"palhastê!" (do sânscrito "namastê") - o palhaço que habita em mim passa a mão na bunda do palhaço que habita em você.
29 março 2008
a estrela bate no peito
em mais quatro anos de bostejos, acho que nunca falei aqui do meu time de coração, o botafogo. para vocês verem que não minto ao me proclamar alvinegro desnaturado.
pois vou continuar não falando. passo a palavra ao sérgio augusto (e por tabela, ao paulo mendes campos), no texto mais lindo que descobri sobre o glorioso, quando tentava não "dar barriga" sobre o time do stanislaw ponte preta no texto abaixo.
e o orson welles, quem diria, acabou em general severiano.
Cabeça e coração, por sérgio augusto.
ps: desafio qualquer torcedor de outro time a apresentar linhas mais bem escritas. e com maior dimensão mítica.
retrato do rio
"O negro Mixaim tinha sido preso num boteco da Rua Carolina Machado, depois de tomar um porre e tentar dar no português do balcão por causa de uma discussão sobre futebol. A eterna desavença entre lusitanos e pretos do Rio, numa rivalidade que suplanta mesmo as coisas de amor e deixa a mulata em segundo plano: a raiva de um crioulo quando vê um vascaíno menosprezando o Flamengo, o ódio de um português quando vê um rubro-negro gozando o Vasco."
sérgio porto
tricolor filho de alvinegros
"eu penei, mas aqui cheguei"
essa semana, pela primeira vez na vida, paguei imposto de renda. não disse declarar, e sim, pagar. assim que enviei o formulário preenchido pela internet, liguei para a minha mãe. como supunha, ela ficou satisfeitíssima. para ela, pagar imposto era um dos sinais superficiais, mas nítidos, de que eu havia ascendido à condição de "ser alguém".
não sei ao certo que alguém me tornei, mas não a culpo. chegar até aqui foi tão difícil para ela quanto para mim. talvez até mais. embora eu é que tenha ouvido esse tempo todo, olhando para trás, até que foi pouco.
na infância, lembro de ouvir o cid moreira noticiar algo sobre a cobrança do imposto de renda no telejornal da noite. não sei se foi a imagem mental do leão ou a descoberta de que, quando crescesse, teria que dar parte do meu dinheiro para uma entidade abstrata e obscura como "o governo" (ainda estávamos na ditadura), mas o fato é que a partir de então perdi o interesse em crescer, para fugir das garras da responsabilidade. meu analista salivaria ao ler isso.
acho até que me saí muito bem na tarefa de desviar das obrigações. até que a pressão se tornou insuportável, e a necessidade de atender aos meus prazeres (independência de casa, mobilidade e horários, grana para discos, livros, álcool, eventuais cigarros e charutos, um agradinho às moças etc.) me empurraram para o mundo adulto.
para recapitular, comecei a escrever a minha trajetória, mas apaguei tudo. não vou encher o saco de ninguém com isso. o fato é que minha mãe e meu pai não ganham mais cabelos brancos por minha causa. quem tem a cabeça adornada por fios de prata agora sou eu. assim caminha a humanidade.
28 março 2008
consultoria de moda
dentre as coisas pelas quais invejo as mulheres está a liberdade com que elas podem se vestir para ir ao trabalho. o centro da cidade é mais quente que a virilha do capeta, e os homens mais afortunados, como eu, têm que usar calças e sapatos fechados. nem falo nos pobres-diabos obrigados a usar terno.
chega a dar raiva o fato de todo ano a tevê mostrar uma "matéria" sobre a reação dos office-boys e populares (quem mais anda na avenida paulista?) ao verem modelos masculinos -- não disse "homens" -- saindo às ruas de saia. a globo prestaria melhor serviço se vestisse um galã com sarongue na novela das sete. assim talvez a gente pudesse enfim arejar as partes em público sem ser apedrejado.
as mulheres ainda têm a pachorra de colar uns vidrilhos nas chinelas, chamá-las de sandálias e ir calçadas dessa forma para o escritório. e agora estão cortando as calças sociais na altura dos joelhos, e indo trabalhar de bermudas e paletó! mas vai um homem tentar, digamos, assistir a um concerto na sala cecília meirelles nesses trajes! entrar em certos prédios públicos e repartições, então, nem pensar. meu amigo lessa que o diga.
comentei a injustiça com uma amiga com quem tenho intimidade suficiente para acrescentar que achava essa moda meio feiosa, que as moças ficam com jeito de "juquinha". ela estava de bermudas, e disse que o filho pequeno concordava comigo. garoto esperto. nos despedimos, e mais tarde ela me envia uma cópia da conversa que teve com uma colega de setor pela intranet. vejam só:
amiga - você acha que minha bermuda está de juquinha? ... hahahahahaha
colega de setor - de quê? juquinha? amiga, eu sou carioca...traduz...
amiga - de menininho... garotinho.
colega de setor - claro que não. por que?
amiga - porque meu filho falou e o marcelo também... que essa roupa é de menino...
colega de setor - seu filho?
amiga - falou. disse que eu tava feia, porque minha bermuda é de menino.
colega de setor - convenhamos, ele tem 4 anos. acha que bermuda é de menino e saia é de menina, que nem rosa é de menina e azul é de menino...e o marcelo entende tanto de moda quanto eu de física quântica.
então tá.
27 março 2008
traficantes de bits
a notícia "Adobe lança versão gratuita do Photoshop na internet" me deu uma baita vontade de bostejar.
atenção: quando um texto começa usando a palavra "advento" logo na primeira frase, pode ter a certeza de encarar um texto teórico, não raro escrito de forma pedante e empolada. vamos ver se consigo quebrar isso:
o advento da internet iniciou um movimento de troca de informações que logo chacoalhou os paradigmas que regiam questões como o direito autoral e a propriedade intelectual.
o copyleft e o creative commons são algumas iniciativas de licenciamento criadas pelos próprios usuários para reforçar a natureza colaborativa que norteou o pensamento dos primeiros desenvolvedores da computação em rede, os hackers.
é isso aí, malandragem: foi graças a uma meia dúzia de ripongas libertários, hoje tachados de piratas e bandidos, que você hoje pode conversar com neguinho do outro lado do planeta num átimo, baixar músicas e filmes de graça, ver as fotos da moça do big brother pelada, e até ler meus bostejos.
desde que os militares abriram mão da administração da rede, em 1995 (se não estiver entendendo nada, veja aqui como se deu essa barafunda), as empresas privadas, novas donas da cocada preta, tentam criminalizar qualquer tentativa de troca que não envolva capital. só para citar um caso mais ruidoso, alguém aí lembra do napster?
mas as corporações de informática aos poucos estão percebendo que o movimento cresce de maneira exponencial e incontrolável, e que se quiserem sobreviver, terão que abrir as pernas. principalmente por conta do desenvolvimento cada vez mais freqüente de softwares similares e "livres" ("free as in free speech, not as in free beer").
os sistemas operacionais nascidos do GNU ainda precisam tornar-se mais acessíveis aos usuários comuns e semianalfabetos como eu (fui obrigado a voltar com o rabinho entre as pernas para o "ruíndous" , depois de levar uma surra do ubuntu), mas as coisas tão melhorando.
ações como essa da adobe (vulgo "tijolo de barro cru") são cada vez mais freqüentes. em vez de perderem todo o mercado para as versões piratas disponíveis on e off-line, as empresas preferiram adotar a tática do traficante: fornecer as primeiras doses (versões do software) de graça até o camarada começar a gostar da coisa, para então cobrar por elas (atualizações). mas para quem não é nerd, o básico já resolve lindamente, com a vantagem de ser gratuito.
isso também é inclusão digital. como diria aquele famoso cantor fanhoso, "the times, they are a-changin'".
26 março 2008
25 março 2008
(mau) tradutor, traidor
esse bostejo surgiu da necessidade de criticar a qualidade das traduções de livros e que tais que tenho visto por aí. achei até que tinha encontrado dois exemplos envolvendo a expressão "floresta tropical". o primeiro estava tão errado que foi difícil entender o que estava sendo dito (tem foto lá embaixo). o segundo foi ignorância minha, que não sabia que "floresta pluvial" era um sinônimo correto. mas é que o texto como um todo estava tão truncado, que fiquei de má vontade.
o texto que planejei escrever era assim, prestem atenção:
quando tinha dez anos de idade, tive a sorte de morar por quase um ano nos estados zunidos. quando digo sorte, me refiro a aprender, por imersão, um novo idioma quando seu cérebro ainda é uma esponja praticamente saída de fábrica.
porque aos dez anos, a uma criança com sorte suficiente para nascer numa classe média com privilégios inimagináveis para boa parte da população mundial, só importa brincar. e isso pode ser feito praticamente em qualquer lugar, em qualquer país.
meu cérebro hoje é uma esponja bastante maltratada, mas ainda boa o suficiente para inutilidades como decorar letras de música e criar piadas sobre o disc-jóquei preferido de einstein, e coisas importantes como gravar senhas de banco e de correio eletrônico. para quê mais serviria uma esponja velha?
enfim, desde os dez anos venho tentando honrar da melhor maneira possível o presente de ter aprendido outra língua, estimulando minha esponja a não esquecê-la. para isso, me forço a ler livros no original (sempre na companhia de um dicionário) e a assistir filmes sem legendas. não têm aparecido muitas oportunidades de conversar com nativos, o que prejudica um pouco a rapidez e a fluência, mas me viro como posso.
meu pouco conhecimento, quase todo instrumental, e meus poucos escrúpulos, não me permitem aventuras no campo da tradução. pelo menos não de forma séria. já ajudei amigos com resumos de dissertações (abstracts), textos teóricos e trivialidades, mas sempre me desculpando pela indigência, e recomendando que procurassem a palavra final de um especialista.
aliás, um pequeno parêntese: já notaram como, em todos os aspectos da vida, os que "se dão bem" (o que quer que isso signifique) são sempre aqueles que assumem uma postura de segurança, mesmo quando não fazem a mais vaga idéia do que estão fazendo? reparem, em todos os campos, quem está no comando das coisas são sempre os escroques e os semi-analfabetos. os poucos competentes de destaque são exceções, os "soluços da máquina". fecha parêntese.
entre os tradutores a situação não é diferente. o primeiro caso a que me referia lá em cima, no começo do bostejo, partiu de um resumo de programação de tv por assinatura, na foto abaixo:
peraí, camaradinha: "chuva florestal"?! pô, o mínimo que se espera de um tradutor é que ele esteja atualizado com as questões que envolvem seu metiê. estamos falando de "rain forest", um termo que, nesses tempos de globalização, farc e aquecimento global, é mencionado em pelo menos uma de cada dez notícias. o cara deve ter usado a ferramenta de tradução automática do computador e não revisou depois.
vejam bem, não estamos falando de nenhum jargão específico de economia, ou mesmo de biologia, como foi o caso quando, nos tempos pré-internet, passei semanas arrancando os cabelos para descobrir que "fry" significa "alevino", numa tradução para um amigo oceanógrafo.
o segundo caso, o da "floresta pluvial", veio da versão em português do livro timequake, do kurt vonnegut. o termo está certo e eu não sabia, mas é que a tradução emperrada estava me tirando todo o prazer da leitura. já li o autor no original, e sabia que ele não escreve com o freio-de-mão puxado.
não pretendo entrar em discussões teóricas sobre fidelidade versus fluência nas traduções, e muito menos ficar arrotando grosso sobre assunto que não entendo, mas acho que uma boa tradução deve ser aquela em que a história flui sem que você perceba que está lendo, sem precisar ficar voltando à mesma frases várias vezes para entender o que está sendo dito.
sei lá, também...
pô, vocês chegaram até aqui? não têm mais o que fazer, não?
quem avisa, amigo é
desde que largou seu torrão natal, caroline caf(un)é tem se metido com umas gentes muito estranhas, sórdidas e pandegosas, dentre os quais inclui-se, com muito orgulho, este que vos bosteja.
isto posto, sou com freqüência assaltado (o que é comum aqui no rio) por dúvidas sobre como uma moça criada no seio de uma família distinta e criativa, a ponto de figurar entre os frutos mais ilustres de iguatu, pôde se rebaixar a ponto de ter criado um blog.
isso mesmo, senhoras e senhores do júri: mlle. caf(un)é, aquela cidadã de dignidade inquebrantável, jornalista, professora e com título de mestre conferido por uma das mais importantes instituições de ensino daquela estranha cidade ao sul do brasil, desceu ao nível de rastejar num meio de comunicação que nem subliteratura pode ser considerado. eu, um dos responsáveis indiretos por isso, já tive a honra de participar como personagem.
claro que os motivos pelos quais ela justificará o blog serão de ordem profissional, mas eu conheço bem esse tipo de gente. e já que ela escolheu esse caminho infame, infeliz, inglório, ingrato (alguém mais tem um adjetivo com o prefixo "in" exprimindo negação?), como blogueiro-irmão, só posso dar às boas-vindas à confraria e desejar boa sorte à maneira de outro tipo de marginal, aquele povo "ligado a teatro" (em 110 ou 220 volts?):
e dedicar-lhe um valoroso conselho de mestre kurt vonnegut, sob a forma de cópia descarada do livro timequake (desta vez, a má-tradução não é culpa minha):
"Ensinei redação criativa durante meus setenta e três anos no piloto automático, com reprise ou não. Primeiro ensinei na Universidade de Iowa em 1965. Depois dela veio Harvard, e em seguida a City College de Nova York. Já não ensino mais.
"Eu ensinava como ser sociável no papel. Dizia a meus alunos que, quando eles estavam escrevendo, deveriam ser amáveis como num encontro marcado com alguém que não conheciam, deveriam divertir desconhecidos. Como alternativa, deveriam cuidar de bordéis realmente simpáticos, abertos a todos, muito embora estivessem de fato trabalhando em total solidão. Disse que esperava que fizessem isso com nenhum outro recurso além de disposições idiossincráticas em linhas horizontais de vinte e seis símbolos fonéticos, dez números e talvez oito sinais de pontuação, porque não era nada que não tivesse sido feito antes."
longa vida!
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ps: resolvi dar uma demão de tinta, ou melhor, de pixels, no visual do borduna!, e -- com perdão pela má-palavra -- descaralhou a porra toda. os comentários já estão de volta, mas alguém pode me explicar que raios são "trackbacks", e como essa bagaça funciona?
24 março 2008
vou ali e volto já
acabo de chegar de fortaleza, onde fui tomar minhas pílulas de felicidade condensada. sabor tangeirina (sic).
19 março 2008
"I'm afraid, Dave. My mind is going. I can feel it."
morreu o arthur clarke. não sei se ele ficou tão apreensivo em partir quanto o computador hal, de "2001", cujas últimas palavras reproduzi no título do bostejo.
também não sei praticamente nada a seu respeito, a não ser que foi o criador, junto com o kubrick, de 2001, uma odisséia no espaço. dele só li "os mundos perdidos de 2001", um híbrido de compilação dos contos que originaram o filme e diário de produção e filmagem.
aliás, que conste dos autos, "2001" é um dos meus filmes preferidos. mas essa opinião foi fruto de anos de insistência. que começaram quando do anúncio da exibição do filme pela a primeira vez na tevê, lá pelos idos de 83. provavelmente com medo de perder audiência por causa da "dificuldade" da história, os programadores agendaram um horário proibitivo, já de madrugada.
meus pais me deixaram ficar acordado para assisti-lo, já a par do efeito soporífero que o filme exercere sobre as crianças. pois capotei antes da cena do osso se transformando em nave espacial. tentei vê-lo outras vezes, sem sucesso, até que o rio design center da barra inaugurou sua sala de cinema.
para atrair o público para aquele fim-de-mundo, exibiu uma série de clássicos modernos, começando justamente com 2001. nessa época, meu cérebro já estava contamindado com todo o tipo de porcaria química e literária , me fazendo apreciar o filme sob vários aspectos, com leituras de significados em vários níveis. eu acho.
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na cerimônia póstuma em homenagem isaac asimov na associação humanista americana, o escritor kurt vonnegut, então seu sucessor na presidência da instituição, disse: "isaac agora está no céu". como a única abstração em que os humanistas acreditam, e a qual servem, sem qualquer espera de recompensa ou punição, é sua própria comunidade, a frase causou uma explosão de gargalhadas.
como já disse, não sei se clarke era humanista, ateísta ou qualquer outro "ista" além de cientista. sem pretensão de me igualar ao "vô negut", diria eu sobre sua morte, pensando na imagem final do filme, "clarke agora é um bebê gestado no espaço".
talvez a escolha dessa imagem tenha sido influenciada pelo nascimento da criatura mais linda e especial que já vi, depois de mim, é claro (diria o warren beatty, não eu. enganei vocês!), minha sobrinha sofia.
sobre ela escrevo depois.
recomendo esse sáite para quem quiser saber sobre o filme.
17 março 2008
separados no nascimento
capa do estadão onláine (17/03/08):
o gêmeo (dizzy gillespie):
um com pouco fôlego, outro com muito.
charlie babbitt fez uma piada
não que isso faça diferença, mas apenas para cutucar meus detratores, que andam dizendo que não passo de "um sujeitinho arrogante, gordo, chato, burro, feio, fracassado, encalhado; um fake escondido atrás de máscara intelectualóide, um boçal que copia trechos de outros escritores e diz que são seus" (esqueceram "cabeça-de-mamão" e "olho-de-peixe-morto"), inventei uma piada.
quase queimei o pouco que resta de minha pouca massa cinzenta, mas consegui. e sozinho. segurem as dentaduras:
- Sabe qual é o DJ (didjêi) preferido do Einstein?
- MC Ao Quadrado.
faça o que eu digo, não faça o que eu vejo
olha só: assumo que sou chato pra caralho, muitas vezes grosso (quando isso não é conveniente), enrolado e cheio de outros defeitos, mas cada vez mais me convenço que estou anos-luz à frente dos meus pares quando o assunto é o trato com o sexo oposto.
neguinho pede pra nascer burro e entra duas vezes na fila. ô, raça!
ps: saber que tenho um desafeto me deu uma sensação de ser tão importante...
09 março 2008
redundância midiática
outro dia, enquanto passava a roupa, escuto o locutor da globo anunciar empolgadíssimo as novas atrações para a temporada:
"Uma seleção de filmes inéditos como você nunca viu".
ah, bom. se fossem os inéditos que já vi eles não seriam inéditos, né não?
07 março 2008
pró-labore
como é bom trabalhar num lugar onde as palestras de conscientização dos trabalhadores têm temas como "ACIDENTE FATAL COM ESTILHAÇO DE MARRETA".
peida não!
matéria do consultor jurídico:
Flatulência não é motivo para demissão, diz TRT-SP
não sei o que é mais engraçado. o ridículo motivo da demissão, ou a sentença do juiz.
maiakovski nos olhos dos outros é poesia
na adolescência, dei para me meter com poesia. além de ler bastante as dos outros, cometi umas por aí. talvez por educação, talvez para se livrarem do fardo de ouvi-las, os amigos diziam que gostavam. depois cresci, brutalizei-me, e as poesias tornaram-se um fino e raro acepipe.
nesse tempo, minha prima cláudia me apresentou uma coletânea de poemas de um certo maiakovski. tudo ali era lindíssimo, desde a arte da capa. na melhor tradição concreta, era composta apenas de linhas horizontais separavam o nome do poeta, intercalando a grafia cirílica e ocidental.
foi paixão à primeira vista. a grandiloqüência do estilo lírico/político-revolucionário conquistou meu coração idealista de adolescente. depois veio a própria figura sólida, o triângulo amoroso com o casal brik (lília e ossip) etc.
mais tarde ainda ouvi a tão proclamada "voz de trovão", graças a um vinil com declamações gravadas por vários poetas russos, de posse do meu grande amigo arima, o "oscar mourave" do finisterra, na coluna aí à direita (também foi responsabilidade dele minha paixão por marina tsvetáieva).
bom, vamos ao que interessa: senhoras e senhores, o "poema-anel" que maiakovski compôs para lília brik.
06 março 2008
05 março 2008
gps cariri
combinação de encontro para almoço com caroline caf(un)é, via sistema de mensagens interno.
eu - mas onde diabos fica esse restaurante?
ela - na rua do metrô, só que mais pra lá do que pra cá. tem uma placa
eu - pra lá onde, criatura?...rs
ela - mais pro lado de lá de quem vai.
depois de muito esforço para traduzir as informações, chego esbaforido e dou a sacaneada de praxe:
eu - isso lá é jeito de se comunicar, minha filha?
ela - oxe! qualquer cearense entenderia...
então tá.
03 março 2008
nem rastro de cobra nem couro de lobisomem
hoje cheguei a algumas conclusões depois de entreouvir a conversa de três "jovens-profissionais-bem-sucedidos-engravatados-metrossexuais", na fila de um restaurante idem.
- homem que é homem não faz as unhas;
- homem que é homem não usa creme hidratante para sair de casa;
- homem que é homem não come crepe;
- homem que é homem não come torrada com cream-cheese;
- e, principalmente, se fizer uma das coisas acima, homem que é homem não confessa em público.