tendo finalmente completado a mudança da antiga casa, deparei-me com a tarefa de reduzir uma pilha babilônica de papel aos padrões aceitáveis. esbarrei com antigos trabalhos e anotações do período de faculdade, praticamente todos relacionados à aula de português da conceição - sem sombra de dúvida, a única matéria que justificou os quatro anos de curso. vou bostejar os mais queridos, para azar de quem os ler.
o texto a seguir é fruto da primeira aula, quando ela já entrou de sola, pedindo para que escrevêssemos a seguinte redação: "quem sou eu?". a minha ficou entre as lida em voz alta para a turma, o que me encheu de orgulho e vergonha.
Bom, eu sou esse nome aí no topo da página. Mas às vezes não sou apenas um nome. Sou também adjetivos. Vários. Poderia gastar cadernos e mais cadernos só me adjetivando. E não seria narcisismo, não. Porqeu nem todos os adjetivos que me dou são agradáveis; mas esses eu prefiro guardar para mim mesmo.
é lógico que há também os que me atribuem. Alguns são simpáticos, outros não são do meu agrado, mas normalmente consigo sobreviver a eles. E até gosto, porque me servem de ponto de partida para auto-análises e reavaliações de comportamento.
Acho que poderia falar mais de mim, mas não gosto de parecer impertinente - não há nada mais maçante do que alguém falando de si mesmo o tempo todo. não é mesmo.