11 setembro 2006

a vingança é um prato que se come frio, muito frio...

não sou um camarada rancoroso, mas tenho dificuldade em perdoar mau-caratismo e baixeza (como deve saber agora o ex-chefe que me deu um calote no valor de um carro popular, por sete meses de trabalho, e que na audiência teve a desfaçatez de dizer na minha cara que tinha a consciência tranqüila de que não me devia nada, porque eu jamais havia trabalhado para ele. eu venci a causa, e se não fugir do brasil ele deve recorrer. mas isso é um papo futuro).

refiro-me especificamente há uma história entalada na minha garganta há 14 anos. na faculdade de teatro, um calouro um pouco mais velho que eu, então suboficial da marinha, oferece uma carona para mim e minha namorada. eu e ele sentados na frente, ela no banco de trás. depois de chegarmos ao nosso destino, ela me conta das tentativas dele de passar a mão em sua perna diversas vezes durante o percurso, e de como ela furara suas mãos como os fechos de sua presilha de cabelo, pontudos a ponto de poderem ser classificados como arma branca.

ela guardara o fato até o infeliz arrancar com o carro, ciente do baixinho esquentado que ela tinha por namorado. espumei de ódio, minhas relações com ele esfriaram de vez, e logo em seguida a vida me soprava para outros rumos, em outras faculdades.

essa história vinha esquecida até hoje, quando um casal de amigos me passa a notícia fatídica. tem mais aqui.

há um equilíbrio no universo, regido, entre outras coisas, por leis como a que estabelece que e não se abusa da confiança dos outros. demorou, mas valeu a espera.