não vou ficar explicando quem foi o carl solomon, não. quem quiser, que procure no google.
mas nos anos 50/60, o caboclo já previa o que os modelos defendidos pela sociedade de consumo iam transformar pessoas em pacotes sem vontade própria, cevando medo fornecido pela indústria do infotenimento, através de 150 canais de nada via satélite.
antes, acreditava-se em progresso e evolução, hoje, ensina a besta do mercado, é cada um por si, e seu vizinho pode te apunhalar pelas costas. e não estou falando só dos estadozunidos, não. dóceis macaquinhos globalizados, como o resto do mundo, engolimos todos a mesma porcaria.
Já que nossa sociedade não existe mais, seria melhor nos comportarmos como ela, imitando uns aos outros. Aquele que não imita está perdido, aquele que está perdido não existe, porque estamos criando a ilusão de que existimos todos em uma espécie de espelho que reflete espelho continuamente. Naturalmente é bastante difícil respeitar uma sociedade que pretende que isso exista, ou respeitar-se se você é um membro ou um símbolo dela.
(...)
Quando você existe aos olhos dos que são dirigidos, sua existência é precária, especialmente quando você está nas ruas ou num hospício -- porque esses profissionais, em sua existência dirigida, em seus ternos de flanela cinza, procuram olhar só para eles mesmos, fingindo com que o delinqüente brincando com sua pistola caseira ou o árabe afagando seu punhal (eu poderia nomear outros, mas não o farei porque vocês já ouviram falar demais desses tipos) não existem, e eles não são certamente substitutos para o gênero executivo antiquado que podia prometer a lei e a ordem. Desse modo, você tem o retrato, uma sociedade que não sabe se defender de seus inimigos internos ou externos, encontrando uma solução temporária apenas no conformismo - não na religiosidade, mas no conformismo.