há dois posts, coloquei uma poesia com elogios à gatinha. bom, estou a ponto de retirar o que disse...a bichana anda pintando o sete, no mau sentido.
por algum estranho motivo, ela morre de pavor da faxineira, que nunca a maltratou, pelo contrário. mas basta soar a campainha para a gatinha ficar alarmada. confirmado seu temor, ela foge para o nosso quarto e passa o dia sob as cobertas, imóvel. até que um dia, resolvi tentar acabar com esse medo besta e infundado. enquanto o quarto era arrumado, peguei a bicha no colo e a levei para a faxineira vê-la. qual o quê. a bicha começou a miar grosso e a se agitar. em pouco tempo, ela grudou-se à minha camisa, e depois passou a unhar sem dó meu braço mais próximo. os lanhos foram vários, e quase tomaram o comprimento total do antebraço (primeira foto, menor, já quase cicatrizado). de medo, tudo o que ela tinha dentro dela, guardado para quando a faxineira fosse embora, "aflorou" um pouco. sobre o chão, o sólido, e sobre o encosto do sofá do escritório, o líquido. uma maravilha...
passados alguns dias, depois de miar quase ao ponto de estourar nossa paciência, finalmente veio o cio. e com ele, a novidade: ao pegar minha bolsa na hora de sair, percebo algo molhado: xixi de gato. puto e indignado, já do ônibus, ligo para a tati. ela olhou o sofá onde estava a bolsa (o mesmo que recebera o conteúdo da outra vez), mas tudo normal. estaria eu então delirando? não, o cheiro pouco sutil e o couro úmido confirmavam minha constatação. logo em seguida toca o cel, e a tati avisa que a filha da puta tinha mijado em cima da minha blusa que estava sobre o sofá (provavelmente ao lado da bolsa).
tati ligou para a moça de quem adotou a gatinha, em busca de socorro. ela disse que o xixi é normal no cio. pode ser também carência, ou estímulo do cheiro anterior. ok, então. de noite, volto à casa disposto a, apesar de tudo, relevar. mas ainda me espantava o cinismo do bicho, que de manhã viera fazer festinha e se mostrava muito amistosa, como nos melhores dias. brinco um pouco com ela (vai ver o xixi foi o troco dos cascudos que dei. tudo bem, estamos quites, agora), e depois, eu e tati escarrapachados sobre o sofá da sala, conversa vai, conversa vem, ela pergunta: "tá sentindo o cheiro?" não é que a bichana havia mijado também no sofá da sala - duas vezes! - e escondido sobre as almofadas. aí o sangue ferveu. fui atrás dela, para esfregar seu focinho no mijo, e depois na caixinha de areia, para explicá-la que não pode fazer isso, com ou sem hormônios. e ela, mais uma vez, usou meu braço de arranhador. o mesmo da outra vez (segunda foto).
para nosso intenso prazer, passamos o resto da noite passando escovão com desinfetante animal e sabão em pó no sofá da sala e na minha bolsa. programão. a gatinha vai ficar na cozinha até segunda-feira, como castigo. não batemos, ou a deixamos sem comer. ela está com seus brinquedinhos, etc., mas precisa aprender que há limites na vida, para homens e animais, estejam eles com tesão ou não.
agora estamos atrás de castração, para o mais breve possível. não temos grana, e parece que na suipa fazem quase de graça. é em benfica. veremos. a verdade é que eu mesmo estou quase esterelizando-a com meu canivete suíço; mas ainda assim, prefiro ela a qualquer cachorro, por mais educado e simpático. agora virou uma questão de postura política.