acredito que todo mundo deve ter liberdade para fazer o que quiser com o próprio corpo, desde que assuma a responsabilidade por seus atos e depois não aporrinhe ninguém. por isso sou favorável à descriminalização das drogas e do aborto.
esse segundo assunto me chamou a atenção ontem, quando, na volta do trabalho, topo na cinelândia com uma manifestação nas escadarias da câmara dos vereadores de um suposto grupo "a favor da vida".
posso pensar em argumentos científicos, psicológicos, sociais, humanistas e até malthusianos para defender a interrupção de uma gravidez. entretanto, o único argumento em contrário é ordem divina. e contra crença e fé não há debate.
enquanto pensava nisso, escuto uma das manifestantes dizer:
-- as pessoas falam em direito da mulher, mas o que dizem do direito de um ser inocente e indefeso à vida?
peraí, se a questão é defender o direito à vida de seres indefesos, o que me dizem do tratamento cruel dispensado aos frangos, vacas, carneiros e outras delícias criadas apenas para o abate?
parece tratar-se de um caso de dois pesos e duas medidas. porque se emplaca a modesta proposta do escritor-patê jonathan swift, será que eles defenderiam a mesma posição com tanta veemência?
por via das dúvidas, a partir de agora só discutirei a legalização do aborto com vegetarianos.