25 abril 2007

porque sou contra o estado

Comissão da Câmara rejeita feriado de Frei Galvão

quando chega a vez dos caboclos fazerem a única coisa para o qual estão sendo nababescamente pagos - defender os interesses do povo - eles me saem com uma lambança dessas.

estendo a raiva à igreja católica, que religiosamente mete o bedelho em qualquer assunto que não lhe diga respeito, mas cala-se mais uma vez se diante das infâmias.

se alguém tiver a infeliz idéia de defender o trabalho nos comentários, vão fazê-lo em qualquer um desses blogs aí do lado. aqui, não!

"eu sou neguinha?"

não adianta, por mais vezes (e podem crer, não foram poucas até hoje) que eu veja (ou escute ou leia) o discurso do ossie davis no funeral do malcolm x, nunca consigo chegar ao fim sem ficar com um nó na garganta e os olhos cheios d'água. depois do spike lee, então, lascou-se tudo.



ó a íntegra do texto aqui.

23 abril 2007

felliniana

estive em belo horizonte no feriado. a cidade deveria ser conhecida como "la città delle donne". que banquete para os olhos...!

o prefeito deveria rebatizá-la no plural, tamanha a variedade de moças bonitas por metro quadrado.

15 abril 2007

don't call me nigger, whitey

o lessa já havia me falado dessa história, mas o texto da dorrit superou qualquer expectativa.

quase chego a ter fé no ser humano.

14 abril 2007

lição de índio para branco

quando crescer, gostaria de ser que nem o alberto vázquez-figueroa. desde que li tuareg (lançado pela l&pm), me atirei à caça -- com pouco sucesso, devo dizer -- aos romances e relatos desse repórter.

a regra é: se vir algum, compro na hora. foi assim que esbarrei, no santos-dumont, com "anaconda", autobiografia escrita aos 39 anos(!), tamanhas as viagens e aventuras que já havia empreendido. é dele que reproduzo um trecho.

"Conocí a un viejo indio que había vivido largo tiempo em Manaos. Quando le pregunté qué le había quedado de sus tiempos de 'civilizado', respondió:
- Me quedó el convencimiento de que vosotros tenéis vuestro mundo y nosotros el nuestro... Es inútil intentar unirlos. La soberbia de los blancos desprecia todo lo extraño, y no admite que podamos ser iguales. Pretenden protegernos o destruirnos, y yo no estava de acuerdo... Aqui nadie manda sobre nadie ni castiga nadie...Y, sin embargo, todos vivimos en paz y obedecemos unas reglas que no están escritas ni son obligatorias, pero que comprendemos que resultan imprescimdibles para lograr convivir respetando nuestra libertad...

!Imagina esta situación entre los blancos...! !Imagina un país o una ciudad, o una simple aldea, donde no hubiera autoridad, leyes, ni castigos...! Nadie haría nada, más que robar, asesinar o violar la mujer del vecino... Aun así, los blancos consideran que su civilizacíon es mejor que la nuestra, tan sólo porque han descubierto más cosas. Pero lo más importante, saber convivir en paz, aún no lo han descubierto... Tampoco han descubierto que nada de lo que tienen vale tanto como ser libre...

Este último concepto de la libertad a toda costa es, probablemente, el mayor obstáculo con que se encuentra el 'civilizado' para lograr adaptar el indio amazónico al mundo moderno. Para el indio, la libertad lo significa todo, y por lo tanto, el trabajo envilece desde el instante mismo en que significa una coacción a su libertad. Podrá pasarse horas construyendo una choza o talando un arból, pero lo hará siempre y cuando sea por su gusto. El mismo instante en que le apetezca pescar o tumbarse bajo una palmera, dejará a medias su tarea, sin detenerse a pensar que habia adquirido una responsabilidad.

'Responsabilidad' es un concepto inexistente para la mayoría de las tribus amazónicas. Responsabilidad significa sujeción, y sujeción significa el fin de la libertad. El indio no admite ser responsable por nada, y ni como padre, ni como esposo, ni aun como miembro de una comunidad, contrae obligaciones ni se las exige a nadie.

Los niños vienen al mundo, y se les cuida por amor, no por obligación. Tampoco el matrimonio presupone cuidado e protección: únicamente apareamiento. En la comunidad, nadie tiene obligaciones para con nadie, y la mayor parte de las veces, no existen jefes. Los curacas o sumo sacerdotes están considerados, todo lo más, como consejeros. Cuando se ha de tomar una importante decisión común, los curacas dan su opinión, pero no es obligatorio aceptarla. Pese a ello, y por su misma libertad, todos respetan las reglas lógicas, pero 'únicamente porque son libres de respetarlas'."


é um texto que renderia um belo imeio em pps para "reflexão". quem sabe se com isso não deixariam o pobre do mário quintana em paz por umas duas semanas...?

falando sério, se nossos antepassados não tivessem caído na conversa dos espelhinhos e jantassem logo cabral, caminha, frei henrique de coimbra e o resto da corriola portuguesa (e francesa, holandesa, inglesa, etc.), eu hoje não ficaria me perguntando, principalmente depois um relato desses, onde diabos foi que erramos?

13 abril 2007

este blog está de luto

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Kurt Vonnegut, Jr.
11/11/1922 — 11/04/2007

"I tell you, we are here on Earth to fart around, and don't let anybody tell you different".

leia.

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no trabalho, a sala ao lado da minha abrigava um sósia do vonnegut, mais novo e puxando de uma perna.

até os colegas atestaram a semelhança, depois que lhes mostrei algumas fotos na internet.

meu setor foi transferido para outro andar, e no dia em que iniciamos no novo escritório, morre o escritor.

com a mesma idade com que morreu meu avô materno.

os místicos talvez vejam algum sentido transcendente.

coisas da vida.

dna visual



e não é que tá quase tudo aí, com ajuste ou outro?
tarrei da solange.

12 abril 2007

a mim e a mais ninguém

há dois tipos de pessoas no mundo: casados e solteiros.

já vivi nos dois mundos. em geral, os que jogam no time em que estou escalado agora se consideram mais bonitos, viçosos, interessantes, flexíveis e com fígado mais resistente; os do outro lado os vêem como doidivanas, e a si mesmos como espécimes mais centrados, objetivos, realistas e serenos -- ou seja, zumbis, na opinião dos primeiros.

apesar, ladies and gentlemen, de ninguém ter pedido, minha opinião é que ambos se enganam de igual maneira, e ao mesmo tempo todo mundo têm razão.

quando eu estava no lado de lá da força, achava ótimo. como tenho certeza de que nunca estive mais feliz essa semana, noves fora a novela interminável de encontrar um sofá que acomode três pessoas, seja confortável, barato, caiba na minha micro-sala e permita o trânsito pelo chão, pois infelizmente ainda não desenvolvi a capacidade de locomoção pelas paredes, como faz o homem-aranha. pelo tempo que a questão se desenrola, já estou me sentindo uma espécie de albertinho limonta. fora isso, tudo na paz.

mas não era nada disso que eu queria dizer. é que, por melhores que estejam as coisas, de vez em quando aparece um cabra safado e me apronta uma dessas:



aí então, meus amiguinhos, não há alegria solitária que resista à vontade de cantar, de peito aberto, um troço desses pro primeiro rabo de saia mais cheirosinho que cruzar comigo na rua. pô, macca, isso não se faz...

povo que não escuta, atenção para a letra.

07 abril 2007

the man and the muffin man

Free Image Hosting at www.ImageShack.usa lembrança mais remota de contato com a música do frank zappa vem da época em que a mtv passava na tevê aberta, lá pelo idos de 92. como acontece até hoje, as melhores canções não passavam nos horários ditos comerciais.

ao voltar, numa madrugada, de uma festa daquelas de deixar mareada estátua de marechal a cavalo, fui realizar um ritual então freqüente: comer um prato de comida gelada, assistindo tevê e lendo jornal, tudo ao mesmo tempo, antes de adormecer de roupa no chão, com a luz acesa.

eis que exibem um clipe, se pouco me engano (o que é difícil, pois vivo me enganando, de variadas maneiras), mostrando um carro correndo por cenários de massinha, embalado por um fluxo constante de guitarra. mas nada daqueles solos masturbatórios à la rush, em que o guitarrista fica, como dizem os gringos, "self-indulging". não amiguinhos, havia um propósito, a música ia para algum lugar.

fiquei intrigado quando o nome "frank zappa" pipocou na tela, porque não esclarecia absolutamente nada. como ainda vivíamos tempos de pré-internet, com o dólar deixando o preço dos discos importados proibitivos, a informação de pouco valeu.

corte para o ano 2000. eu trabalhava na cinelândia, e aproveitava o resto da hora de almoço para bundar pela pedro lessa, uma ruazinha de pedestres do lado da biblioteca nacional, com barraquinhas onde vendem-se antigos elepês e cds copiados.

uma capa me chamou a atenção. tinha umas fotos grotescas de arcadas dentárias, e o visual de revistas em quadrinhos de terror dos anos 50. the ark era o registro de um concerto de 68. não sou muito chegado em "ao vivos", mas não resisti à capa. comprei e fui ouvir no computador do trabalho. cruzado de direita no queixo.

tinha todos os elementos "zappianos". improvisações, experimentalismos dodecafônicos (ou coisa que o valha), bate-papo e participação da platéia, e "ixpertezas", como fazer as músicas "caberem" no disco cortando-as com um ruído de agulha no vinil. fui irremediavelmente fisgado.

voltei e comprei strictly commercial, coletânea com bom apanhado da produção roqueira. depois fui atrás da discografia cronológica, começando com freak out, o primeiro disco conceitual da história (o sgt. pepper's só viria em 67, quase um ano depois). mas à parte as baladinhas e trouble every day (um de meus hinos pessoais), o disco soou um tanto estranho, e demorei algum tempo para digeri-lo, e até gostar mesmo dele.

os próximos foram a paródia aos beatles we're only in it for the money, e lumpy gravy, que não passa de uma colagem de sobras de efeitos dos dois primeiros discos. o que me deixou -- com perdão pela má palavra -- muito puto.

levou uns dois anos até eu voltar às boas, mais precisamente quando li uma matéria sobre hot rats. nova epifania. mas minha ex-mulher não gostava nada de frank zappa, assim como a namorada antes dela.

agora, reiniciando a vida, comecei a baixar tudo do cara, começando pelo waka/jawaka, e o que veio antes e depois. eu não podia estar mais feliz. vão-se as mulheres, fica o homem.

05 abril 2007

bilhete a um primo vascaíno

"Tudo bem que nosotros, botafoguenses, somos, como você chama, xiitas; que vocês têm 89 vitórias a mais etc.; mas até o Gama tá dando baile...

Não leve a mal, mas acho que esse gol mil só vai sair contra o Eurico.

Abraço".

03 abril 2007

algo no ar além dos controladores de carreira

o imbroglio entre os controladores de vôo, a presidência da república e a cúpula da aeronáutica me lembrou uma frase, que relutei em reproduzir por receio de errar na autoria.

depois de muita procura sem sucesso na internet, mandei os escrúpulos às favas. arrisco dizer que os culpados estão entre o millôr, o barão de itararé e o sérgio porto. é mais ou menos assim:

"militares são como flores: devem ser bem tratados para evitar que se reproduzam."

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se alguém souber quem é o verdadeiro autor, cartas para este blog.

02 abril 2007

corta o cabelo dele! corta o cabelo dele!

não sei -- e não me interessa saber -- se o rabino henry sobel é cleptomaníaco ou estava temporariamente privado de sentidos.

mas já que ele será levado às barras da lei, a justiça americana poderia aproveitar e condená-lo a um corte de cabelo. sem apelações.

aquele penteado mezzo príncipe valente, mezzo roberto leal está com a validade expirada desde o tempo de dom joão charuto.

cadeira de barbeiro nele!