02 dezembro 2005

polícia (?) para quem (?) precisa (?)

transcrição de notícia do jornal nacional de ontem:

01.12.2005
Traficantes fuzilam quatro pessoas


De madrugada, um telefonema anônimo levou a polícia até um carro. Dentro dele estavam quatro homens mortos a tiros e um cartaz que avisava: ali estavam os corpos dos bandidos que tinham atacado o ônibus na noite de terça-feira quando cinco pessoas morreram e 14 ficaram feridas.

Dos quatro homens mortos pelos bandidos, em dois casos já há a confirmação. Eles realmente participaram do atentado. A identificação foi feita no Instituto Médico Legal por vítimas sobreviventes do ataque ao ônibus da linha 350.

O diretor do IML diz que as vítimas examinaram fotos feitas pela polícia dos bandidos mortos. E reconheceram dois dos criminosos mais violentos daquela noite.

"A um deles foi atribuído até ter sido aquele elemento que espalhou combustível dentro do ônibus e o outro foi o que aterrorizou as vítimas", contou Roger Ancilotti, diretor do IML.

A polícia do Rio reforçou o patrulhamento na área do atentado. O secretário de segurança do Rio, Marcelo Itagiba, foi pessoalmente acompanhar a operação. E denunciou a tentativa dos traficantes de diminuir a revolta da população matando comparsas.

"Se tem mais quatro mortos, mais quatro homicídios foram praticados e é isso que precisa ficar claro: um crime não justifica o outro - se foram pessoas que praticaram aquela ação deveriam estar presas e apresentadas à justiça. Quem os matou é tão criminoso quanto os que tacaram fogo no ônibus", alegou Itagiba.

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Sérgio Cavalieri Filho, diz que as autoridades precisam reagir com rigor a esse tipo de provocação.

"Tem que haver uma reação proporcional a ação. E essa reação proporcional a ação não é do bandido, ela tem que ser do poder público", disse ele.

O atentado ao ônibus repercutiu em outros países. O canal de TV CNN em espanhol apresentou uma reportagem com detalhes.

No Brasil, a repulsa ao crime bárbaro aumentou hoje ainda mais com a tentativa dos próprios bandidos de passarem por cima da lei com a execução de comparsas.

"É um outro ato criminoso, perverso, calculado e que não pode ser aceito pela sociedade. Ninguém pode se colocar acima da lei e trazer para si o direito de eliminar vidas, fazer justiciamento, praticar extermínio de pessoas", acredita Mário Mamed, Secretário Nacional de Direitos Humanos.

"Acreditamos que neste momento o trabalho fundamental, além da repressão, é um trabalho de inteligência que mapeia as coisas, desvendem as autorias e puna de uma maneira implacável os culpados por esta barbaridade", disse o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos.

Os passageiros da linha 350 que fazem a viagem no mesmo horário do atentado ainda sentem medo.

"O cidadão chega a uma hora dessa do trabalho e ainda tem que passar por essa situação dessa", lamenta um passageiro.

"A gente fica indignado, mas o que fazer? Não está nas nossas mãos o poder de resolver a situação", disse outro.

Hoje foi reconhecido o corpo de mais uma vítima. É o gerente de um supermercado, Luis Antônio Vieira Carvalho. O filho dele desabafou: "Estou me agüentando não seu como. Era um pai exemplar, meu amigão. Eu perdi eu acho o único amigo que eu tinha. Realmente, amigo.

Dois corpos ainda não foram identificados. O homem que perdeu a mulher e a filha de um ano falou pela primeira vez. Ele tem queimaduras em 30% do corpo. E se lembra bem do que aconteceu.

"Muito fogo, eu falei: 'eu tô queimando, eu tô queimando' e minha esposa segurou minha filha pra eu tentar quebrar o vidro do ônibus. Mas eu não consegui. Na hora que eu olhei pra trás minha esposa tinha sumido, só tinha fogo e foi quando eu caí pro lado de fora queimando em chamas e pedi alguém pra ajudar que minha filha estava lá dentro, mas foi em vão", contou.


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uma bela mobilização voluntária das comunidades carentes, para realizar o trabalho que a secretaria de segurança do estado não consegue. o governador precisou defender sua honra, alegando que "a polícia faz o que pode". a governadora, nem isso fez. (o rio inovou ao ter no comando duas cabeças. que pensam menos que uma). está dodói, estressada. que maldade, ninguém avisou que administrar é um pouco mais trabalhoso que esquentar a janta do marido e tomar a lição dos nove pimpolhos?

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29/11/2005

Conde assume como interino e divide a agenda com Garotinho

A governadora Rosinha Garotinho decidiu passar os 15 dias de descanso, prescritos pelo médico do Palácio Laranjeiras, Enéas Cota, na Ilha de Brocoió, residência de verão do governo do estado. Vítima de estresse e de virose, Rosinha ficará de licença até 12 de dezembro. O vice-governador Luiz Paulo Conde já enviou à Assembléia Legislativa mensagem informando sobre a sua interinidade. Ele e o secretário estadual de Governo, Anthony Garotinho, dividiram os compromissos agendados ontem para Rosinha.

Garotinho, que chegara a anunciar que renunciaria ao cargo em novembro, decidiu permanecer no governo até o fim de dezembro, quando todos os secretários que concorrerão nas próximas eleições serão exonerados.
Jornal: O GLOBO Autor:
Editoria: Rio Tamanho: 142 palavras
Edição: 1 Página: 18
Caderno: Primeiro Caderno


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no entanto, virose de assalariado só pode durar, no máximo, dois dias. mas gostei da idéia, da próxima vez que ficar estressado, vou dar uma pinta em brocoió (atenção, naturistas e natarados, não é abricó!).

a agenda do "portal do cidadão" confirma: "No momento não há compromisso na agenda da Governadora!" assim mesmo, com exclamação. será de alívio ou alegria, já que a assessoria de imprensa desfrutaria duas semanas sem os malabarismos habituais para explicar tanta burrada. maldito 350!

já que os traficantes estão tomando conta da segurança -- o novo dono da rocinha prometeu acabar com os assaltos, de são conrado ao humaitá --, poderíamos mandá-los nossos impostos para que melhorem seu aparato. em troca, por exemplo, todos os velhinhos glaucomatosos de copacabana poderiam receber uma ração semanal de maconha (fonte: faculdade de química da ufsc).

no mais, por que as autoridades ficaram tão alarmadas? afinal, foi por seu intermédio que a população "garantiu seu direito" à autodefesa. então pobre também pode. viva a lei de talião, ora bolas!