sexta à noite tinha uma festa de um amigo, aqui do lado de casa – que eu não podia recusar. e sabe como é, bebe-se e fuma-se. portanto, saí atrás dos pirulitos de câncer. ao chegar ao serafim, quem vejo numa das mesas, em companhia de dois amigos? tatipiv, pela primeira vez, não em pixels, mas em carne, sorriso e cabelos. fiquei pasmo de vê-la in loco.
mas, calma, marcelo, não há motivo ficar assim. tampouco para me apresentar, confessar-me leitor e possivelmente apaixonado. pedi um chope para fazer cera e poder admirá-la, daquela perspectiva enviesada. é claro que ela sequer notou minha presença, entretida no papo com os amigos. mas fiquei lá, sorvendo com vagar o chope e os detalhes de sua arquitetura, o rosto, os alvos braços e os dedos dos pés nas sandálias pretas.
não falei com ela. se não a conheço além das descrições da internet...estarei obcecado? só sei que, assim que deixei o serafim, liguei para o dudu para dar-lhe as boas novas (boas para mim, bem entendido). para mim, a noite já estava ganha.
e o que posso dizer dela? o dia está nascendo, e ela é a música que as cigarras cantam na rua. a imagem dos pés calçados naquelas sandálias pretas é mais do que qualquer vislumbre que eu jamais possa ter tido do paraíso.
como diz o sting "i burn for you".