26 junho 2006

com a palavra, jebão

nataniel jebão é o alter ego do impagável fausto wolff (ele não deve gostar nada do adjetivo, mas enfim...). como citado no post anterior, publico o artigo jebônico que saiu na revista f.:

Nossa sociedade
por Nataniel Jebão


Do Epistolário Maldito
Inúmeros leitores vêm escrevendo há meses, impressionados com o sucesso desse JEBÃO entre as mulheres. Já as leitoras querem me conhecer. Para realizarem esse sonho devem se apresentar à minha secretária, srta. Nina Rolas, que já atualizou a tabela de preços de acordo com o último aumento da gasolina (uma lambida no umbigo, por dentro, por exemplo, pode custar muito caro). Os marmanjos, além de quererem saber minhas táticas e mumunhas, torram os meus países baixos, imaginando que posso lhes dizer qual a mulher ideal. A fim de contentá-los, depois de instalar a srta. Nina Rolas debaixo da mesa, ditei-lhe algumas notas sobre o assunto.

Da estonteante beleza jebaica
Meu sucesso se deve ao fato de eu ser bonito, rico, culto, bem-dotado e gostar de mulher. Mulher é bom, mas é preciso ir com calma. Em primeiro lugar, é necessário que ela não tenha pênis. Se tiver, já imaginou a decepção do leitor ao descobrir que o dela é maior que o seu? Também não pode ser escocês e nem pader. Se não tiver pênis, não for escocês nem padre, o leitor pode ir em frente porque é bom.

De árvores, hienas & cia.
Se o leitor, porém, tiver passado dessa fase preliminar e encontrar-se no momento na fase seletiva, as coisas se complicam, porque mulher é um bicho essencialmente complicado. Caso contrário não seria mulher e essa nota não teria razão de ser. Elas se camuflam de todos os modos possíveis a fim de atingir seu objetivo: ir para a cama comigo, e de preferência, sem a companhia das minhas nove esposas. Cuidado, portanto, irmão. Se alguém quiser te apresentar uma "jovem atlética", pode ter certeza de que ela tem uma cintura que parece um tronco de árvore. Se lhe falarem de uma moça "talentosa", prepare-se porque ela é gorda e ri muito alto. Se, porém, ela for uma "grande companhia", cautela, porque vive de porre, mas em compensação não faz doce. Tenha cuidado com as soi-disant "chiques". Geralmente tem mais de 1,90m de altura, nem sombra de seios e são ligeiramente corcundas. Fique longe das que são consideradas "engraçadas". São maníaco-depressivas e farão o leitor se jogar do 18o andar, feliz da vida.

De outras dicas diabólicas
Como descobrir o que realmente se esconde atrás da mulher a qual o leitor foi apresentado e pela qual se crê apaixonado? Se as unhas do pé forem duras, se tiver veias no nariz, se tiver dentes perfeitos, aliás, perfeitos demais, pode ter certeza que ela é velha. Se ela rir muito, tiver longos cabelos repartidos ao meio, gostar de caftãs, usar maiô inteiro, andar principalmente de preto e fora de moda, acredite, a jovem é gorda. Tome, porém, o máximo de cuidado com as mais perigosas: as que usam mais de três brincos, mais de cinco anéis, as pretas que usam sombra branca nos olhos e as brancas que usam sombra preta nos olhos, as que conhecem todos os jargões de psicanálise e querem te modificar. Essas, definitivamente, são malucas. Por mais que os leitores queiram, jamais poderão ser um Nataniel Jebão. Portanto, se quiserem acabar misógenos, olhem-se nos respectivos espelhos, façam sincera autocrítica e tentem esquecer-se de tudo o que disse. A mulher ideal mesmo é aquela que não é homem.