achei louvável a iniciativa da globo de exibir no fantástico um quadro sobre filosofia. no entanto, ouvi muita gente reclamando que não entendia patavina do que dizia a pop-filósofa-e-atriz vivane mosé.confesso que eu mesmo tive dificuldade em não derivar a atenção ao tentar acompanhar seu raciocínio.
mas a culpa talvez seja, como dizia mcluhan, do meio, que não comporta a mensagem. quase sempre, a tv tem o efeito terapêutico de um aquário, ainda mais no domingo à noite: só que em vez de peixinhos, a dança é de imagens sucedendo-se a cinco mil rpm -- em ambos os casos, igualmente carecendo de sentido.
é bem provável que a experiência figure, daqui a uns cinquenta anos, em uma coletânea da emissora como exemplo de ousadia no formato de transmissão de cultura para os rastaqüeras, ao lado de 'hoje é dia de maria" (alguém assiste isso?). mas como em time que tá ganhando não se mexe, a globo voltou à seara que lhe é familiar -- estimular o misticismo obscurantista. ao invés de sócrates, kant e schopenhauer; tia neiva, ogun e o gautama. estes sim, capazes de responder às questões às questões primevas da humanidade.