o termo acima -- arrisco dizer, nascida no meio médico -- significa "pobre". o pimba típico (também conhecido por "pimbocítico") designa prioritariamente aquelas pessoas que chegam no pronto-socorro munidas de uma sacola de plástico abarrotada de exames ensebados, e a indefectível toalhinha, que serve tanto para secar o suor quanto para limpar o filete de baba que escorre pelo canto da boca, em decorrência de um derrame, por exemplo.
é cruel, admito, mas pimbice não é apenas falta condições econômicas. não, gafanhoto: a pimbocitose (sejamos científicos) é mais como um estado de espírito. aliás, no qual me enquadro, pelos motivos a seguir:
- há meses, eu mesmo corto meu próprio cabelo, com uma máquina comprada à casa e vídeo;
- lavo o filtro de café de papel, para reutilizá-lo;
- paro para ler as manchetes nas bancas de jornal;
- baixo filmes para não pagar o cinema;
- e, por último, mas não menos chocante, como perdi a carteira no carnaval, outro dia, para escândalo da minha consorte (o grifo foi sugerido por ela), utilizei uma caixa de fósforos para acondicionar minhas notas de dinheiro e algumas moedas, evitando que ficassem soltas nos bolsos.
minha neurologista indicou como terapia um "extreme-tiro-na-nuca". em minha defesa, alego que sou um camarada "riléx".