09 fevereiro 2004

meu bisavô

seu nome era eustórgio wanderley. isso mesmo, eustórgio. pernambucano do recife, nasceu em 28 de fevereiro de 1882, cantou para subir em 31/05/62, antecipando em 11 anos e um dia meu nascimento.

foi jornalista (desde os 15 anos), poeta, dramaturgo, cenógrafo, músico, escritor e pintor laureado pela academia nacional de belas artes. entre suas muitas artes, participou durante anos da revista o tico-tico, (tendo escrito alguns números quase inteiros, sob pseudônimos como maurício maia, venceslau semifusa e trancoso); escreveu dois volumes intitulados tipos populares do recife antigo, que reúnem diversas crônicas ilustradas por ele mesmo; em 1925, como integrante do ciclo de cinema de recife, roteriza e dirigir o filme história de uma alma, considerado o projeto mais ambicioso da época(e que quase o levou à falência), sobre a vida de santa teresinha de lisieux.

a última que descobri foi que ele deu um pitaco no hino nacional. osório duque estrada tinha recém-escrito no primeiro verso da segunda parte:

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil,
jóia da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!


e meu bisavô então escreveu-lhe dizendo que o jóia, pela métrica, seria cantada joiá, o que não convinha de forma alguma. e sugeriu ao poeta que trocasse o termo por "florão". dito e feito.

ao invés de facilitar...

bom, acho que sei a quem puxei, afinal de contas.