acordei e fui no mercado comprar pamonha (nota: mercado no fim de semana de manhã é coisa de pobre. não que minha condição financeira me habilite a esse tipo de julgamento, mas a única coisa que me faz encarar esse tipo de programa ianomâmi é a recém-adquirida paixão por pamonha. doce, não. ainda guardo algum tipo de dignidade...).
para variar, estava lotado, e aproveitei para dar uma calibrada na despensa de casa. na fila, quilométrica, pedi pro cara da frente dar uma olhada no carrinho, enquanto voei na banca para comprar um jornal. para variar, nada de novo, mas como faz falta a novidade vazia travestida de informação que nos obrigam a engolir nesse mundo globalizado, para manter-nos dispersos e fragmantados.
na hora de pagar, vi que estava sem dinheiro e sem o cartão. ligo para a patroa (ela vai adorar a denominação), em casa. oi, dá para trazer o cartão? tá, bom, to indo. uns dez minutos depois, ela chega. de perfume. quis ensaiar uma gracinha mal-criada, e ouvi um "quem foi que esqueceu o cartão, mesmo?", só para me botar de volta ao prumo. bonito isso.
e o dia transcorria, preguiçoso. e as preocupações escorriam sob o mormaço, enquanto eu pensava em como é bom estar vivo...