26 setembro 2008

poesia pra ela

trecho de cobra norato, do raul bopp.

XXXII

- E agora, compadre
vou de volta pro Sem-fim

Vou de lá para as terras altas
onde a serra se amontoa
onde correm os rios de águas claras
entre moitas de molungu

Quero levar minha noiva
Quero estarzinho com ela
numa casa de morar
com porta azul piquininha
pintada a lápis de cor

Quero sentir a quentura
do seu corpo de vaivém
Querzinho de estar junto
quando a gente quer bem bem

Ficar à sombra do mato
ouvir a jurucutu
águas que passam cantando
pra gente se espreguiçar

E quando estivermos à espera
que a noite volte outra vez
hei de le contar histórias
escrever nomes na areia
pro vento brincar de apagar