07 fevereiro 2004

raduan nassar

peguei para folhear (ainda não posso ler nada) o "lavoura arcaica" do salsão. a prosa poética do raduan nassar tem algo de hipnótico, de embriaguez de clarinete. logo me remeto à beleza das imagens que o luiz fernando carvalho extraiu do texto, sem perder a fluência da prosa. do outro filme, não gostei.

meu primeiro contato com a obra do autor foi na faculdade, através do conto ventre seco. a intensidade e o estilo da prosa logo me seduziram, mas sequer sabia a nacionalidade do autor. parti numa pesquisa incessante, até seus livros serem reeditados pela companhia das letras.

curiosa, a decisão de deixar a carreira de sucesso como literato para a criação de galinhas, no interior de sampaulo. como se chegasse à conclusão que o que vale é o torvelinho da vida, e não sua representação estética. mas para isso, ele primeiro mostrou que subjugou o leão da arte.