de manhã, tomando café ao som do "mais você", descubro que a jornalista ana maria braga vai passar os próximos programas mostrando as belezas do continente africano, começando pela áfrica do sul.
para exemplificar as enormes diferenças entre os países, a antropóloga ana maria braga cita a falta de liberdade de lá em relação a de cá, esclarecendo algo mais ou menos assim: "sabia gente, que na áfica do sul o racismo era tão grande que os negros não tinham liberdade para entrar em várias lojas e restaurantes, a não ser que estivessem levando um passe que os autorizasse a trabalhar ali? e que depois de uma certa hora da noite, eles não podiam andar por algumas ruas da cidade?"
não, ana maria, nem eu, nem o enteado do caetano veloso sabíamos. que bom vivermos em uma democracia racial, em que negros não são vistos com desconfiança por policiais também negros, e têm liberdade de ir e vir, como é freqüente em shoppings e condomínios fechados como alphaville ou o jardim pernambuco.
depois, a ecologista ana maria braga nos mostra, na beira de uma rodovia engarrafada, uma solução para a preservação do meio-ambiente: "tá vendo aquela árvore lá? ela nada mais é do que uma antena de celular. só que ao invés deles fazerem uma antena igual a gente tem aí, que fica aquele negócio de ferro pra cima, essa é uma árvore ecológica: ela não é obviamente uma árvore vegetal, normal, ela é de plástico. olha que legal! e aí podia ser uma boa idéia para o brasil, porque aí vai enfeitando as estradas todas".
puxa, que genial, ana maria! o sirkis e o minc vão adorar a idéia! pena que o burle marx não está mais vivo para compartilhar esse prodígio!... (duvida? o vídeo está aqui, mas acho que para assisti-lo tem que ser assinante do globo.com).
e para finalizar, a estatística ana maria braga revela que um bairro tradicional foi tomado por traficantes, mas que a instalação de câmeras reduziu a criminalidade "a 60%". o site diz que a queda foi "em 60%", o que é muito diferente. e agora, meu deus, qual é a eficácia do método?
preciso acompanhar o restante da série; mal posso esperar para ver a cara de susto da etnógrafa ana maria braga quando descobrir que a maioria da população do norte da áfrica não é negra, e sim árabe.