23 agosto 2007

cadê meu nariz de palhaço?

acabei de ler n'o globo que produtores músicais e artistas foram ao congresso pedir isenção fiscal para a produção fonográfica nacional. a mátéria diz que isso já acontece com jornais, periódicos e livros.

peraí, livros não pagam impostos?! então porque diabos eles continuam custando tão caro? as editoras devem estar faturando os tubos! sim, porque alguém acredita que autores ou designers de capas (ou como quer que sejam chamados atualmente) andam por aí desfilando de carro importado ou esquiando nas férias em aspen?

vai perguntar para o cony, o veríssimo, o fausto wolff ou o marcelo rubens paiva, por exemplo, se eles não preferiam deixar os jornais para se dedicarem apenas à literatura? a mais-valia deve ser usada para negociar o passe de best-sellers como o paulo coelho e que tais.

sei não, mas parece que os músicos estão sendo usados como bois-de-piranha das gravadoras. é a conseqüência do modelo de divisão do trabalho taylorista/fordista aplicado às artes, que dá aos artistas o status de "seres elevados", apenas responsáveis pela parte da "criação", enquanto os aliena do controle de sua produção.

como muitos aceitam o papel de "prima-donas" (muitas vezes por preguiça de pensar), fica fácil para os tubarões da indústria cultural manipular os fatos, na tentativa de dar sobrevida a um modelo de negócios que a troca de arquivos digitais já dinamitou há muito tempo. é por isso que endosso a pirataria musical e literária.