maluco! mó tempão que não bostejo. deixei de dar minhas bordunadas porque a vida anda a mil (ou a passos de cágado, dependendo do ponto de vista, mas pressinto mudanças radicais no ar. embora ainda não as saiba para o bem ou mal, escuto o silêncio que antecede o esporro).
mesmo sabendo que "não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada" (valeu, álvaro de campos), sou um cara atento. adoro o xexéo desde os tempos do jb, ouço todo dia sua coluna com o cony e o heródoto barbeiro na cbn, mas ultimamente ele tem deixado a desejar...primeiro foi o vacilo de confundir a hilda hist com a lya luft no rádio, na ocasião do falecimento da primeira. e hoje, enquanto eu calmamente folheava o caderno zona sul d’o globo no banheiro, dei de cara com uma coluna do citado coleguinha na matéria de capa, sobre o renascimento dos cineclubes.
estranhei o título de cara: Godard, Hengel, Marx e Truffaut. peralá, Hengel????????? li a coluna. ele conta que, nos primeiros cineclubes, os debates depois dos filmes faziam a cabeça da rapaziada. e fecha com a frase:
Só que as cabeças já chegavam feitas às salas de cinema improvisadas. Não por Marx ou Hengel, mas por Godard e Truffaut.
incrível! qual um dr. frankenstein das ciências humanas, ele fundiu hegel com engels! essa foi a relação teórica mais arrojada que já vi.
ou pode ser que eu esteja fazendo piada da minha própria ignorância. dei uma googada em hengel, e descobri que existe um estudioso alemão chamado martin hengel, autor de uma obra considerada um marco nos estudos sobre o processo de helenização do judaísmo palestino, Judaism and Hellenism, entre outros livros. ok, xexéo, mea culpa, mea maxima culpa...