contariando todas as expectativas e clichês que rondam o mundo do samba, paulo vanzolini não é carioca, preto ou pobre. o compositor paulista é zoólogo doutorado por harvard, e branco como uma porta. é uma pena que ele não toque sem parar, porque o camarada é muito bom. ano passado saiu uma caixa reunindo sua obra, que o salsão muito sabiamente comprou. dela, separei essa peróla. tentem visualizar as situações que ele descreve (quase caí da cadeira de tanto rir, na prmeira vez que a ouvi):
Não vou na sua casa
Não vou na sua casa e não é à toa
Eu ando ressabiado com sua patroa
não sei se ela achou graça
Nós entrarmos na cachaça
Em companhia da empregada.
Você diz que não é nada, mas acho capaz
De ela estar zangada.
Demos risada de eu rolando pela escada
Rimos bastante com você em cima da estante,
E a Balbina, subindo pela cortina, Estava coisa muito fina,
Estava mesmo um amor.
Mas sua patroa, apesar de boa pessoa,
Inda não sei se ela tem senso de humor.
Você de cinta e sutiã estava uma uva
e o maiô dela me caiu como uma luva
E a Balbina, toda cheia de fricote,
Como Vênus Hotentote pôs Brigite no chinelo,
Mas sua senhora, estou pensando até agora,
Se ela estava rindo branco ou amarelo.