25 março 2008

quem avisa, amigo é

desde que largou seu torrão natal, caroline caf(un)é tem se metido com umas gentes muito estranhas, sórdidas e pandegosas, dentre os quais inclui-se, com muito orgulho, este que vos bosteja.

isto posto, sou com freqüência assaltado (o que é comum aqui no rio) por dúvidas sobre como uma moça criada no seio de uma família distinta e criativa, a ponto de figurar entre os frutos mais ilustres de iguatu, pôde se rebaixar a ponto de ter criado um blog.

isso mesmo, senhoras e senhores do júri: mlle. caf(un)é, aquela cidadã de dignidade inquebrantável, jornalista, professora e com título de mestre conferido por uma das mais importantes instituições de ensino daquela estranha cidade ao sul do brasil, desceu ao nível de rastejar num meio de comunicação que nem subliteratura pode ser considerado. eu, um dos responsáveis indiretos por isso, já tive a honra de participar como personagem.

claro que os motivos pelos quais ela justificará o blog serão de ordem profissional, mas eu conheço bem esse tipo de gente. e já que ela escolheu esse caminho infame, infeliz, inglório, ingrato (alguém mais tem um adjetivo com o prefixo "in" exprimindo negação?), como blogueiro-irmão, só posso dar às boas-vindas à confraria e desejar boa sorte à maneira de outro tipo de marginal, aquele povo "ligado a teatro" (em 110 ou 220 volts?):

MERDA!


e dedicar-lhe um valoroso conselho de mestre kurt vonnegut, sob a forma de cópia descarada do livro timequake (desta vez, a má-tradução não é culpa minha):

"Ensinei redação criativa durante meus setenta e três anos no piloto automático, com reprise ou não. Primeiro ensinei na Universidade de Iowa em 1965. Depois dela veio Harvard, e em seguida a City College de Nova York. Já não ensino mais.

"Eu ensinava como ser sociável no papel. Dizia a meus alunos que, quando eles estavam escrevendo, deveriam ser amáveis como num encontro marcado com alguém que não conheciam, deveriam divertir desconhecidos. Como alternativa, deveriam cuidar de bordéis realmente simpáticos, abertos a todos, muito embora estivessem de fato trabalhando em total solidão. Disse que esperava que fizessem isso com nenhum outro recurso além de disposições idiossincráticas em linhas horizontais de vinte e seis símbolos fonéticos, dez números e talvez oito sinais de pontuação, porque não era nada que não tivesse sido feito antes."


longa vida!

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ps: resolvi dar uma demão de tinta, ou melhor, de pixels, no visual do borduna!, e -- com perdão pela má-palavra -- descaralhou a porra toda. os comentários já estão de volta, mas alguém pode me explicar que raios são "trackbacks", e como essa bagaça funciona?