morreu o arthur clarke. não sei se ele ficou tão apreensivo em partir quanto o computador hal, de "2001", cujas últimas palavras reproduzi no título do bostejo.
também não sei praticamente nada a seu respeito, a não ser que foi o criador, junto com o kubrick, de 2001, uma odisséia no espaço. dele só li "os mundos perdidos de 2001", um híbrido de compilação dos contos que originaram o filme e diário de produção e filmagem.
aliás, que conste dos autos, "2001" é um dos meus filmes preferidos. mas essa opinião foi fruto de anos de insistência. que começaram quando do anúncio da exibição do filme pela a primeira vez na tevê, lá pelos idos de 83. provavelmente com medo de perder audiência por causa da "dificuldade" da história, os programadores agendaram um horário proibitivo, já de madrugada.
meus pais me deixaram ficar acordado para assisti-lo, já a par do efeito soporífero que o filme exercere sobre as crianças. pois capotei antes da cena do osso se transformando em nave espacial. tentei vê-lo outras vezes, sem sucesso, até que o rio design center da barra inaugurou sua sala de cinema.
para atrair o público para aquele fim-de-mundo, exibiu uma série de clássicos modernos, começando justamente com 2001. nessa época, meu cérebro já estava contamindado com todo o tipo de porcaria química e literária , me fazendo apreciar o filme sob vários aspectos, com leituras de significados em vários níveis. eu acho.
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na cerimônia póstuma em homenagem isaac asimov na associação humanista americana, o escritor kurt vonnegut, então seu sucessor na presidência da instituição, disse: "isaac agora está no céu". como a única abstração em que os humanistas acreditam, e a qual servem, sem qualquer espera de recompensa ou punição, é sua própria comunidade, a frase causou uma explosão de gargalhadas.
como já disse, não sei se clarke era humanista, ateísta ou qualquer outro "ista" além de cientista. sem pretensão de me igualar ao "vô negut", diria eu sobre sua morte, pensando na imagem final do filme, "clarke agora é um bebê gestado no espaço".
talvez a escolha dessa imagem tenha sido influenciada pelo nascimento da criatura mais linda e especial que já vi, depois de mim, é claro (diria o warren beatty, não eu. enganei vocês!), minha sobrinha sofia.
sobre ela escrevo depois.
recomendo esse sáite para quem quiser saber sobre o filme.