26 junho 2004

de jornalista, toda puta tem um pouco...

como bostejei anteriormente, tem uma ocupação que pretendo exercer profissionalmente pelos próximos anos - nada definitivo, (in)felizmente (?) tenho a necessidade vital de não me apegar a nada.

é que existem alguns mitos a respeito de jornalistas, que na minha ignorância e arrogância, pretendo comentar:

1) jornalistas são "urubus", sempre atrás de desgraças e do que há de pior na natureza humana:
correto. dizem que na redação do new york times tem um quadro com os dizeres "bad news, good news". agora, vocês já se perguntaram o por quê? alguém aí no fundo respondeu "porque vende mais?" bingo! as notícias trágicas têm muito mais apelo. faça o teste. se a primeira página trouxer uma manchete sobre a decaptação de uma personalidade do entretenimento num acidente automobilístico, e outra sobre o novo pacote econômico do governo, qual você vai ler primeiro?...somos urubus para satisfazer a SUA curiosidade mórbida.

2) jornalistas são pessoas bem informadas:
sim e não. por cacoete profissional, e por lidar com a reprodução dos fatos em quantidade industrial e velocidade instantânea, jornalistas carregam uma quantidade de informação ao suportável por qualquer outro mortal sadio. mas jornalistas não sabem tudo. na verdade, eles conhecem gente que sabe. no máximo, descobrem mais rapidamente onde procurar. no resto do tempo, estão blefando.

3) jornalistas são "vendidos":
correto. como qualquer profissional com necessidade de alimentar-se três vezes ao dia, os jornalistas fazem tudo por dinheiro. principalmente porque em geral, ganham mal. muito mal para o volume de trabalho. pergunte ao jornalista do seu lado quantos fins-de-semana ele tem de descanso por ano. no geral, somos como médicos. horário estabelecido inexistente, plantões nos finde, poucas folgas e - guardando as devidas proporções - a mesma responsa. duvida? um fato errado pode arruinar a vida de uma pessoa, provocar a sua demissão sumária, ou, na melhor das hipóteses, gerar uma enxurrada de emails, cartas e telefonemas com reclamações. estamos sempre no fio da navalha.

4) por dinheiro, jornalistas fazem coisas que até as putas recusam:
essa segue a linha de raciocínio da resposta acima. descontando todo o blábláblá ético, como qualquer outro profissional liberal, o jornalista tem que se submeter aos caprichos do patrão, se quiser continuar tendo uma cadeira onde pendurar o paletó todos os dias. ou isso ou é passar no departamento pessoal. amiguinhos, você que é postulante ao mundo das "pretinhas", saiba que a única liberdade que existe no jornalismo é a "de empresa". e parcialidade é a casa do cacete. o que não configura rima e tampouco, solução. portanto, vou botar as coisas por meio de uma parábola, que acredito ser do conhecimento de todo "coleguinha" que esquentou cadeira numa universidade por pelo menos um semestre:

reza a lenda que alcindo guanabara, deputado, senador, nome de rua, e um dos maiores jornalistas da história da imprensa nacional, ao ser convocado para escrever um editorial sobre jesus cristo, em função do natal, não titubeia e lasca a pergunta ao editor, do alto de suas polainas: "contra ou a favor, chefia?"
* * * * * *
preciso dizer mais? é por isso que eu amo essa profissão.

25 junho 2004

de volta das trevas...

...que nem foram tão negras assim. basta apenas um pouco de desorganização para, como diz o ditado, o lado mais fraco da corda arrebentar. infelizmente, o lado mais fraco é esse mesmo. mais juro pela sua mãe mortinha embaixo de um boeing onomatopáico de uma bola de tênis quicando sobre os ovos de um político do interior daquela obscura província no lado norte da região mais escarpada do deserto de gobi destruída pelo repentino estouro de uma tempestade subtropical graças ao efeito do desenrolar da trompa de uma borboleta que ficou presa na gosma pegajosa de uma planta carnívora mimetizada em orquídea ao tentar sugar seu suposto néctar, que não deixo mais de escrever.

depois disso tudo, alguém na platéia teria a audácia de duvidar da minha palavra?

bom, quem lê a tatipiv, sabe que passei um tempo nos estadozunidos por uns três quatro dias, a trabalho. pois é, rapaziada, vale do silício (ou do silicone, numa tradução mais apressada e distraída), o coração do cérebro tecnológico do ocidente. san jose, californification. de um lado, adobe, do outro, a cisco systems. ei, não é a sun ali? acho que o presidente da oracle acabou de acenar para mim daquele jaguar...fui super bem-tratado, bem-hospedado, tudo muito bacana, etcetera e tal, mas a quem interessar possa, é o seguinte:

1. as americanas não chegam perto das brasileiras. são na sua maioria obesas mórbidas com uma vozes finíssimas, como se fossem a minnie mouse nos seus dias mais afetados. aliás, esqueça os corpos sarados que você vê nos filmes, de homens e mulheres: se o resto do mundo comesse como os americanos, não só não haveria alimento suficiente para todos, como passaríamos a complementar as necessidades calóricas diárias com alguns vietnamitas e africanos.

2. são quase todos neuróticos (como diria o obelix) e paranóicos. leis, em geral, não são coisas boas, mas nunca vi um povo tão motivado em criar obstáculos à própria felicidade. às vezes, achava que uma camisa-de-força deveria ser mais confortável que, por exemplo, o esquema "não-fumar-dentro-de-nenhum-estabelecimento-não-beber-fora-de-nenhum-estabelecimento". o saco de papel pardo que se vê no cinema é apenas para TRANSPORTAR bebidas, e não dá o direito de consumí-las em public places.

3. todos reclamam que o café consumido lá é um lixo, mas se conformam e o consomem mesmo assim. a starbucks deveria dar junto com o café (?) um atestado de panaca.

4. todos os empregados de bar, faxineiros, lixeiros e trabalhadores de baixo extrato social são latinos (pelo menos na califórnia).

5. dica fundamental: em qualquer país, procure conversar com taxistas, vagabundos, garis e demais categorias profissionais mencionadas acima. eles são experts em ciências aplicadas - economia, sociologia, política, etc. - e sabem direitinho explicar quando a barra pesa. dois dos momentos mais emocionantes da viagem foi conversar com um ex-presidiário (san quentin) na condicional (o cara me mostrou a carterinha), enquanto bebíamos (ilegalmente!) do lado de fora de um seven eleven; e com três malucos que protestavam contra a ocupação do iraque numa esquina no meio de lugar nenhum. eles disseram que eu e meus amigos fomos os primeiros a parar para bater papo, em mais de um ano em que eles batem ponto ali.

com o tempo vou contando mais. aguardem. ou escolham outra página.

08 junho 2004

revisitando alfarrábios (I)

pensei em bostejar uns artigos antigos que escrevi para a falecida "Geração". era um projeto louco e ambicioso (sinônimos?) de duas meninas, a joana e a antônia, de publicar uma revista com a proposta inicial de ser uma espécie de time out carioca, mas que depois acabou se tornando uma salada de estilos, um bricabraque da geração gente-bem (a expressão denuncia a idade) carioca do ano 2000.

infelizmente, como é o destino de toda publicação independente, pouco depois de um ano - a primeira edição veio ao mundo em outubro de 2000 - ela foi para o buraco. não sem antes ter tido o seu derradeiro número encartado na edição para assinantes do jb, em um remoto sábado de 2002. foi bom enquanto durou.

nunca pude avaliar o barulho que fizemos (se é que fizemos algum), mas a história rendeu para as duas editoras uma seção na revista de domingo do mesmo jornal - depois assinada apenas pela antônia. foi bonito, amador e anárquico. eu escrevia uma coluna que se pretendia de política, mas não de partidarismo, e sim, voltada para apresentar uma "política do cotidiano". a idéia era mostrar como os assuntos da cidade diziam respeito a todos, e o que os jovens poderiam fazer para mudar as coisas ao seu redor. ou seja, uma puta pretensão. no decorrer do tempo, minhas boas intenções naufragaram no emaranhado que estava se tornando minha vida, e acabei tentando um pouco de tudo.

o primeiro texto que apresentei, ainda muito "durão" (mas que me habilitou a entrar para o "staff"), foi sobre o 27o aniversário da revolução dos cravos, em portugal. era uma tentativa de transmitir a emoção do primeiro contato com essa história, via capitães de abril, da maria de medeiros. porra!, uma revolução feita com flores, praticamente sem tiros, e embalada por uma canção- na minha humilde opinião - lindíssima, grândola, vila morena! era demais para meu coração insurreto.

infelizmente não trenho mais o texto. mas tenho todos os que saíram publicados. considero uns poucos bons, embora às vezes resvalem num certo pedantismo de quem acha que tem um dever a cumprir. enfim, ninguém é perfeito. vou aos poucos os colocando aqui, para não espantar de vez os poucos leitores. divirtam-se (?).

O Geisel foi meu bicho-papão
Minhas primeiras referências políticas vieram da infância


Até uns anos atrás, eu pensava que a minha consciência política havia nascido depois das dezenas de filmes sobre o Vietnã assistidos na adolescência. Achava então uma injustiça o "sacode" que os comunas amarelos infligiram aos ianques, coitadinhos. Para vocês verem como eu estava por fora.

Muito antes, porém, eu já havia recebido uma valorosa lição. Só me lembrei dela há pouco, numa reunião de família, enquanto se rememoravam os micos de infância. Entre um causo e outro, me perguntaram se eu lembrava do Geisel. "Quem, o presidente?", estranhei, calculando que quando ele governara o país, nos anos 70, eu não passava de um molecote. Era quando minha avó materna morava para lá do Maracanã, num recanto batizado São Francisco Xavier, próxima à segunda estação da Central (a primeira, não mentem os sambas, é a Mangueira).sua casa era o point das festas que reuniam a parentada, e varavam madrugada adentro. Eu, com não mais que cinco anos, acabava sempre dormindo, não raro embaixo da mesa de jantar, protegido por uma toalha que se estendia até o chão.

Meus pais, não querendo me acordar, às vezes me deixavam aos cuidados da Vóca - apelido que todos os netos usam para chamar minha avó. até porque, se tentassem, eu muito provavelmente distribuiria pataços a torto e a direito (hábito que, aliás, ainda cultivo). e quando me levavam para o quarto eu despertava com a a casa vazia e com poucas luzes, o que me levava a crer que havia sido abandonado. Então eu corria para a varanda e, na esperança de ainda encontrá-los, chamava-os aos berros.

Aí, minha tia Cléa - que morava numa casa em frente e sempre ficava para ajudar na arrumação -, preocupada que meu escândalo acordasse todo o bairro, alertava:

- Não grite, porque senão o Geisel vem para levar embora criança que chora!".

A princípio, eu não dava a menor bola e seguia com o concerto, até que ela, muito engenhosa, tirava o telefone do gancho como se houvessem ligado:

- Alô, Geisel? Não, não é daqui que tem criança chorando, não! deve ser em outra casa. Como? Você vem conferir?"

Nesse momento, eu parava de chorar na hora, me pelanndo de medo do tal "geisel", que eu não sabia se era homem, bicho ou assombração (talvez, para minha tia Cléa, apolítica até a raiz do cabelo, ele devia ser um pouco dos três).

O general Ernesto Geisel chegou à presidência em 74, um ano depois do meu nascimento. Foi ele quem começou a desmontar o aparelho ditatorial, através de uma distensão "lenta, gradual e segura". Não era dos piores, comparado aos seus antecessores, Costa e Silva e, principalmente, Médici. O primeiro foi o responsável pela assinatura do AI-5, em 68, quando foram rasgados os últimos "escrúpulos de consciência", e passou-se a prender, torturar e sumir com gente, em nome da segurança nacional. No ano seguinte, o outro assumiria o botequim, e não faria feio - ou melhor, bonito. Aniquilou o que restava de resistência (armada ou não) na base do chumbo quente. E saturou o povo com slogans ("Brasil, ame-o ou deixe-o") e canções como "Pra Frente, Brasil", até hoje reconhecida por qualquer torcedor de futebol.

Minha tia até poderia estar enganada, mas certamente estava escaldada. Ao invocar o presidente para me calar, talvez se lembrasse das histórias ouvidas na surdina, sobre pessoas desaparecidas. Ou, quem sabe, viessem à memória as marcas das borrachadas recebidas pelo irmão da minha mãe, apenas por ter tido a infeliz idéia de e passar perto de um soldado a cavalo, para ver de perto um tumulto na Cinelândia. Ou ainda, a história do vôo rasante que minha avó deu para dentro de uma loja, enquanto baixavam as portas de ferro para protegerem-se do gás lacrimogêneo usado para dispersar uma manifestação.

Foi através de relatos de testemunhas assim, sem qualquer formação política, que passei a sempre duvidar das versões oficiais. Pode ter sido essa origem da busca quixotesca que empreendo a caminho dos fatos, e que acabou me levando ao jornalismo. O resto, meus caros, é História...

03 junho 2004

enquanto isso, no torrão ao norte do rio bravo...

digam aí se as coisas não parecem ser assim mesmo...

But you can reach the top of your profession
If you become the leader of the land
For murder is the sport of the elected
And you don't need to lift a finger of your hand


Murder by numbres - The Police (com sting em pessoa em versão ao vivo do frank zappa)

salto de che guevara a jorge ben

ainda não vi o filme do waltinho salles sobre o che, mas desde o ano passado já havia lido "mi primer gran viaje", os diários que inspiraram o cineasta.

pensei em botar a letra da bela "hasta siempre, comandante che guevara". não sei se toca no filme, mas é tão linda que deveria, nem que fosse nos créditos finais. não sei quem a compôs, mas tenho duas versões: uma da soledad bravo, e outra do compay segundo.

em vez disso, escutei "o circo chegou", do jorge ben. tentem visualizar as situações e os personagens:

O circo chegou - Jorge Ben

O circo chegou, vamos "todo" até lá
Olha que o circo chegou, não custa nada você ir até lá
O circo é alegria de viver,
O circo é a alegria que você precisa conhecer

Tem um macaco cientista
Um urubu que toca flauta e violão
Uma orquestra de sapo
A cabra ciclista e a girafa seresteira

Tem um anão gigante,
A mulher barbada e o homem-avestruz
Tem o homem-foguete
que entra em órbita a qualquer hora

E quando você menos espera - suspense! -
O leão foge da jaula
Mas calma, minha gente que o leão é sem dente
calma, minha gente que o leão é sem dente

Um mágico que engole espada e come fogo,
Vira elefante, sai voando
Vinda diretamente de Paris uma linda, sexy bailarina
Dançando ao som da escaldante banda do Seu Tião Brilhantina

E quando não está roubando mulher, aparece o palhaço Tereré
Distribuindo goiabada e requeijão
E ingressos pra domingo que vem
E anunciando a grande atração:

A grande atração é uma grande vidente
Uma grande vidente, que tudo sabe, que tudo vê, que tudo sente
E agora, com vocês, a grande cartomante, a internacional Deise,
A mulher do homem que come raio laser

O circo chegou vamos "todo" até lá
Banacuca Cungungum, o palhaço que é ladrão de mulher

coisas que vou começar/retomar

a culpa pelo adiamento de uma série de coisas era atribuída ao mestrado. findo o problema, vamos à lista de tarefas:

- voltar a desenhar;
- aquarelar;
- xilogravar;
- retomar o sufi;
- tocar o projeto das camisas;
- reencontrar os amigos (joão, paulito, pedro, cabeção, daniel etc.);
- pegar um sol, para variar;
- nadar;
- comprar um dvd pro computador;
- ler asimov;
- bertrand russel;
-aldous huxley;
- salinger;
- os sermões;
- reler os sertões;
- a pedra do reino;
- lord of the flies;
- baixar zappa, muito zappa;
- todo o jorge ben;
- voltar a ser sócio da sala de vídeo do ccbb;
- aprender violão;
- voltar às aulas de caixa-de-guerra;
- achar tempo para tudo isso, e ainda por cima, dormir razoavelmente (coisa que aliás, deveria estar fazendo há horas. entonces, buenas).

02 junho 2004

sir paul e as "dgogas"

eu bem que desconfiava, mas não sabia que era tanto.

PLANTÃO
06/02/2004 - 15h39m
Paul McCartney revela que usou heroína e cocaína
Globo Online

RIO - O ex-beatle Paul McCartney revelou ter tomado heroína e cocaína, no auge do sucesso de sua lendária banda. Em entrevista à revista britânica "Uncut", McCartney disse que não sabia que havia provado heroína. "Não me dei conta de que havia usado. Me deram algo para fumar, e eu fumei. Mas não me afetou em nada", afirmou.Sir Paul disse também ter usado cocaína "por cerca de um ano" mas "nunca se viciou". De acordo com o cantor e compositor, as drogas davam inspiração para muitas canções dos Beatles. "Got to get you into my life", por exemplo, "era sobre maconha, mas ninguém sacou na época", disse ele. Já a música "Day tripper" era sobre ácido lisérgico. O ex-beatle contou ainda ser "bem óbvio" que "Lucy in the sky with diamonds" tratava de LSD. Segundo ele, muitas outras faixas dos Beatles faziam "sutis alusões" a drogas. As informações são do site da "BBC".


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"got to get you into my life", é? quem diria?...

back in the high life again

estou de volta, amiguinhos!

como quem lê a tati sabe, passei no mestrado. foi um sufoco danado, mais ou menos como se eu tivesse parido um abacaxi pela coroa. nos três dias que antecederam a defesa, devo ter dormido apenas umas cinco horas, talvez seis. o pior é que só comecei a desacelerar dois dias depois. minha médica disse que vai demorar algum tempo para o organismo se livrar da quantidade de anfetaminas que ainda corre nas minhas veias.

mas o que importa é que vim, vi, caguei no pau, mas venci. a propósito, de onde virá essa expressão "cagar no pau"? respostas para esse endereço.

mais mestre, mais calejado e mais velho. aliás, foi meu aniversário dia 30, preciso mudar o número no canto superior direito da página. mas não comemorei. meu estado de ânimo estava mais murcho que pneu furado, e não via motivos para celebrar enquanto não me livrasse do karma acadêmico. não fiz nada, e sequer contei aos amigos. terei 31 até o fim de maio do ano que vem, ora bolas!, portanto, realmente não tenho pressa de festejá-los.

enfim, amiguinhos, muitas coisas aconteceram, e a lição que tiramos disso tudo é "não deixe as coisas para a última hora, por mais fudido que você esteja", e que "saturno é a casa do caralho!" felizmente, tenho mais trinta anos até o nosso próximo encontro quando ele completará outra órbita completa. até lá, ao contrário de agora, estarei preparado. por enquanto, volto à vida, aos amigos, às "coisas úteis que se pode comprar com dez cruzeiros" (salve, jorge ben!).