam no gramado enquanto se efetuava a prisão em massa de homens, mulheres, adolescents e crianças, sintetizava aquele entardecer em Brasília: "A única vez que vi isso foi em 1969, quando era estudante da UnB e tivemos de sair em fila indiana, de mãos para cima".

A imprensa considerou legítimo o regime de exceção nos gramados do Congresso. Um presidente comunista da Câmara ordenou a prisão de centenas de pessoas, indiscriminadamente, e mais de 500 brasileiros foram detidos no gramado, em frente ao símbolo maior do País. No início o cerco policial mal existia, e as idas e vindas de transeuntes eram evidentes -- mesmo assim, todos que estavam ali foram presos no início da noite e levados em ônibus da PM para o ginásio Nilson Nelson, revivendo algo que os chilenos viveram no Estádio Nacional, na era Pinochet.

À exceção das lideranças, os sem-terra pouco foram entrevistados. O anoitecer em Brasília viu 10 crianças e 32 adolescentes serem presos, sem a presença de assistentes sociais, promotores, juízes. O Estado de Direito brasileiro foi apunhalado em plena Esplanada, mas a mídia adotou o discurso do vilão único -- os sem-terra que invadiram o Congresso.

Enquanto isso, vestidas com roupas de verão, as crianças passavam frio (tem feito frio em Brasília nos últimos dias) e fome. Algumas tinham comido somente às 4 horas. A única que se alimentava era Douglas Freitas, um bebê de 6 meses, ainda amamentando.

Às 22 horas, após algum tempo no Nilson Nelson, as crianças e adolescentes foram levados, com algumas mães ou responsáveis (mas não pais) para a Delegacia da Criança e do Adolescente. Ali a cobertura da imprensa minguou. Ao meu lado agüentava firme uma repórter da Radiobras, Roberta Lopes. Chocada. Cinegrafistas da Globo gravavam as cenas. Um repórter do Globo chegou quando todos já haviam ido embora, às 2 horas desta quarta-feira.

Antes, uma grata surpresa: nada menos que cinco repórteres do Centro de Mídia Independente, uma rede mundial de informações independentes do setor privado, compareceram ao local e fizeram as vezes dos jornalistas da chamada grande imprensa. (Eu estava no local como correspondente da Associação Paulista de Jornais em Brasília, e aproveito aqui partes do relato enviado à rede de 16 jornais.)

Comida de presídio

As crianças seguiam passando um frio que só aumentava. Os adolescentes, uma delas grávida, estavam amontoados nos corredores da delegacia. A assistente social só chegou às 22h30. Em seguida, um comissão da Vara da Infância. Nada disso impediu que as crianças ficassem até a 1h15; os adolescentes, até 1h45.

"Vocês querem que eu encomende lanches do McDonalds para eles?", perguntava o delegado-chefe José Adão Rezende. "Querem que eu os leve para o sofá da minha casa?"

A comida (arroz, batata, salsicha e farofa) só chegou à 1 hora. Veio diretamente do presídio da Papuda.

Na mesma hora chegaram algumas roupas, somente para as crianças. O frio em Brasília tinha aumentado ? e radicalmente, para pessoas que em grande parte tinham vindo do Nordeste. Mas não foi o SOS Criança, do governo distrital, que levou os agasalhos. Foram vizinhos. Voluntários.

Nada disso foi relatado. Aldo Rebelo passou um cheque em branco para o governador Joaquim Roriz, e ninguém estranhou. O presidente da Câmara enviou por volta da meia-noite uma relações públicas à Delegacia da Criança. Ela adotava o discurso ? o mesmo de delegados e policiais - de que a culpa era somente dos pais, pela negligência.

Os jornalistas não podem ser omissos em momentos emblemáticos da cena brasileira. Ou defendem o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Constituição, o Estado de Direito, dos dois lados da moeda (o que necessariamente deve incluir a cobrança do poder público), ou concordam com o senhor Willian França e sua teoria dos animais.

07 junho 2006

get beck to where you once belonged...


cantou pra subir billy preston, cuja folha corrida acumula os títulos de pianista sangue-bom e, junto com o george martin, o de "quinto beatle". preston foi o terceiro. espero que a jam session lá em cima demore pra começar...
...and in the end the love you take is equal to the love you make.

em potuguês e inglês.

21 maio 2006

notícias daquela estranha cidade ao sul do brasil

segundo minha prima que mora em são paulo, a situação na cidade está quase normalizada. o pcc até já liberou o banho de sol para os habitantes.

16 maio 2006

dicção, já!

tenho arrepios todas as vezes que ouço a glória pires dizer que a loja que ela anuncia vai sortear "sessentas televisões" (em vez de seiscentas). também me dóem os ouvidos quando um locutor de tv a cabo anuncia um determinado programa no canal discovery "hum" and health (home).

11 maio 2006

só pra criar polêmica

Recebi por imeio e gostei. diz que é um "horóscopo maldito", que a autoria é desconhecida e que saiu na folha online, mas não posso provar nada.

achei a descrição de todos os signos muito representativa, sem exceção. quanto ao meu, só contesto a parte de "chifrar", para o qual tenho uma incompetência natural. de resto, como diz uma grande amiga sobre meu grupo de amigos (do qual ela também faz parte) "o melhorzinho ali sarrou a mãe no tanque".

Áries (21 de março a 20 de abril)
Você é metido a honesto, sincero e se acha um líder natural. O problema é que você faz tudo ao contrário e não consegue influenciar ninguém. Você gosta de chegar a um determinado lugar e "botar pra quebrar". Isso faz de você um ignorante completo. Na verdade, você arruma confusão em todo lugar que passa, simplesmente porque você quer fazer as coisas do seu jeito, nem que seja na base da porrada. O que você quer mesmo é poder. Você quer chegar ao poder nem que tenha que f... todos em sua volta. A sorte dos outros signos do zodíaco é que você nunca consegue chegar ao poder. Falta inteligência.

Touro (21 de abril a 20 de maio)
Você é materialista e trabalha como um condenado. As pessoas pensam que você é um pão-duro, cabeça-dura, mão-de-vaca, estão certas. Além disso, você é um teimoso desgraçado que faz só burrada na vida e continua fazendo, fazendo, fazendo...Você deve estar se perguntando... Por que eu trabalho tanto e só me ferro? A resposta é simples: sua cabeça-dura não deixa você enxergar um palmo além do seu nariz. Por isso que você trabalha como um condenado e nunca consegue subir na vida. Só leva fumo! E graças a sua teimosia idiota, continua levando, levando, levando...

Gêmeos (21 de maio a 20 de junho)

Você é um falso, "duas caras", fofoqueiro, mentiroso e um grande cara-de-pau. Você não é confiável. É sinistro! No trabalho, faz amizade com todos como se fosse o melhor amigo e depois entrega todo mundo pro chefe. Você é tão safado que ninguém desconfia de você. Você adora ferrar os outros e depois ficar rindo da cara deles. É um galinha! Não tem nenhum conceito de moral e tem caráter duvidoso. Além disso, todos consideram você um canalha mal-resolvido. Geminianos costumam ter muito sucesso para chifrar, e também, no incesto, na prostituição e na cafetinagem.

Câncer (21 de junho a 21 de julho)
Você é um chorão desgraçado, e as pessoas que convivem com você são obrigadas a ficar agüentando você reclamar da sua vida. Você se acha solidário e compreensivo com os problemas dos outros, o que faz de você um baba-ovo e puxa-saco. O que você quer mesmo é ficar "bem na fita". Você só quer saber de se dar bem, custe o que custar, e acaba sempre ficando numa boa, apesar de não valer nada. É, na verdade, um canalha com cara de santo. Quando pressionado você faz chantagem emocional. Chora e faz da sua vida a pior de todas. Por isso, os outros signos do zodíaco nunca desconfiam de você. E o pior é que todos gostam de você.

Leão (22 de julho a 22 de agosto)
Você se acha o máximo, um líder natural. Isso é que você acha! Sabia que todos acham você um idiota? A sua prepotência é insuportável para os outros signos e até para você mesmo. Você não passa de um puxa-saco incompetente querendo se promover a todo custo. Quer ter "status", ser o "rei da cocada preta", mesmo sabendo que não tem condição alguma de ser. Você quer sempre a atenção de todos mas, como não tem inteligência, nem sempre consegue. Daí a sua agressividade. Gosta de botar todo mundo pra trabalhar pra você, enquanto você fica reclamando da vida sem fazer nada.

Virgem (23 de agosto a 22 de setembro)
Você é metido a perfeccionista, observador e detalhista. Gosta de analisar e gerenciar tudo. Essa sua maldita mania faz de você um burocrata insuportável. Você é um bitolado e não tem nenhuma imaginação ou criatividade. Gosta mesmo é de tomar conta da vida dos outros. Critica os outros, "mete o pau", mas não enxerga o próprio rabo. Quando as pessoas dos outros signos do zodíaco preenchem aquele maldito formulário de 15 vias carbonadas, de cinco cores diferentes, que devem ser batidos à máquina, elas não tem dúvida. Só pode ser um virginiano que fez.

Libra (23 de setembro a 22 de outubro)
Você se acha equilibrado, idealista e justo. Parece sentir a necessidade de proteger os outros e lutar contra as injustiças. Na verdade, você só pensa em si mesmo. Você é um engomadinho metido. Gosta de coisas sofisticadas e de alto nível, mas não passa de um ignorante desinformado. Nas conversas, quer falar sobre coisas intelectuais, como literatura e arte, e dificilmente entra em assuntos polêmicos. Quer ser politicamente correto. Na realidade você é um grande "fazedor de média". Isso esconde sua verdadeira cara. Dessa forma, os outros signos nunca saberão seu real interesse, que é f... os outros. Afinal, você é um teimoso, ignorante e ambicioso.

Escorpião (23 de outubro a 21 de novembro)
Você é o pior de todos. Você é desconfiado, vingativo, obsessivo, rancoroso, vagabundo, frio, cruel, antiético, sem caráter, traidor, orgulhoso, pessimista, racista, egoísta, materialista, falso, malicioso, mentiroso, invejoso, cínico, ignorante, fofoqueiro e traiçoeiro. Você é um canalha completo. Só ama sua mãe e a si mesmo. Aliás, alguns de vocês não amam nem a mãe. Você é imprestável e deveria ter vergonha de ter nascido. Escorpianos são tiranos por natureza. São ótimos nazistas ou fascistas. Adora pisar os outros e tem um orgasmo quando vê alguém no buraco. Pelo bem dos outros signos do zodíaco, os escorpianos deveriam ser todos exterminados.

Sagitário (22 de novembro a 21 de dezembro)
Você é um otimista e tem uma forte tendência em confiar na sorte. Isso é bom para você, já que é imprudente, irresponsável, limitado e não possui nenhum talento. Como não tem competência, sempre arruma uma forma de se desculpar de suas burradas na vida. E sempre põe a culpa nos outros. Mas na verdade você que é incompetente mesmo. Você é um teimoso, ambicioso e metidinho. Na verdade, você é um idiota fracassado. Além do mais, seu conceito de ética e moral é limitado. Você é um puxa-saco, galinha e gosta mesmo é de sacanagem. Quando consegue alguma coisa na vida é sempre de forma obscura.

Capricórnio (22 de dezembro e 20 de janeiro)
Você é metido a sério, conservador e politicamente correto. Na verdade você é um materialista, falso, ambicioso e safado. Você tem uma tendência de ser enrustido em tudo. Você é frio, não tem emoções e freqüentemente dorme enquanto está transando. Você gosta de manter as aparências e quando encontra um "amigo", abraça, deseja tudo de bom... Mas na primeira oportunidade puxa o tapete dele e depois vai dormir de consciência tranquila. Você nunca joga limpo e sua frieza faz de você um sanguinário completo. Mas que importa? Se a grana está entrando... ótimo!

Aquário (21 de janeiro a 19 de fevereiro)

Você provavelmente não é desse planeta. Tem uma mente inventiva e dirigida para o progresso. Você mente e comete os mesmos erros repetidamente porque é imbecil e teimoso. Você adora ser o "do contra". Pensa que tem opinião formada sobre tudo. Na verdade, você é egoísta e gosta mesmo é de aparecer. Mesmo que esteja entre um milhão de pessoas, você quer ser o diferente. Você nunca segue os padrões. Isso faz de você um metido nojento. Você se acha o moderninho. Acha que está à frente dos outros signos do zodíaco. Você não tem nenhuma moral. Se você for homem deve ser um galinha e, se for mulher, aposto que nem perguntou o nome do último cara com quem dormiu!

Peixes (20 de fevereiro a 20 de março)
Você pensa que todo mundo é cabeça de bagre e só você é o esperto. O que você não sabe é que, na verdade, você é o grande cabeça de bagre. Você se acha o sujeito mais inteligente do mundo e tem a maldita mania de achar que os outros precisam de sua ajuda. Você se acha superior e considera os outros idiotas. Adora reprimir tudo e todos. É impaciente, mal-educado e fica dando conselhos fúteis aos outros e sempre consegue afundar as pessoas que seguem seus conselhos idiotas. Você não passa de um desorganizado, não tem praticidade alguma e não sabe nem em que planeta vive. Quando alguém te questiona, você recorre ao misticismo, uma vez que sua inteligência é limitada.

autonomia, ainda que à tardinha

como li por esses dias (o autor não lembro), não entendo a razão da autonomia da petrobras se ela não vai fazer o preço do combustível baixar.

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e já que falamos nela, aqui tem um pequeno retrospecto para quem ainda considera o psdb ("pernósticos sugadores do brasil", conforme o texto)uma alternativa.
por fernando siqueira (e hélio fernandes), via fausto wolff). só uma palhinha:

"1993

Neste ano, o então ministro FHC promoveu um corte de 52% no orçamento de 1994 da PETROBRAS. Isto só não paralisou a empresa porque estourou no Congresso o escândalo do Orçamento, impedindo que se fechasse o orçamento geral da União antes de outubro de 94. Ainda assim a PETROBRAS teve retardados diversos projetos em andamento.

1994

Através do Departamento Nacional de Combustíveis, o ministro FHC promoveu uma manipulação da estrutura de preços que transferiu, permanentemente, da PETROBRAS para as multi nacionais da distribuição cerca de US$ 3 bilhões/ano. Nos 6 meses que antecederam a URV o governo deu dois aumentos por mês aos combustíveis para compensar a desvalorização diária da moeda nacional frente ao dólar.

Nesses aumentos, a parcela da PETROBRAS aumentava abaixo da inflação enquanto a das distribuidoras aumentava acima da inflação. De dezembro de 93 a abril de 94 os aumentos foram de: a) inflação 536%; b) parcela da PETROBRAS 491% e c) distribuidoras 703%. Com a Urverização os ganhos e perdas respectivas se tornaram permanentes, criando no Brasil a maior margem de distribuição do mundo.

Ainda em 1994, no governo Itamar, as estatais estratégicas, durante o processo de Revisão Constitucional, enviaram os seus técnicos a Brasília para dar informações sobre os dados significativos das empresas. Isto ajudou a impedir que a Revisão Constitucional se realizasse. No governo FHC os empregados foram proibidos de ir ao Congresso conversar com os parlamentares sob pena de demissão. O Decreto 1.403 de fevereiro de 95 criou o SIAL - Serviço de Informação e Apoio Legislativo, que foi o grupo de "Intelligentzia" criado com a missão de verificar a ida dos empregados para fins de demissão.

1997

Cria a ANP e nomeia o genro para comandar o processo de engessamento da Petrobras.

Corte de R$ 1 bilhão nos investimentos. Obriga a empresa a apelar para parcerias. Os parceiros, que nada investiram, passam a repartir os lucros.

FHC cria a ANP - Agência Nacional do Petróleo, presidida pelo seu genro ivatista David Zilbersztajn. A ANP tem se mostrado a inimiga nº 2 da Petrobras. Atrapalha a empresa, cria fórmulas e dispositivos que a desfavorecem como a portaria nº 3 que a impede de se defender da inflação e da correção cambial. Dá 3 anos para a PETROBRAS pôr em produção os seus campos em águas profundas, enquanto estabelece o prazo de 8 anos para as demais concorrentes. "E dá outras nocivas providências".

Obriga a empresa a apelar para parcerias. Áreas onde ela investiu pesado, correu todos os riscos e desenvolveu tecnologia, é obrigada agora a dividir os lucros com aquelas empresas que não quiseram correr os riscos. É como se a PETROBRAS comprasse um bilhete premiado e fosse obrigada a repartir o prêmio, recebendo só a metade do valor da compra do bilhete.
"

e tem muito mais. vai ver o tamanho do estrago...

10 maio 2006

por favor, não bata nos meus neurônios

sou favorável à criação de um subgênero classificatório no cinema: "comédias com o ben stiller".

06 maio 2006

o país do futuro? que futuro?

"Os sertanejos ricos daquele tempo eram todos de orgulho desmedido. Habitando um extenso país, de população muito escassa ainda, e composta na maior parte de moradores pobres ou de vagabundos de toda a casta, o estímulo da defesa e a importância de sua posição bastariam para gerar neles o instinto do mando, se já não o tivessem da natureza.

Para segurança da propriedade e também da vida, tinham necessidade de submeter à sua influência essa plebe altanada ou aventureira que os cercava, e de manter no seio dela o respeito e até mesmo o temor. Assim constituíam-se pelo direito da força uns senhores feudais, porventura mais absolutos que esses outros de Europa, suscitados na média idade por causas idênticas. Traziam séquitos numerosos de valentões; e entretinham a soldo bandos armados, que em certas ocasiões tomavam proporções de pequenos exércitos.

Estes barões sertanejos só nominalmente rendiam preito e homenagem ao rei de Portugal, seu senhor suserano, cuja autoridade não penetrava no interior senão por intermédio deles próprios. Quando a Carta Régia ou a provisão do governador levava-lhes títulos e patentes, eles a acatavam; mas se tratava-se de coisa que lhes fosse desagradável não passava de papel sujo. (...) Exerciam soberanamente o direito de vida e morte (...) sobre seus vassalos, os quais eram todos quantos podia abranger o seu braço forte na imensidade daquele sertão. Eram os únicos justiceiros em seus domínios, e procediam de plano, sumarissimamente, sem apelo nem agravo, em qualquer das três ordens, a baixa, a média e a alta justiça. Não careciam para isso de tribunais, nem de ministros ou juízes; sua vontade era ao mesmo tempo a lei e a sentença; bastava o executor.
"

josé de alencar, in "o sertanejo" (1875).

04 maio 2006

aos meus três leitores fiéis

rapaziada, tá dando, não. vou ali e volto já. por enquanto, leiam o povo da coluna à direita, para se distrair...
até daqui a pouco.

14 abril 2006

até a chica tem fotolog!

depois de muito miado reclamando da gatinha, resolvemos abrir o "chica fedida".

o mundo está perdido, mesmo...

13 abril 2006

porque eu amo a danuza leão

declaração na revista veja de 29 de março:

"Eu tenho pavor de criança pequena. Criança, só quando consegue dialogar. Antes disso, um bom colégio interno na Suíça".

é quase o que eu costumo dizer, de brincadeira (?): "só me apresentem meu filho junto com o primeiro boletim".

12 abril 2006

retrato do brasil

"um amigo me contou que era um ótimo lugar, onde uns cem nazistas viviam sem ser incomodados".

ronald biggs, em entrevista na bandeirantes para marília gabriela, explicando porque escolhera o brasil para refugiar-se, depois do assalto ao trem pagador, em 1963, na inglaterra.

a declaração, publicada na veja de 11/06/1986, foi retirada do livro "Cães de Guarda - jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988", da historiadora beatriz kushnir (pg. 146). segundo o livro, a entrevista foi proibida de ir ao ar pelo chefe do serviço de censura de são paulo, drausus seiman dorneles coelho, sob o argumento de que biggs "denegria a imagem do país".

então tá...

09 abril 2006

meu pé de laranja-lima

às vezes, quando alguém me fala de alguma tragédia, vivida ou ouvida, recordo-me da frase "por que contam coisa às criancinhas?", do livro meu pé de laranja-lima, de josé mauro de vasconcelos.

quem tem mais de trinta dificilmente não saberá a que me refiro. o romance autobiográfico, lançado em 68, fala sobre a infância pobre de um menino num subúrbio do rio. a única alegria de sua vida miserável é a companhia de um confidente imaginário, seu pé de laranja-lima.

a tristeza dilacerante do livro marcou-me desde quando o li, aos nove anos, para o colégio. de noite na cama, a cada página, dava arrancos de cachorro atropelado, que só não preocupavam em excesso minha mãe porque ela mesma já tinha sido "vítima" de zezé, do portuga e do pé de laranja-lima. foi por causa delels que descobri o que é a dor da incompreensão, da humilhação da pobreza, da perda. ali aprendi que amadurecer dói, e que, no processo, o mundo pode ser um oponente desleal. e o sofrimento, até então, estava apenas começando.

à medida que escrevo essas linhas, voltam algumas passagens do livro, despertando emoções há muito recalcadas. e mais uma vez me pergunto:

"por que contam coisas às criancinhas?"

08 abril 2006

alvíssaras!

depois de um ano de molho sem escrever, a tati voltou, e de cara nova (eu, incrivelmente, sobrevivi a esse tempo. o tijucano é antes de tudo um forte...).

espia .