às vezes me acontecem umas coisas que deixam minha consciência pesada: como por exemplo, o fato de passar quase uma vida inteira sem dedicar um pensamento sequer ao uruguai (já sei, o nelson rodrigues fez o mesmo com o piauí, mas minha consciência é macha e não se esconde, ela assume até os plágios).
sei que isso não é bom, mas não fosse pela trágica derrota que nos foi infligida em 50 (logo em seguida, ao que parece, uma praga rogada por quase 52 milhões de brasileiros enterrou para sempre seu futebol), o mundo talvez achasse até hoje que o pequeno país ao sul ainda era a gloriosa Província Cisplatina do Brasil (até que somos bonzinhos, afinal).
mas não tô aqui para falar mal do uruguai, que afinal, também tem o que dizer: seja pela voz do jaime roos, seja pela força do exemplo dos guerrilheiros tupamaros - que, ao contrários de alguns sulamericanos pelegos e safados, não quiseram lamber bota de latifundiário bancado pelo tio sam, e não temeram dar a cara a tapa. enfrentaram no peito e na raça, muitos morreram, mas deixaram claro que podem até nos ganhar, mas não vão levar fácil. e vivam os sandinistas, montoneros e zapatistas, que souberam dizer não.
daí que me dá uma baita vergonha ver gente que não honra nem a própria bandeira, nem a do país que o acolheu, vir me criticar, quando não tem nem coragem de se mostrar. seja homem, cabrón, e pare de lamber o saco de quem causa a miséria dos teus irmãos e te mantêm em berço esplêndido de boçalidade.