02 outubro 2003

Depois de um longo inverno...

Hola, rapaziada!

Depois de muito tempo, estou quase retomando essa joça. É que muitas coisas aconteceram: me mudei, fiquei - e ainda estou - sem internet, peguei uns frila por aí (que, se Deus quiser vão se multiplicar e encorpar até formar um emprego fixo, com um salário decente. Ou então, vou encarar de vez as atres plásticas/ilustrações como meio de vida. Já acho agora que as coisas não se excluem, mas isso é outra história...).

Resumindo, ressucitei. Estava morto, ou morrendo, intoxicado pelo miasma putrefacto de meu próprio corpo inerte, mas agora as coisas estão mudando. O sangue pulsa novamente em minhas veias, estou mais forte, sentindo o vigor voltar aos músculos, a cor às faces. Ainda não sei bem o que quero, mas (oh! clichê...) sei muito bem o que não quero mais.

Em pouco tempo, muito mudou, mas não na medida externa dos homens; as transformações foram internas. Mais coragem e menos punheta filosófica.

Uma das paredes do meu querto é recoberta com tinta misturada com limalha de ferro, o que a torna aderente a magnetos. Celso e Gabi deixaram lá um monte daqueles imãzinhos com palavras. Um dia, meio inconsciente do que fazia, escrevi "alegria no lugar de idéia". Até hoje estou meio intrigado com o significado. Não entendi muito bem a frase e fiquei com medo dela. Para mim, abdicar da racionalidade é um passo grande demais. Embora já sejam reflexos das transformações previstas no meu mapa astral. Ascendente em peixes - migração de razão para sentimento.

Barra pesada, irmãos...

Mas a verdade é que ando meio cabreiro com sentimentos. Melhor, acho que perdi tempo demais tentando me completar através de relacionamentos, quando na verdade o que precisava era procurar maneiras de me fortalecer e seguir adiante. Sei lá, isso parece aquele papo do Delfim Netto de "primeiro fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo". Pode ser, não sei. Lo que pasa es que tô feliz em estar tocando a vida assim, aprendendo a ser só. Dá um aperto às vezes, tem noites em que sou assombrado por fantasmas, pinta uma certa melancolia no luco-fusco, mas tudo certo. As coisas estão redondinhas.

Tô no Festival do Rio (aliás, tô escrevendo depois da hora, desde o escritório), aprendendo meus limites, varrendo o quarto, fazendo compras, lavando e, pasmem!, passando roupas!

(acabei de reler o texto e parece que estou fazendo tudo isso no festival. hahaha! não confundam! lá estou na assessoria, o resto das atividades eu faço em casa!)

Bom, é isso. Acho que só vou poder voltar a escrever oficialmente depois do dia 10 de outubro, quando reinstalarei o Velox. Até lá, só se pintar a mamata de ficar depois da hora no escritório, babe!

Um dia eu falo dos filmes que vi, das terras por onde andei...lá lá lá lá... Como é aquela música do Gonzagão "minha vida é andar por esse país..."?