03 outubro 2007

não falo, computo

marinho é um amigo de longa data. se algum dia houver juízo final (minha religiosidade, ou falta dela, variam de acordo com a conveniência), a única coisa que poderei alegar a meu favor diante de deus é que fiz uma pessoa gostar de ler. essa pessoa é o marinho.

o ritmo de nossas vidas fez com que nos vejamos pouco, mas hoje em dia ele me indica livros. e nossos papos regados a decalitros de café nunca são suficientes para atualizarmos nossas novidades literárias. no entanto, essas sessões de "filosofices escalafobéticas" são sempre muito divertidas.

programador de talento ímpar, marinho também me ensinou que existe beleza e criatividade na tecnologia. talvez se não fosse por ele, hoje eu ainda ficasse perguntando aos outros como se mexe no msn. mas ontem nos falamos rapidamente ao telefone, e ele reclamou que só ando escrevendo sobre o meu computador. vou isentá-lo de sua parcela de culpa, e ao mesmo tempo pedir-lhe desculpas por retornar ao assunto. pela última vez, juro.

é que a pancada, uma colega dessa categoria estranha que são as pessoas que só conheço através da internet, fez um comentário num bostejo abaixo que merece resposta. reproduzo:

Voce nao pediu opiniao, mas vc sabe como eu sou abelhuda....Segundo meu marido, o kurumim é mais pra ignorante, digo, amador. Pra cobra em informática (rasteja e leva paulada). Falando sério, pra ele os scrips do kurumim nao rodam perfeitamente... ele gostou mto do ubuntu pq nao tem tanta "porcariada" (entenda como quiser), mas diz que ambos rodam todos os aplicativos perfeitamente.
Voce vai particionar o disco e instalar um em cada partição?
pancada | 03.10.07 - 12:47 am |

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pancadinha,

para não desperdiçar trocadilho, botei (n)o ubuntu, mas num particionei nada, não. testei antes o kurumin, minha escolha inicial pela facilidade da língua, mas ao instalá-lo a resolução de tela apareceu errada, talvez por barbeiragem minha. as imagens ficaram descentralizadas, faltando de um lado e sobrando do outro. medrei. como o outro deu certo de cara, nem pestanejei.

o bicho é levinho, roda bem, mas de vez em quando tomo umas surras. o linux é uma mudança de mentalidade em relação à tecnologia. é sair do ostracismo de apenas olhar para a janela (windows), e meter a mão na massa.

nesse pouco tempo de uso, confesso já ter perdido um par de noites tentando instalar bobagens que, no sistema operacional antigo, seriam meros plug-and-play. mas é imensa a sensação de vitória que um leigo como eu sente ao desvendar os mistérios contidos nas linhas de código.

é bem verdade que, ao terminar, mal consigo descrever o que fiz (o que dirá repetir as mesmas coisas), mas quem se importa? eu não. apenas respiro fundo, à espera do novo desafio, com esperança de um dia entender o funcionamento desta joça.

pronto, falei. não encherei mais o saco de ninguém com esse assunto. só com outros.