23 julho 2004

o blog está de luto

lula, luiz fernando para a imprensa, meu amigo, foi mais uma vítima da boçalidade do governo, do egoísmo e da corrupção das autoridades, que tem na violência apenas sua face mais óbvia e cruel.

tô colocando esse meu amigo na conta de vocês, rosinha e garotinho. um dia vocês hão de pagar, podem ter certeza.

no que depender de mim, vocês e sua corja de vendilhões do templo, de parasitas sanguessugas, serão varridos para fora da MINHA CIDADE e do MEU ESTADO.

deixando a raiva de lado, reproduzo a carta publicada n'o dia, que a marcia, mãe dele, minha ex-professora de faculdade, escreveu, depois de tudo. dói.

'Sua imprudência? Ter sido solidário'
A mãe de Luiz Fernando, a psicóloga Márcia Lopes Caldeira, escreveu a carta abaixo quando soube da morte do filho.

Tiro de repente....

De manhã, a brincadeira...

Você hoje caprichou... tão arrumado!

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É que vou visitar clientes, tenho que ir mais bonito!

Tudo porque pro Luiz Fernando, o bom é trabalhar na oficina, andar com roupa manchada, bem à vontade, desarrumado até...

E isso é sempre motivo de queixa e reclamação. Mas ele é assim. Adora seu trabalho, mexer com madeiras, plásticos, acrílicos, escalar, acampar, estar com a namorada, encontrar amigos. Fazer churrasco. Tudo é motivo.

Aí, ao meio-dia, o telefone toca e meu filho mais velho diz, segurando o choro: "Mãe, o Luiz sofreu um acidente. Ele levou um tiro. Foi nas costas, mas ele está bem. Está com todos os movimentos, falando".

Um susto. Pensar o que fazer e como fazer. Falar com amigos que podem ajudar. Avisar à irmã em Brasília - ela deve vir? - , aos avós, aos tios, aos amigos. Será verdade que ele está bem?

E, assim, tão de repente, já o vejo em coma. Sei, pressinto que é sério. Cinco horas de cirurgia. Saiu do centro cirúrgico.

Chega o médico. "Ele teve uma parada cardíaca". Morreu. Acabou. Deixou de ser o que era. Passou a ser, tão de repente, o impensável, aquilo que não tinha nos acontecido mas que andava perto.

Seu pecado? Sua imprudência? Ter sido solidário.

Ajudou uma senhora que, com seu neto, saíra do banco e estava sendo assaltada.

Assim, tão de repente, acabou. De certa forma, como viveu. Amando o que fazia, aproveitando suas oportunidades, vivendo a vida e... sendo amigo e solidário.

Perdi meu filho. Meus outros filhos, seu irmão menor. Os avós, seu neto. Assim estamos, tão de repente, perplexos. Até quando?

...
só sei que o baixo-astral é foda. vou melhorar em breve...