29 julho 2007

...pequeno lembrete, para o caso de eu me esquecer

Brown shoes don't make it
Brown shoes don't make it
Quit school, why fake it?
Brown shoes don't make it?
TV dinner by the pool
Watch your brother grow a beard
Got another year of school
You're OK, he's too weird
Be a plumber, he's a bummer
He's a bummer every summer
Be a loyal plastic robot
For a world that doesn't care

Smile at every ugly
Shine on your shoes and cut your hair
Be a jerk and go to work
Be a jerk and go to work
Be a jerk and go to work
Be a jerk and go to work
Do your job, and do it right
Life's a ball! (TV tonight!)
Do you love it, do you hate it?
There it is, the way you made it (wow!)


Brown shoes don't make it - Frank "quem mais poderia ser?" Zappa

PS: com o impulso de baixar a discografia completa do caboclo, tenho falado tanto nele que everia mudar logo o nome do blog para "daughter of invention".

24 julho 2007

entre o par perfeito e o chinelo velho

chope com amigos casados dia desses aí. é cedo, mas em pouco tempo começam a pipocar celulares e justificativas para os respectivos cônjuges. diz que tá com fulano, não diz que tá comigo, faz silêncio, gente, e por aí vai.

passado o contratempo (nem sei se dá para chamar assim), tudo são risos e piadinhas, e eu, o único na mesa solteiro, descasado, sei lá, enfim, sozinho, digamos assim, penso de mim para mim. quá quá quá! não devo explicação pra ninguém.

aí chego em casa, sento no computador, bato uns papos muito fuleiros pela rede, me coço até o limite do bom-gosto, tomo um banho e vou dormir. já na cama, cutuco as caraminholas. pô, não chego a ser assunto de banheiro feminino, mas tamos aí, soltinho na pista, e nada?

é verdade que até não posso me queixar de estiagem na horta do papai aqui, mas cadê que me empolgo para dar segmento às coisas? ai, que preguiça, diria macunaíma. conheço, cativo, chego na intenção, marcando cerrado, driblo a zaga, marco o gol, mas dá dois dias, e cadê o ânimo pro campeonato? tem sido bola pro mato. paro e penso, não é por aí. e mais trinta vezes penso antes de pegar o telefone, e é batata que acabo deixando pra lá.

uma amiga diz que é amadurecimento. que tô ficando mais seletivo nas escolhas. que os parâmetros estão mudando, mas os velhos hábitos ainda insistem em permanecer, mesmo não se adequando mais aos novos padrões, até porque, estes nem estão claramente estabelecidos.

o i-ching talvez definisse a situação como crise, mas o primeiro a dizer que crise é oportunidade leva uma bifa no meio dos cornos, pois não agüento mais esse chavão rastaqüera de rh. seja qual for o nome, entretanto, não resta dúvida que é uma pele velha saindo, e uma nova que ainda não adquiriu a consistência de casca. ponto.

as moças de pela aí devem pensar que sou um belo de um féla por sumir como tenho feito, mas o fato é que ainda não achei o tal do borogodó, sacumé? aquela capaz de fazer brilhar o olho, dilatar as ventas, bambear as pernas.

o pior é que, a cada dia que passa, tenho ficado com uma lombeira de procurar... deve ser a idade.

22 julho 2007

do alfa ao zappa

Free Image Hosting at www.ImageShack.ushá uns meses, eu escrevi sobre a história da minha admiração por frank zappa. no texto, eu citava o clipe de uma música que chamou minha atenção pela primeira vez.

como ando numa carreira desembestada atrás da discografia do homem, hoje topei com a dita cuja. trata-se de night school, faixa de abertura do álbum jazz from hell, de 86.

parece papo de nerd (e deve ser mesmo), mas fiquei emocionado ao reconhecer os primeiros acordes. depois de um intensivão de arqueologia para encontrar o vídeo, constatei que as porcarias ingeridas ao longo dos anos não afetaram meus neurônios tanto quanto suspeitava. as imagens e a torrente de sintetizadores (malditos anos 80!) eram exatamente como eu lembrava.

a quem interessar possa, o vídeo tá aqui.

21 julho 2007

adiós, negro!


"De mí se dirá posiblemente que soy un escritor cómico, a lo sumo. Y será cierto. No me interesa demasiado la definición que se haga de mí. No aspiro al Nobel de Literatura. Yo me doy por muy bien pagado cuando alguien se me acerca y me dice: me cagué de risa con tu libro"
roberto fontanarrosa

a argentina é um país paupérrimo em melanina, fato que leva todos os morenos de lá a ganharem o carinhoso (sem ironia) apelido de "negro". com o rosarino roberto fontanarrosa não foi diferente.

mas nesta quinta-feira deve ter sido o negro do luto que tomou conta do país, na despedida do negro fontanarrosa, desenhista pai do gaucho 'renegau' inodoro pereyra e boogie, el aceitoso.

diz a notícia que li no trabalho, que a causa foi esclerose lateral amiotrófica. se fosse possível atribuir um juízo de valor às doenças, essa seria uma das mais cruéis.

em meus anos de "estágio" em neurologia, soube que ela vai gradativamente destruindo os neurônios motores, fazendo com que os impulsos nervosos não cheguem aos músculos, que vão se atrofiando, até que o doente perca o controle de todos os movimentos. inclusive dos músculos que controlam a deglutição e a respiração. ao longo do processo, no entanto, a lucidez permanece intacta.

no dia 14 de janeiro, fontanarrosa já havia anunciado sua aposentadoria. um fim muito triste para quem fez tanta gente rir.

ps: já que o asunto é morte, esclareço que qualquer bostejo sobre horror do acidente do vôo 3054 seria desnecessário. quanto ao acm, ele não merece minha LER...

18 julho 2007

bill withers para as massas



"Information is not knowledge. Knowledge is not wisdom. Wisdom is not truth. Thruth is not beauty. Beauty is not love. Love is not music. Music is the best."
frank zappa

14 julho 2007

de máquinas e mulheres

depois de quase 50 dias de inexplicável silêncio, meu computador simplesmente voltou a funcionar. o fato deu-se quando, movido por um palpite mediúnico, resolvi testá-lo na noite de quarta-feira.

com a experiência acumulada de dois casamentos, voltei a trabalhar nele como se nada tivesse acontecido. sem perguntas. sem cobranças.

as máquinas, como as mulheres, podem ser extremamente volúveis, e a nós, humanos, machos, não nos cabe questionar seus insondáveis desígnios.

seja feita a sua vontade.

a propósito, vai tudo bem entre nós agora.

09 julho 2007

"filhos, melhor não tê-los", disse o poeta

não sou um sujeito que se pode chamar de caridoso. afora amigos e conhecidos, tenho dificuldade em fazer algo para meu "próximo". mas como me afeta a visão de idosos e crianças vivendo nas ruas, em meio ao lixo, ajudo doando coisas concretas, como roupas e sangue (sou doador voluntário há alguns anos). entretanto, acho difícil dispor de conceitos abstratos como "atenção", "tempo" e "dinheiro".

não sou um um sujeito que se pode chamar de ecológico. não reciclo lixo, e não dou muita importância para a amazônia, o aquedimento global e as baleias. mas como me afeta o calor crescente e a iminência de outro apagão, fiz da economia de água e luz um hábito. e só tomo banhos frios (o que me imunizou quase definitivamente a resfriados e me deixou mais resistente a baixas temperaturas). pensando também na manutenção do ecossistema, não faço a menor questão de ter filhos.

considero essa uma decisão ecológica. não passando adiante meus genes (não me entendam mal, não há nada de errado com eles. e pelo que tenho visto pela aí, até que eles estão acima da média), evito a superpopulação, problemas de espaço e o esgotamento dos recursos naturais e energéticos. e ainda estaria colaborando para minimizar o problema das crianças abandonadas.

se o papel do macho na manutenção do equilíbrio social já é questionável, na reprodução ele tornou-se praticamente secundário. de maneira que prefiro passar adiante meu "legado intelectual", por mais buracos e falhas que ele tenha. agrada-me mais minha perpetuação enquanto idéia do que biologicamente. ao contrário das fêmeas, que através da concepção sentem o milagre da continuidade da espécie, aos homens resta o consolo de tentar alcançar a imortalidade histórica.

talvez eu seja egoísta demais para dividir minha liberdade tardia, conquistada com tanto sacrifício, cuidando de outra vida. se mal comecei a aprender a administrar a minha... é que, como bom geminiano, considero que as crianças só se tornam seres dignos de interesse quando começam a desenvolver a comunicação verbal. antes disso, prefiro os gatos, que pelo menos são independentes o suficiente para saberem usar a caixa de areia sem ajuda externa.

pode ser que algum dia eu venha a ser pai biológico, e tenho a certeza de que se isso acontecer, serei o mais babão dos pais. mas enquanto estivermos no terreno das hipóteses, prefiro "adotar" o filho de alguma namorada e queimar a etapa das fraldas & choro noturno.

05 julho 2007

"who's on first?"

hoje, no trabalho, ouvi trechos de um diálogo entre dois caras de outro setor que trabalham na mesma sala que eu. era algo mais ou menos assim:

- Eu queria saber o nome daquela revista...
- Quem.
- Eu. Você sabe o nome da revista?
- Quem.
- Você! Estou perguntando para você o nome da revista!
- Quem.
- Eu! Eu queria saber...


e por aí vai.

foi muito engraçado ver a referência ao famoso esquete da dupla abbott & costello, que a maioria conhece através das repetições autistas do personagem do dustin hoffman em rain man.

alguns anos depois do filme, recebi por imeio uma paródia, utilizando como personagens o bush e a condoleezza rice. mas o diálogo mesmo, esse eu nunca tinha ouvido. até que encontrei o esquete original, e com áudio (no pé da página).

dá gosto ouvir o domínio da dupla do timing de comédia.