03 janeiro 2006

sobre o reveilão em niterói e otras cositas más...

pode ser que esteja enganado, mas nunca vi noticiado em nenhum jornal carioca a curiosa tradição niterioiense de botar na rua, em pleno 31 de dezembro, um bloco de piranhas. a cidade estava coalhada de marmanjos vestidos de mulher. fui informado de que a tradição é antiga.

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os fogos em icaraí duraram algo além de vinte minutos. mais tempo do que o espetáculo apresentado em copacabana e no flamengo. e não fizeram feio. a tal "vista mais bonita de niterói" ofereceu um parâmetro de comparação inquestionável. meninos, eu vi.

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assisti à entrevista do lula. gostei da postura de estadista ponderado: respondeu a tudo direitinho, sem evasivas. até aí, nenhuma novidade, se levarmos em conta que, enquanto o pedro bial ainda fumava maconha e cometia versos no baixo leblon, lula já se diplomava em trato com a mídia. macaco velho. o bonner já sabiam que não agüentaria o tranco. curioso não botarem o caco barcellos, talvez o último dos repórteres digno do nome na emissora. mas ele não se presta a esse papel, vai ver é cláusula contratual.

no fundo, tudo foi previsível demais, de ambos os lados. mesmo quando parecia acuá-lo, bial só fazia levantar a bola para as cortadas certeiras. em alguns momentos lula até ria, como se o agradecesse. quem sabe foi uma maneira de a globo assoprar as mordidas na cobertura dos "escândalos", já prevendo o fiasco de serra ou alckmin nas urnas (de aécio, nem se fala. é como um táxi, basta o menor sinal de tormenta para ele desaparecer das ruas. ao que parece, a direita modernosa vai ter que esperar). a entrevista foi uma espécie de "hedge". afinal, o melhor lugar para se estar numa batalha é ao lado dos vencedores.

a ponto de adotar o voto nulo como resposta radical à descrença com a política nacional, depois da entrevista, já penso em refugar. devo ser mesmo um paspalhão...

e que venha 2006!