25 novembro 2004

copiado descaradamente do paulo markun

não resisti. é altamente sintomático do obscurantismo da direita brasileira, representada por "coronéis" latifundiários e usineiros.

quinta-feira, 25 de novembro de 2004

A IDEOLOGIA DOS SARNEY


Fala-se que o presidente Lula pretende conseguir a transferência da senadora maranhense do PFL Roseana Sarney para o PMDB e entregar a ela o ministério do Planejamento, como forma de serenar a ziquezira independendista do partido.
Pode ser que dê resultado a tática, mas o retrospecto da senadora mostra que a grande condição dela não é política, mas genética – ser filha do presidente do Senado, José Sarney, que acaba de perder a chance de se reeleger para o cargo, mas continua um bom aliado do governo de Lula.
Roseana tem sua carreira apoiada integralmente na figura do pai. Depois de trabalhar como assessora dele, elegeu-se a mais votada deputada federal pelo PFL em 1990 e em seguida, chegou ao governo do Maranhão, onde passou dois mandatos. Teve problemas de saúde graves e quase disputou a presidência da República pelo PFL, depois de ter sido colocada como um mero balão de ensaio, que conseguiu vida própria graças a uma forte presença na propaganda política.
Não é preciso ir muito longe para verificar que a senadora pode ser ótima nos conchavos e articulações e uma perfeita intérprete dos desejos de seu poderoso pai, mas tem um desempenho pífio no plenário. No ano todo, ela fez apenas quatro discursos: elogiando o paraibano José Chaves, outro de homenagem à medicina, mais um cumprimentando a Anatel por padronizar os telefones de emergência e um sim, pesado, sobre as conseqüências das enchentes no Maranhão. Aparte, não deu nenhum e também não aprovou um só projeto de sua autoria. Foi relatora de duas propostas, uma sobre o primeiro emprego e outra de um acordo com a Ucrânia para usar a base de Alcântara e o site da senadora festeja suas vitórias nesses dois temas.
Portanto, a ida de Roseana Sarney para o PMDB pode representar uma massagem no ego do papai, mas não vai suprir a ausência de idéias e propostas que esse partido tem como característica essencial. Para complicar, quando ela foi candidata a presidente da República pelo PFL e disparou nas pesquisas, até ser abatida pela descoberta de um pacote de dólares no escritório de sua empresa, a reação mais suave de Lula foi dizer que aquela eleição não era concurso para miss Brasil.
Sobre a ideologia de Roseana Sarney, provável futura ministra do governo do PT, a definição é dela mesma: “Não existe esquerda, nem direita. Todos querem as mesmas coisas. As formas de se alcançar é que diferem.”