25 junho 2004

de volta das trevas...

...que nem foram tão negras assim. basta apenas um pouco de desorganização para, como diz o ditado, o lado mais fraco da corda arrebentar. infelizmente, o lado mais fraco é esse mesmo. mais juro pela sua mãe mortinha embaixo de um boeing onomatopáico de uma bola de tênis quicando sobre os ovos de um político do interior daquela obscura província no lado norte da região mais escarpada do deserto de gobi destruída pelo repentino estouro de uma tempestade subtropical graças ao efeito do desenrolar da trompa de uma borboleta que ficou presa na gosma pegajosa de uma planta carnívora mimetizada em orquídea ao tentar sugar seu suposto néctar, que não deixo mais de escrever.

depois disso tudo, alguém na platéia teria a audácia de duvidar da minha palavra?

bom, quem lê a tatipiv, sabe que passei um tempo nos estadozunidos por uns três quatro dias, a trabalho. pois é, rapaziada, vale do silício (ou do silicone, numa tradução mais apressada e distraída), o coração do cérebro tecnológico do ocidente. san jose, californification. de um lado, adobe, do outro, a cisco systems. ei, não é a sun ali? acho que o presidente da oracle acabou de acenar para mim daquele jaguar...fui super bem-tratado, bem-hospedado, tudo muito bacana, etcetera e tal, mas a quem interessar possa, é o seguinte:

1. as americanas não chegam perto das brasileiras. são na sua maioria obesas mórbidas com uma vozes finíssimas, como se fossem a minnie mouse nos seus dias mais afetados. aliás, esqueça os corpos sarados que você vê nos filmes, de homens e mulheres: se o resto do mundo comesse como os americanos, não só não haveria alimento suficiente para todos, como passaríamos a complementar as necessidades calóricas diárias com alguns vietnamitas e africanos.

2. são quase todos neuróticos (como diria o obelix) e paranóicos. leis, em geral, não são coisas boas, mas nunca vi um povo tão motivado em criar obstáculos à própria felicidade. às vezes, achava que uma camisa-de-força deveria ser mais confortável que, por exemplo, o esquema "não-fumar-dentro-de-nenhum-estabelecimento-não-beber-fora-de-nenhum-estabelecimento". o saco de papel pardo que se vê no cinema é apenas para TRANSPORTAR bebidas, e não dá o direito de consumí-las em public places.

3. todos reclamam que o café consumido lá é um lixo, mas se conformam e o consomem mesmo assim. a starbucks deveria dar junto com o café (?) um atestado de panaca.

4. todos os empregados de bar, faxineiros, lixeiros e trabalhadores de baixo extrato social são latinos (pelo menos na califórnia).

5. dica fundamental: em qualquer país, procure conversar com taxistas, vagabundos, garis e demais categorias profissionais mencionadas acima. eles são experts em ciências aplicadas - economia, sociologia, política, etc. - e sabem direitinho explicar quando a barra pesa. dois dos momentos mais emocionantes da viagem foi conversar com um ex-presidiário (san quentin) na condicional (o cara me mostrou a carterinha), enquanto bebíamos (ilegalmente!) do lado de fora de um seven eleven; e com três malucos que protestavam contra a ocupação do iraque numa esquina no meio de lugar nenhum. eles disseram que eu e meus amigos fomos os primeiros a parar para bater papo, em mais de um ano em que eles batem ponto ali.

com o tempo vou contando mais. aguardem. ou escolham outra página.