tenho as mãos trêmulas: acabei de ler mais um livro. em vez de trabalhar, leio. enquanto isso, a areia escorre da ampulheta, e a corda aperta em torno do pescoço.
the difference engine, do bruce sterling e william gibson, parte do princípio que charles babbage realmente conseguiu construir a sua "máquina de diferença", e a inglaterra vive, em pleno século 18, não apenas a revolução industrial, mas a própria revolução da informação - movida a vapor!
a difference engine era, na verdade, uma monstruosidade capaz de executar diversos cáculos polinomiais (o que quer que isso signifique) com até 20 casas decimais, ao mesmo tempo. mas por falta de tecnologia apropriada na época, a máquina nunca foi construída, e babbage morreu falido e desacreditado. e ainda levou pro buraco sua fiel discípula, ada byron, filha do famoso lorde poeta. só em 1990, uns malucos ingleses resolveram montar a geringonça, segundo as instruções deixadas pelo seu criador. a bicha, ficou com mais de 4000 componentes, pesando três toneladas e com mais de três metros de largura por um e oitenta e tanto de altura. e funcionou como um violino, com precisão de até 31 dígitos. babbage estava certo. antes disso, porém, ele já havioa sido reabilitado pelos primeiros informatas, sendo considerado o pai dos computadores, e ada, a primeira programadora, emprestando o nome para uma linguagem de computador, utilizada até no departamento de defesa estadunidense.
voltando ao livro, ludistas, clackers (os hackers de hoje), anarquistas, comunistas e o governo britânico, digladiam para tomar posse de uma descoberta casual de lady byron, que ela usa para pagar uma dívida de jogo: nada menos que o segredo da inteligência artificial. o problema é que você só fica sabendo disso no fim do livro.
pronto, estraguei a surpresa.
outra coisa divertida, e que só descobri escrevendo essas linhas, é que quase todos os personagens do livro realmente existiram. foi nesse guia-dicionário para o livro.