Sua presença na presidência da Câmara é um desastre para o Brasil, para a imagem do Brasil. Ou vossa excelência fica calado ou vamos começar um movimento para derrubá-lo!
o esporro acima foi a resposta do deputado do pv do rio à proposta de severino cavalganti (sic) de trocar a cassação dos envolvidos no mensalão por uma advertência. ao que o presidente da casa (da-mãe-joana) retrucou, gaguejando de indignação:
Vossa excelência, deputado, se recolha a sua insignificância, deputado, e não faça insinuações, que só cabem ao senhor. Eu não aceito.
ou meu português anda mais enferrujado do que imagino, ou não houve insinuação por parte do gabeira, e sim, uma afirmação categórica. pode ser que talvez o sevé não tenha entendido...
a propósito, o relato do quiproquó está aqui. espero que dê para ver o vídeo.
31 agosto 2005
gabeira ficou macho
26 agosto 2005
a serviço do cramulhão
já tinha lido cobras e lagartos sobre o rupert murdoch. da maneira como ele vem tomando conta da mídia americana e mundial. seu império amealhou, entre outros empreendimentos, o new york post e o london times, os estúdios da twentieth century fox, a fox network, e 35 estações de tv que cobrem quase metade do país.
que o sujeito era de direitaça eu já sabia. ou melhor, não sabia até assistir ao fox news, que descobri transmitido pelo canal 97 do cabo. é de uma boçalidade indescritível. ontem me controlei para não vomitar diante de um noticiário apresentado por dois "marionetes", hannity & colmes, onde um (acho) ex-agente da cia defendia a proposta do pastor ted robertson em assassinar o chávez (o da venezuela, não o do seu madruga). estranho é que o canal de entretenimento até que é meio metido a "liberal de esquerdinha". as aparências enganam...
o mais interessante de tudo foi descobrir o documentário outfoxed: rupert murdoch's war on journalism, que radiografa as atrocidades políticas cometidas pelo fox news sob a alcunha de jornalismo (desnecessário dizer que já botei pra baixar no emule). é de arrepiar!
tem um clipe legal aqui. em quicktime.
Para FHC não esquecer
O ex-presidente FHC diz que não sabe como Lula ganhou as eleições para presidente. Vamos lembrá-lo então. Lula ganhou porque FHC fracassou. Ele pode não saber, mas o povo brasileiro, que o mantém como o mais rejeitado dos candidatos à presidência, sabe muito bem.
do emir sader, na carta maior.
e pensar que muitos dos que reclamam hoje votaram no barbudo justamente porque ele garantiu que "os fundamentos da economia" (o que quer que isso signifique) seriam mantidos...
24 agosto 2005
é normal isso ou é só comigo?
o tempo voa se arrasta enquanto você espera os jornais on-line publicarem o resultado da mega-sena.
deve ser ansiedade de principiante.
18 agosto 2005
hoje eu entendo...
Os gatos são nobres e exigentes, ao passo que os cães, não importa de que nível social, conservam a falta de classe dos novos-ricos e são incorrigivelmente vulgares.
Pierre Loti.
14 agosto 2005
como nascem os boatos
...parece que o que causou o cisto cerebral na malu mader foi o consumo de café pimpinella.
12 agosto 2005
Globo deve fazer programa infanto-juvenil especialmente para Grazi
tenho até medo de imaginar uma análise freudiana dessa relação entre erotismo e entretenimento infantil.
minha doralinda
o tempo passa, o mundo gira, a lusitana roda, e algumas coisas continuam firmes; modificam-se, é verdade, mas como engrenagens qeu, com o passar do tempo, adaptam-se melhor. ainda bem.
Doralinda - João Donato/ Cazuza (quem diria que eu ainda tiraria o chapéu para esse cara?)
Eu queria te dar a lua
Só que pintada de verde
Eu queria te dar as estrelas
De uma árvore de Natal
E todo o dinheiro falso do mundo
Eu queria te dar
Um carro conversível
Forrado de branco
Uma viagem pelo mundo
Num navio branco
E um sapato com salto de brilhante
Pra você passear
Passear
Porque te amo, te adoro e venero
Eu sou louco por você
Porque te amo, te adoro e venero
Eu sou louco por você
Eu queria te dar
Eu queria te dar um vison
Pra você andar no inverno na praia
Em Santa Catarina
Eu queria te dar
Eu queria te dar um amor
Que talvez eu não tenha pra dar
Ah…
Você não é bonita
Você não é nem charmosa
É tímida e envergonhada
Minha Olívia Palito
Mas singraria sete mares
À tua procura
E te daria uma vida bem segura
Às vezes te vejo
Lavando a sua roupa
Com aquele cheirinho de sabão
Eu queria te dar
Uma máquina de lavar
Secar, lavar prato
Te maquiar
Te ensinar a falar inglês
Porque você é uma rainha
Mas a vida é assim
O que tem que ser já é
Bonito, Doralinda
Doralinda
Doralinda
11 agosto 2005
gênios da publicidade
no vocabulário dos publicitários que anunciam pasta de dente, a palavra "frescor" foi trocada pela onipresente e hedionda "refrescância", que não existe em nenhum dicionário ou gramática.
tem uma marca que eu até já deixei de comprar só por causa desse "neosubstantivo".
aliás, pasta de dente, não, "creme dental". mas onde diabos alguém diz que compra ou usa determinado "creme dental"?! é o mesmo artificialismo criado nos comerciais de ração, em que os cachorros são tratados como "cães". qual é o problema, dizer "cachorro" é feio? denigre a categoria do animal? como dono de gatos, vou exigir do conar que, de agora em diante, os bichanos sejam tratados por "felinos".
10 agosto 2005
testezinho
tarrado do dudu:
Três coisas que me assustam:
- tpm
- vazamento de gás
- ser pego em flagrante fazendo algo errado
Três pessoas que me fazem rir:
- Márcia, minha irmã
- Marinho, meu amigo
- Celso, "meu pai"
Três coisas que eu amo fazer:
- passar horas bundando em livrarias
- ver filmes
- caminhar
Três coisas que eu odeio:
- trânsito lento quando estou com pressa
- gente atravancando calçada
- não ter dinheiro
Três coisas que eu não entendo:
- física quântica
- matemática, em geral
- quem é o "genésio" na música "kid cavaquinho"
Três coisas em cima da minha mesa:
- um telefone
- um computador
- uma xícara de café frio
Três coisas que eu estou fazendo agora:
- digitando
- precisando tomar banho
- correndo atrás de trabalho
Três coisas que eu quero fazer antes de morrer:
- envelhecer
- estudar arco-e-flecha
- aprender a pilotar avião
Três coisas que eu sei fazer:
- ler
- escrever
- desenhar
Três maneiras de descrever minha personalidade:
- boêmio
- divertido
- procrastinador
Três coisas que eu não consigo fazer:
- morder a orelha
- lamber o cotovelo
- enxergar através dos sólidos
Três bandas/cantores que eu acho que você deveria ouvir:
- babau do pandeiro
- maurício negão
- miles davis
Três bandas/cantores que eu acho que você NUNCA deveria ouvir:
- passo. as que vc não deveria ouvir eu também não ouço.
Três coisas que eu digo freqüentemente:
- "sai, chica!"
- "tatiana, um...tatiana, dois..."
- "não sei"
Três das minhas comidas favoritas:
- empada de camarão
- farofa
- gefilte fish (mas tá difícil de comer agora...)
Três coisas que eu gostaria de aprender:
- voar
- tocar violão
- ficar invisível
Três coisas que eu bebo regularmente:
- água
- mate
- chopp (com menos freqüência do que eu gostaria, com mais do que eu deveria)
Três programas de TV que eu assistia quando era pequeno:
- "o elo perdido"
- "amaral netto, o repórter"
- "sala especial" (esse, escondido)
ao que parece, nada mudou...
[Os plutocratas acreditam que há algumas coisas piores que a Guerra]: o confisco dos privilégios especiais; a abolição do lucro imerecido; a derrubada do parasitismo econômico; o estabelecimento de uma democracia industrial. Os plutocratas achariam bem-vinda uma guerra que prometesse a salvação contra qualquer uma dessas calamidades; eles também achariam bem-vinda uma guerra que garantisse mais mercados externos, a destruição da competição estrangeira, mais segurança para os direitos de propriedade e uma maior dominação da vida pelo despotismo plutocrático.
(...)
O controle e a posse dos recursos naturais, bancos, ferrovias, minas, fábricas, partidos políticos, cargos públicos, tribunais e decisões jurídicas, o sistema de ensino, a imprensa, o púlpito, a indústria cinematográfica, as revistas -- todo esse poder seria acumulado para nada em uma comunidade que se acreditasse uma democracia, a menos que a opinião pública estivesse por trás dele.
Como poderia a plutocracia -- a desacreditada, difamada plutocracia -- conquistar a opinião pública? Só haveria um meio: ela deveria alinhar-se a uma causa que controlasse a confiança pública. A causa escolhida foi a defesa dos Estados Unidos.
Com o imenso poder da imprensa pública à sua disposição; a posse de meios ilimitados; unidos em torno de uma política comum, a plutocracia espalha o terror sobre a nação.
o texto acima é um fragmento de "the great madness -- a victory for american plutocracy" ("a grande loucura -- uma vitória para a plutocracia americana"), do socialista estadunidense scott nearing. até ai, nada de mais, se o texto não tivesse sido escrito em 1917, em razão da entrada de seu país na primeira guerra mundial.
no dia de seu sexagésimo-segundo aniversário, em 6 de agosto de 45, ele escreveu uma carta ao presidente truman, que tinha acabado de bombardear hiroshima:
Seu governo não é mais o meu. Deste dia em diante, nossos caminhos divergem: você continua em seu curso suicida, explodindo e amaldiçoando o mundo. Eu volto minha mão para a tarefa de ajudar a construir uma sociedade baseada na cooperação, justiça social e bem-estar humano.
algo mais sobre o caboclo, que viveu cem anos, aqui (também em inglês).
06 agosto 2005
nunca é demais lembrar...
de vez em quando bate uma tristeza, uma desesperança da vida, falta de perspectiva, medo do futuro e do naufrágio. nessas horas nunca é tarde para lembrar-se dos "fabulosos cadillacs", e botar uma canção para tocar:
Los condenaditos (G. Fernández Capello)
Dónde está escondido ese recuerdo tan temido
Qué parte de tu cuerpo guarda todo, escondido
larará, larará
Dónde está escondido ese recuerdo tan preciado
Qué parte de tu cuerpo guarda todo olvidado
Por qué estas tan cansado?
No vez que sos pendejo
Dejá de complicarte
Que ya estás casi muerto
larará, larará
Dónde está la llave
Que te abra la ventana
Quién dicta la sentencia
Que esta robando el alma
Por que estás tan cansado?
No vez que sos pendejo
Dejá de complicarte
Que ya estás casi muerto
larará, larará
Muerto, muerto, muerto
Mirá te están velando
Son todos tus amigos
Todos tus recuerdos olvidados (X2)
Se nubla, se nubla
Se nubla, se nubla
Se nubla, se nubló
Dónde está escondido ese recuerdo tan temido
Qué parte de tu cuerpo guarda todo, escondido
Muerto, muerto, muerto
Mirá te están velando
Son todos tus amigos
Todos tus recuerdos olvidados(X2)
Se nubla, se nubla, se nubló.
e tenho dito.
05 agosto 2005
in waltinho we trust (?)
dada a minha tendência a prelibar coisas macabras (obrigado, pedro!), sempre imaginei a lambança que seria um filme do on the road. mentira. não pensei, porque nunca achei que pudesse ser feito, sem que a essência "vagamundo" do livro se perdesse ao ser condensada em duas horas. afinal, fora a ida ao méxico, o cara cruza os estados unidos de carro umas três vezes, se não me falha a memória.
mais aí, leio que walter salles tá escalado para dirigi-lo, com produção do coppola. fico mais tranqüilo, porque confio no taco (epa!) e na sensibilidade do rapaz. mas kerouac não é che guevara. "mi primer gran viaje", de onde saiu o "diários...", é muito diferente de "pé na estrada". além de ser um livro de tamanho muito menor (embora talvez até menos descritivo), "mi primer.." parece ser de adaptação mais simples.
mas depois do que fizeram com o asimov, e a bomba que deve ficar a adaptação do john fante (com o colin farrell de bandini! não vou nem passar perto do cinema quando estrear), nada mais me surpreende. pelo menos, no waltinho dá para se confiar.
se bem que estão anunciando um filme dele com a jennifer connely, com a maior cara de ser de terror. veremos...
update: achei uma página que dá umas informações legais sob a bibliografia do fante.
01 agosto 2005
as virgens suicidas
acabei de rever "as virgens suicidas", da sofia coppola, com um apertinho bom no coração. não sou dado a nostalgias, mas esse filme retrata com perfeição o gosto da adolescência -- um misto de angústia, ansiedade, antecipação e amor. tempos repletos de urgências dramáticas e desejos, que, não atendidos ou negados, parecem oferecer como única solução o fim à vida.
uma das grandes espertezas da fita é centrar a narrativa no ponto de vista dos garotos da vizinhança, que tentam remontar os acontecimentos como um quebra-cabeças de pequenos vestígios do dia-a-dia. lembrou-me muito a época em que eu e um pequeno grupo de amigos, inocentemente tentávamos desvendar os mistérios que o mundo, e, principalmente, as meninas, reservavam para nós.
We knew the girls were really women in disguise, that they understood love, and even death, and that our job was merely to create the noise that seemed to fascinate them.
outro ponto a favor da sofia (já tô íntimo) é não cair na esparrela de tentar explicar os "motivos", tampouco banalizar a situação puxando pela neurose dos pais. a opção é pela sutileza das pequenas violências, como na cena da queima dos discos. o clima solar, quase de conto de fadas, ajuda a não deixar o filme cair na morbidez óbvia, e a trilha sonora do "air", se me premitem a má literatura, é linda de morrer. quase hipnótica, inebriante como deve ser um uma overdose de soníferos ou um barato de gás carbônico. ótima escolha; gostaria de saber até que ponto o fato de os músicos serem quase adolescentes ajudou.
So much has been said about the girls over the years. But we have never found an answer. It didn't matter in the end how old they were, or that they were girls... but only that we had loved them... and that they hadn't heard us calling. Still do not hear us calling them from out of those rooms... where they went to be alone for all time... and where we will never find the pieces to put them back together.
a cena da conversa por músicas é muito bem sacada. e reescutar "you're so far away", da carole king, foi pungente. é meio cafoninha, mas capaz de me transportar de volta aos seis anos de idade, aos rincões da tijuca, às lembranças das minhas primeiras paixões. eram amigas da minha irmã mais velha, algumas quem sabe já mocinhas, cuja companhia tornou minha infância muito colorida e rica em experiências. um dia eu falo mais da importância da minha irmã mais velha para minha apreciação do gênero feminino.
a claudia, eu considerava minha namorada, a quem presenteei com uma figurinha do álbum do filme king kong, estampada com a foto da jessica lange. verinha, a mais linda, morava na casa do lado do meu prédio, e simone. ah, simone...era filha do porteiro, e talvez seja dela a culpa pela minha paixão por mulheres de pele branquinha e cabelo encaracolado. simone, a primeira que me mostrou suas graças, enquanto nos escondíamos no banheiro da empregada lá de casa.
algumas paixões juvenis podem marcar mais que água fervente sobre a pele, embora não sejam vistas a olho nu. como saldo final, alguma nostalgia das velhas amizades, muitas das quais só existem hoje em fotos esquecidas dentro de algum livro, ou perdidas em um fundo qualquer de gaveta.
enfim, para mim, esse filme manda muito melhor que o seguinte, lost in translation.