07 março 2008

maiakovski nos olhos dos outros é poesia

na adolescência, dei para me meter com poesia. além de ler bastante as dos outros, cometi umas por aí. talvez por educação, talvez para se livrarem do fardo de ouvi-las, os amigos diziam que gostavam. depois cresci, brutalizei-me, e as poesias tornaram-se um fino e raro acepipe.

nesse tempo, minha prima cláudia me apresentou uma coletânea de poemas de um certo maiakovski. tudo ali era lindíssimo, desde a arte da capa. na melhor tradição concreta, era composta apenas de linhas horizontais separavam o nome do poeta, intercalando a grafia cirílica e ocidental.

foi paixão à primeira vista. a grandiloqüência do estilo lírico/político-revolucionário conquistou meu coração idealista de adolescente. depois veio a própria figura sólida, o triângulo amoroso com o casal brik (lília e ossip) etc.

mais tarde ainda ouvi a tão proclamada "voz de trovão", graças a um vinil com declamações gravadas por vários poetas russos, de posse do meu grande amigo arima, o "oscar mourave" do finisterra, na coluna aí à direita (também foi responsabilidade dele minha paixão por marina tsvetáieva).

bom, vamos ao que interessa: senhoras e senhores, o "poema-anel" que maiakovski compôs para lília brik.