16 dezembro 2005

comunicado

sinto informar aos amigos e eventuais leitores que Multivac, meu computador jurássico, acaba de nos deixar (a mim na mão), depois de anos servindo a mim e a outros donos anteriores. motivo de seu passamento foi falência múltipla de placa-mãe, processador e afins.

em respeito a ele e à tatiana (que não deve ficar tão satisfeita assim de me ver empoleirado na máquina dela, mas, justiça seja feita, jamais reclamou ou sequer deu um muxoxo), os bostejos seguirão num ritmo assaz lento até a substituição do bravo Multivac por um congênere mais adequado às necessidades tecnológicas de hoje.

descanse em paz, Multivac. nós que seguimos sem você o saudamos.

antes de despedir-me, gostaria de transmitir minha mensagem de natal, retirada do fragmento 154 (capítulo vi) do livro "a sociedade do espetáculo", do titio guy debord (lê-se "gui"). a propósito, acho a tradução da editora contraponto é melhor que a do link acima:

"Esta época [atual], que mostra seu tempo a si mesma como sendo essencialmente o giro acelerado de múltiplas festividades, é também uma época sem festa. O que era, no tempo cíclico, o momento da participação de uma comunidade no dispêndio luxuoso da vida, é impossível para a sociedade sem comunidade e sem luxo. Quando as suas pseudofestas vulgarizadas, paródias do diálogo e da doação, excitam a uma despesa econômica excedente, elas só trazem a decepção, sempre compensada pela promessa de uma nova decepção. O tempo da sobrevivência moderna deve, no espetáculo, tanto mais vangloriar-se quanto menor for o seu valor de uso. A realidade do tempo foi substituída pela publicidade do tempo".

fica também registrado como dica de presente de natal. até breve.