depois de trabalhar, fui com a tereza tomar um chope de fim de ano na cobal. o clima estava agradável e a lua estupidamente cheia desperdiçava beleza para um monte de bêbados incapazes de levantar os narizes acima das tulipas.
o cansaço acumulado das noites passadas estava me deixando muito disperso. mas também colaboravam as meninas, muitas. de todos os formatos, tamanhos e etnias, para todos os gostos. mal conseguia prestar atenção aos planos para o trabalho no ano que vem, às últimas pendências, e às questões filosóficas que nunca saem da nossa pauta.
mais tarde, voltando do banheiro, lembrei de uma frase de uma amiga, queixando-se de estar só no dia dos namorados. "o mundo é feito para casais".
achei-a exagerada na ocasião, mas o tempo e a solidão confirmaram a afirmativa. tudo é feito para dois e a dois. de publicidade às diárias de hotéis.
e ao meu redor, todas aquelas mulheres desfilando desacompanhadas. talvez o ximenes esteja certo com a coisa das homonóicas. o senso comum diz que não dá para viver só, mas ao mesmo tempo, há um esforço, uma propaganda, uma campanha subliminar, sei lá!, para vender homens e mulheres inatingíveis. as mulheres compraram isso, e salvo exceções, se tornam escravas de dietas, academias e cosméticos (a concorrência é grande, qualquer uma pode levar seu homem!), enquanto vivem a insatisfação oscilando entre o brucutu ("não respeita meus sentimentos") e o sensível ("será que é bicha?").
não que eu esteja reclamando, mas graças a esse padrão, caras como eu têm que utilizar de todas as artimanhas para conseguir alguma coisa.
ponto para as que sabem que o tempo urge, e que o importante é saber agarrar as oportunidades.