é quase um pecado conspurcar o nome de mestre Ariano Suassuna situando-o ao lado do (pé-de-pato, mangalô três vezes!) ex-presidente cheirando collor de mello.
é que ontem estava na casa da minha mãe e assisti os dois na tevê (não juntos, claro). primeiro o collor na gimenez, com um orte de cabelo inacreditável de ridículo, tentando passar uma imagem de bom-moço-injustiçado. acredito que ele estava dopado, tamanha sua calma. no auditório, a ex-primeira fuinha rosane collor. magra pacas, era só olhos, gengivas e limpa-trilhos. tão esticada que não deve conseguir mais piscar (os olhos!). deve ser um castigo ser condenado a dar de cara com aquele tribufu toda manhã. mas ele merece muito mais...
depois, a redenção com Ariano Suassuna, na tevê senac. na pauta, o de sempre: o sucesso de sua obra, a origem de seus personagens, o brasil oficial e o brasil real, conceitos apropriados de Machado de Assis, e a globalização. sobre essa última, deu show.
separou globalização desse novo colonialismo cultural que nos tem sido impingido. "por ser internacionalista é que sou contra essa falsa internacionalização", sapecou. e concluiu dizendo que a cultura deve ser sim, mundial, mas que "na vasta sinfonia da cultura universal, cada país deve contribuir, igualmente, com sua nota. e não apenas receber o lixo que vem de fora".
óbvio, mas é o tipo de declaração que nunca é suficientemente repetida.
assino embaixo e dou fé.