18 março 2004

o recruta jorge duílio lima menezes e outras coincidências

acho que minha paixão por jorge ben é genética. ontem lembrei-me de uma conversa que tive com minha mãe, há alguns anos, quando não tocava outra coisa no meu toca-discos (sim, queridos, sou praticamente jurássico...hoje me arrependo de ter me desfeito da vitrola).

contava-me ela que, com mais ou menos treze anos, freqüentava muito a casa de uma prima por afinidade, que anos mais tarde viria a ser minha madrinha. Esta já era casada com meu padrinho, um bem-sucedido editor de jornal, cujo irmão mais novo estava servindo o exército. e sempre que deixava o quartel, ele dava um jeito de visitar seu irmão mais velho, no leme, levando consigo um colega, acompanhado de um violão. eles passavam horas sentados no quarto de empregada, cantando e tocando. minhã mãe e sua irmã caçula acabavam ficando por ali também, curtindo o som.

O rapaz do violão chamava-se jorge duílio lima menezes, anos mais tarde conhecido internacionalmente como jorge ben, e depois, ben jor (para acabar com as confusões entre ele e o george benson no exterior).

aliás, meus pais têm algumas histórias curiosas ligadas ao mundo artístico - embora nunca tenham feito parte dele:

- quando era menina, minha mãe teve aulas de violão com um certo "seu meira", que como ela, morava em são francisco xavier, entre o maracanã e o rocha, ao lado da estação de mangueira. seu professor era ninguém menos que jayme thomas florêncio, vulgo "meira", que junto com horondino jose da silva, o dino 7 cordas, e waldiro frederico tramontano, o canhoto (cavaquinho), formavam o grupo que gravara os discos clássicos do cartola pela marcus pereira discos.

na abertura de amor proibido (do seu primeiro disco, gravado em 1974, aos 65 anos), cartola chama o dino, meira, canhoto e gilberto (surdo e pandeiro) para "mandar brasa".
(discografia e repertório aqui.)

- meu pai, então tenente do exército, teve algumas dores de cabeça por conta da disciplina e o desleixo sistemático de um certo "sargento martinho", que servia em sua companhia. logo em seguida, ele deixaria o exército e se tornaria mais conhecido como martinho da vila.