é o seguinte, garotada: a situação tá uma merda? tá. o pt parece estar meio desorientado? parece. o lula anda trocando os pés pelas mãos? anda. veja bem, concordo com todas as reclamações contra o nosso presidente. mas não se pode esperar que o caboclo mude tudo em quatro anos. principalmente se lembrarmos que não houve revolução. as elites políticas e empresariais que estão aí são as mesmas que, há quatrocentos e tantos anos, mandavam cortar os pés dos "negros fujões", e que tratavam índio a fogo de arcabuz. como ouvi por aí, os "empresários do ano" costumam ser filhos de senadores, netos de comendadores, bisnetos de barões e tataranetos de ladrões de cavalo. assim nasceram as grandes fortunas do brasil, e até hoje não apareceu quem me provasse o contrário.
no quesito política internacional, com a tal da globalização, quem acha que o nosso sapo barbudo poderia fazer algo diferente, com a estreita faixa de manobra que o g-8 nos dedicou, ou é louco, burro, ou mal-intencionado. vamos falar a verdade, as ordens vêm de fora, mesmo, e a menos que rompamos os laços com o capital de forma definitiva (e nos tornamos uma cuba, mas aí, meus caros amigos da barra da tijuca e do interior de são paulo, não tem mais jatinho, helicóptero, angra, maresias e daslu...), a coisa não poderia ter um rumo diferente. ainda mais com a herança deixada pelo nosso ex-príncipe, fernando II, o artífice da estabilidade econômica, como ele gostaria de entrar para a história. mas parece que ninguém lembra mais de seu legado de incompetência.
mas hoje, não me lembro porque cargas d'água, comentei com a tati sobre a entrevista do barbosa lima sobrinho para a falecida bundas, em 99. barbosa, que de bobo não tinha nada, já conhecia o potencial lambão do fernando henrique cardoso de outros carnavais. repito: a declaração abaixo é do nosso barbosa lima sobrinho, a única unanimidade do país, a reserva moral da nação. faço questão de reproduzi-la:
Bundas - O senhor votou nele [FHC]?
Barbosa - Não, votei no Lula. O pai de Fernando Henrique, general Leônidas Cardoso, e o tio, general Felicíssimo Cardoso, eram nacionalistas. Seu pai, eleito deputado federal com o apoio dos comunistas - que estavam na ilegalidade - desempenhou seu mandato na Câmara inspirado em ideais nacionalistas. O filho, atual presidente da República, não honrou o nome do pai nem a tradição da família. Empregou o genro numa agência empenhada numa política declaradamente anti-Petrobrás. Gostaria de contar uma história: em 1968 houve uma reunião da Campanha Nacional de Defesa da Amazônia na casa do general Felicíssimo Cardoso, presidente da comissão, tio do atual presidente. Participavam Henrique Miranda, hoje diretor da ABI, o general Carlos Hesse de Melo, Os professores Alvércio Gomes e Orlando Valverde e a geógrafa Irene Garrido. Todos foram testemunhas. Discutia-se a redação de um documento de defesa da Amazônia e Henrique Miranda sugeriu que se mandasse o texto para Fernando Henrique, em São Paulo, para que ele o divulgasse e colhesse mais assinaturas. Aí o general Felicíssimo disse: "Pode mandar, Miranda, mas este meu sobrinho não é de confiança". Concordo com a opinião dele.