você passa na rua e vê um autidór com aquela atriz da tevê bonitona, de peito estufado. quando vai reparar melhor no belo trabalho de deus, vê que ela anuncia uma campanha de vacinação contra rubéola. teus colegas de repartição explicam o caso e dizem que você está na faixa etária correspondente.
você encontra na internet um sáite todo bonitinho, mas os únicos postos de saúde indicados na sua cidade estão no subúrbio, em favelas ou dentro de presídios (!) e "casas de custódia". teu passado -- e parte do presente, é verdade -- te condena, mas por nada que chegue ao ponto de te fazer hóspede de instalações dessa natureza.
o sáite exibe um 0800 do ministério da saúde para informações. uma atendente educadíssima e com voz de veludo pergunta o estado de onde fala, indica dois números da secretaria estadual de saúde, e pede permissão para realizar um breve questionário, a título de pesquisa: idade, estado civil, e como chegou a esse número. deseja mais alguma coisa? obrigado por ligar.
você desliga achando que o país, afinal, está indo pra frente, que o governo está realmente tentando cuidar dos cidadãos, que a saúde pública talvez tenha solução.
aí você disca os telefones da secretaria estadual, um de cada vez pra não embolar. jacaré conseguiu? nem você. os números estão constantemente ocupados, provavelmente fora do gancho, para não atrapalhar a lixada de unhas da atendente. assim caminha o rio de janeiro.
dez minutos e quinze tentativas depois, fui atendido, o que invalida o pequeno trecho acima. na verdade, a impaciência em ver respondida minha pergunta misturou-se à vontade de falar mal do governo do estado, o que em tempos de serginho cabral, sempre vem a contento.
27 agosto 2008
só dói quando eu rio de janeiro
26 agosto 2008
arrentina (parte 2)
gerundismos à parte, costumo dizer que gosto de "estar viajando", em oposição a "ir viajar". trocando em miúdos, isso quer dizer que detesto arrumações & preparativos de viagem (malas, reservas, etc.), mas adoro estar fora da minha zona de conforto cotidiana, experimentando lugares e situações diferentes.
na argentina não foi diferente, fiz várias descobertas interessantes:
- achei que sentiria mais fome no frio, suposição que não se confirmou;
- entendi na carne o significado da expressão "frio de doer", ao tomar o primeiro banho frio com a temperatura abaixo de 9oC;
- porque ele reina absoluto sobre a paisagem, o pôr-do-sol do pampa é o mais lindo que já vi;
- aliás, o pampa, como bem dizia minha anfitriã, é uma vertigem horizontal. no campo, salvo por uma ondulação no terreno, você consegue facilmente enxergar todo seu entorno num raio de cinco quilômteros;
- os homens lá se beijam no rosto. fui a um jantar em que um cara chegou atrasado e foi mecanicamente estalando a bochecha de todo mundo, inclusive a desse que vos escreve. e o sacana ainda estava com a barba por fazer, o que tornou a coisa toda muito mais desagradável. até beijo alguns parentes e amigos mais chegados, mas acho que, como na música do gil, ainda vou demorar muito tempo até aprender a beijar outros homens como beijo meu pai;
- no geral, bem geral, achei a alimentação do argentino médio muito pobre: basicamente carne (muito boa, faça-se justiça) e batata. senti falta de mais hortaliças e frutas;
- chimarrão (que eles chamam de mate) é a bebida socialista por excelência. todo mundo bebe na mesma bomba, democraticamente. achei a erva "picotada" de lá é melhor que a "moída" daqui;
- o hábito de passar horas em cafés lendo e bebericando devia ser previsto na declaração universal dos direitos dos homens, na convenção de genebra, ou coisa que o valha...
- o espanhol é uma língua muito mais objetiva e incisiva que o português. o pessoal lá não é muito dado a circunlóquios e diminutivos;
- eu teria sido um adolescente felicíssimo em buenos aires: lá é possível vestir, sem dramas térmicos, todo e qualquer figurino americanizado que se vê nos comercias e seriados de televisão da moda: casacões de pele ou nylon para rappers, blazers sobre moletons com capuz para os descolados urbanos, longos sobretudos negros para góticos e soturnos em geral; casacos de couro para punks e roqueiros, minissaias com meias-calças de todas as cores imagináveis para as alternativas, além de outras coisas que não reparei;
- depois de 15 dias, não agüentava mais escutar e (tentar) falar espanhol. até ouvir a conversa alheia me irritava. no fim da viagem já buscava me comunicar por gestos;
- e finalmente, a tal convergência digital é uma falácia. as mídias podem até atingir um padrão comum, mas os fabricantes continuam querendo ser "autorais". minha bagagem ficou atulhada com cinco tipos de fios diferentes para o celular, a câmera e o ipobre.
17 agosto 2008
topas as tropas?
o tribunal superior eleitoral aprovou na última quinta-feira o uso das tropas federais para garantir a segurança do processo eleitoral no rio. da maneira como vem sendo noticiado, a impressão é a de que elas não vêm para garantir a isenção dos eleitores nas áreas carentes, onde os traficantes de drogas, parece, estão até exigindo foto dos votos nos candidatos de sua preferência.
as forças armadas vão é fazer a segurança dos candidatos na entrada em favelas e comunidades, onde eles continuarão fazendo seu joguinho demagógico de comício-churrasco-aperta-mão-e-tchau. e depois da eleição, tudo continua na mesma, a população oprimida e mal-paga.
se nos últimos 30 anos os políticos eleitos olhassem para as favelas um pouquinho que fosse, a escala de violência no rio e na baixada não chegaria ao ponto em que chegou. eles estão simplesmente colhendo o que plantaram. refiro-me ao rio, mas o mesmo vale para as outras grandes capitais.
curiosamente, os candidatos da direita foram os que aprovaram as tropas. eduardo paes -- aposta do governador sérgio cabral para o comando da cidade -- chega inclusive a expressar o desejo que elas ficassem no rio "para sempre", delegando a terceiros o trabalho que seria da responsabilidade de seu aliado.
ao sugerir medidas que contemplem apenas a repressão, duda mostra o mesmo despreparo do colega serginho, preferindo atacar as consequências em vez das causas. como o cara da piada que pega sua mulher com o amigo no sofá da sala e para resolver o problema, vende o sofá.
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aliás, ao criticar o general comandante militar do leste de "falta de pró-atividade", o filho do sérgio cabral dá outra demonstração de arrogância, imaturidade e desconhecimento da hierarquia militar. ou então é tudo jogo de cena, o que também não o isenta em nada. a nós cabe o papel de bobo.
14 agosto 2008
13 agosto 2008
nua e crua
todos os dias quando acordo, agradeço a deus pela internet.
dentre todas as facilidades que ela proporciona, está o acesso gratuito de qualquer mortal às fotos da playboy. não que meu interesse pela revista continue o mesmo da adolescência, quando sua "leitura" equivalia à de um catálogo da rolls-royce, exibindo produtos aos quais eu jamais teria acesso nessa encarnação.
continuo sem poder comprar um rolls-royce, e noves fora a pequena fortuna que deixei de gastar com cinema, discos e gibis para ver sem roupa atrizes-modelos-manequins de papel, hoje me sinto vingado ao receber imeios de amigos com as fotos. isso tudo pra dizer que já tinha visto o ensaio da carolzuda castro pela rede.
os produtores da revista inventaram essa história de ensaios temáticos e "nu artístico" para desviar a atenção das atrizes de que estão fazendo fotos de mulher pelada. parece um cartum do arnaldo branco em que uma mulher, em pose pra lá de escancarada, pergunta ao fotógrafo se não ficará vulgar, ao que ele responde: "que nada, a moda agora é o cu artístico". volto a divagar.
o ensaio da carol teve por "tema" o universo de jorge amado, na bahia etc. numa das fotos ela está collant (é assim?) rendado meio transparente, segurando um terço que lhe desce ao lado de um seio desnudo. pensei "só falta agora a igreja católica reclamar..."
pois não foi justo o que aconteceu? no extra, o padre secretário de comunicação da arquidiocese daquela estranha cidade ao sul do brasil, declara que usar um objeto de devoção, nesse contexto, é um desrespeito não só com a igreja, mas com a população, e por aí vai.
aí me pergunto como a igreja católica, vetusta senhora de mais de mil anos, se deixou enredar numa polêmica boba, que só vai alimentar a venda da revista?
ademais, por que raios um padre estava vendo a playboy?
máscara de truta
tudo bem. comecei a estudar pandeiro (podem rir), e o professor falou que tinha ouvir muito chorinho. de preferência a música, até porque homem não chora, criança desafina muito, e mulher quando chora geralmente quer alguma coisa.
aí fui nas minhas eternas gavetas provisórias de cd procurar os jacobs, pizindins, zés da velha, águas de moringa, maoganis e que tais, para desenferrujar os ouvidos.
justo na mesma época tive uma recaída de rolling stones, e ainda estou tentando equilibrar os dois. para piorar, ainda ando obcecado por um certo disco do captain beefheart, que também poderia ser errado, tamanha a confusão sonora, chamado trout mask replica, e produzido por quem? por quem? frank zappa! ó a capa aí embaixo.
é de longe e de perto a coisa mais escalafobética que já ouvi. tentem imaginar um disco inteiro onde, em todas as músicas, cada instrumento parece ir para um lado, fazendo o que lhe der na veneta. demora pra engatar no gosto, mas quando pega, vai macio. discão! agora sente o drama (frownland):
Discover Captain Beefheart & His Magic Band!
achei também um texto bem bacana do matt groening, dos simpsons, sobre o álbum.
12 agosto 2008
eleição carioca
corroborando o bostejo anterior sobre o espírito dos naturais da cidade de só-dói-quando-eu-rio-de-janeiro, o amigo lessa me aparece com o seguinte santinho:
para quem não lembra, esse camarada é aquele que construiu uma casa flutuante no fétido canal do cunha, à beira da linha vermelha, antes da ilha do governador.
não sei se é apenas um deboche com o gabeira, ou se a candidatura é pra valer. e ser for, se emplacará como a do macaco tião, mas diante do nível dos pleiteantes, tá valendo.
Carioca da gema
o que sei de joão antônio ferreira filho é que ele era paulista e jornalista e morava de frente pra praça serzedelo correia, em copacabana. achei mais coisa sobre ele aqui. mas antes já tinha achado a reedição da cosac & naify de Ô, Copacabana! (1978), relato apaixonado sobre o bairro que o adotou, e agora a mim.
neófito que sou, vejo copa um pouco como ele a canta: "(...) Enxovalhada, roída, todos os defeitos gritam, dão desgosto. E estamos bem enfarados dela, chega que dói, desancada a relar em ter sido a mulher de quem já se gostou. (...) É a infeliz, a que foi, calada. Lá no fundo dos olhos, morteiros hoje, de cadela mansa, onde o tempo se esconde, ela ainda atiça, volta e meia, depois da espreita, matreiro, debochado, raro, um brilho, aquele que espeta, chamado dos dezoito anos."
Carioca da gema
Carioca, carioca da gema, seria aquele que sabe rir de si mesmo. Também por isso, aparenta ser o mais desinibido e alegre dos brasileiros. Que, sabendo rir de si e de um tudo, é homem capaz de se sentar no meio-fio e chorar diante de uma tragédia.
O resto é carimbo.
Minha memória não me permite esquecer. O tio mais alto, meu tio-avô Rubens, mulherengo de tope, bigode frajola, carioca, pobre, porém caprichoso nas roupas, empaletozado como na época, impertigado, namorador impenitente e alegre e, pioneiro, a me ensinar nos bondes a olhar as pernas nuas das mulheres e, após, lhes oferecer o lugar. Que havia saias e pernas nuas no meu tempo de menino.
Folgado, finório, malandreco, vive de férias. Não pode ver mulher bonita, perdulário, superficial festivo até as vísceras. Adjetivação vazia... É só idéia genérica, balela, não passa de carimbo.
Gosto de lembrar aos sabidos, perdedores de tempo e que jogam conversa fora, que o lugar mais alegre do Rio é a favela. É onde mais se canta no Rio. E, aí, o carioca é desconcertante. Dos favelados nasce e se organiza, como um milagre, um dos maiores espetáculos de festa popular do mundo, o Carnaval.
O carimbo pretensioso e generalizador se esquece de que o carioca não é apenas o homem da Zona Sul badalada - de Copacabana ao Leblon. Setenta e cinco por cento da população carioca moram na Zona Centro e Norte, no Rio esquecido. E lá, sim, o Rio fica mais Rio, a partir das caras não cosmopolitas, e se o carioca coubesse no carimbo que lhe imputam não se teriam produzido obras pungentes, inovadorase universais como a de Noel Rosa, a de Geraldo Pereira, a de Nelson Rodrigues, a de Nelson Cavaquinho... Muito do sorriso carioca é picardia fina, modo atilado de se driblarem os percalços.
Tenho para mim que no Rio as ruas são faculdades; os botequins, universidade. Algumas frases apanhadas lá nessas bigornas da vida, em situações diversas, como aparentes tipos-a-esmo:
"Está ruim pra alandro" - o advérbio até está oculto.
"Quem tem olho grande não entra na China".
"A galinha come é com o bico no chão."
"Tudo de mais é veneno."
"Negócio é o seguinte: dezenove não é vinte."
"Se ginga fosse malandragem, pato não acabava na panela."
"Não leve uma raposa a um galinheiro."
"Se a farinha é pouca o meu pirão primeiro."
"Há duas coisas em que não se pode confiar. quando alguém diz 'deixe comigo' ou 'esse cachorro não morde'."
"Amigo, ebendo cachaça, não faço barulho de uísque."
"Da fruta que você gosta eu como até o caroço."
"A vida é do contra: você vai e ela fica."
Como filosofia de vida ou não, vivendo em uma cidade em que o excesso de beleza é uma orgia, convivendo com grandezas e mazelas, o carioca da gema é um dos poucos tipos nacionais para quem ninguém é gaúcho, paraibano, amazonense ou paulista. Ele entende que está tratando com brasileiros.
11 agosto 2008
arrentina (parte 1)
no ônibus de volta do trabalho pra casa, distraí-me do livro e pela janela dei com a paisagem do aterro, impressionante mesmo quando a escuridão da noite só permite ver a constelação de luzes dos apartamentos de um lado, e do outro, o negrume da baía de guanabara.
depois de uma eternidade de duas semanas de pampa e buenos aires, a volta reafirma a certeza: os nascidos entre mar e montanha, cujo sono infantil foi embalado pela zoada veraneia de cigarras e cornetas do maracanã; cuja memória foi tatuada pelas charretes de bode da praça xavier de brito, pelas múmias e esqueletos de dinossauros do museu da quinta; cujas narinas foram impregnadas de maresia e mata atlântica; estes não podem se ausentar por muito tempo de seu torrão sem sentir uma fraqueza na alma.
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feito o registro, à viagem: na ida, depois dos costumeiros avisos de apertar o cinto e não fumar, somos informados que, segundo as leis de controle sanitário da argentina, a aeronave será borrifada com inseticida. antes que pudesse entender a piada, a aeromoça sai da cabine com uma lata de spray soltando fumaça pra cima, vai à traseira e volta, primeiro o lado esquerdo, depois o direito.
ri meio de incredulidade, meio de deboche. será que os argentinos acham realmente que uma borrifada safada dessas vai matar qualquer uma das pragas terríveis que portávamos? e quais seriam elas? talvez eles achassem que eu levava uma família de aedes aegypti clandestinos no forro do casaco, ou uma horda de piolhos de cobra mocozados na cabeleira. tive vontade de ter um saquinho de vibriões. porque colérico eu já estava.
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para um brasileiro entrar na argentina basta a carteira de identididade. mas quando você passa pela imigração, deve entregar um papelzinho que te deram antes de embarcar, preenchido com seus dados, o lugar em que vai ficar e por quanto tempo. essas duas últimas informações podem ser de mentirinha, que ninguém checa.
eles te devolvem uma metade carimbada, cuja única função, além de ser perdida, é ser apresentada na saída, provando assim que você entrou no país. talvez os argentinos tenham lido muito borges, pois desconfio que eles acreditam que alguém possa sair de um lugar sem ter entrado primeiro.
só descobri que havia perdido meu papel (como era de se esperar) quando no check-in de volta, depois de esperar uma hora e meia na fila. para receber meu bilhete, a atendente disse que era preciso pagar 50 pesos no banco, onde fui informado que deveria antes retirar o formulário em cinco vias na imigração, cujo funcionário explicou que deveriam conter meus dados, pagar e devolvê-lo, para receber outra ficha, escrever as mesmas coisas em duas vias, e então ser liberado.
os trâmites só levaram meia hora, depois da qual volto ao guichê da varig para retirar minha passagem, mais exausto do que puto, porque se burocracia é ruim, em errpanhol é pior. a moça passa uns 40 segundos olhando meus papéis com cara de quem não está entendendo nada, até se decidir por me entregar o bilhete.
subo, tomo uma cervejinha pra desopilar, e quando me dirijo à área de embarque, sou barrado porque não paguei ainda uma taxa de 18 pesos por um adesivinho na passagem, que me permite acesso à fila da revista, e depois à imigração.
dez minutos se passam até chegar à minha vez de descobrir que estou com as fichas erradas. o oficial atrás do vidro diz que tenho que descer tudo de novo até a imigração e trocar essas duas vias por uma das cinco que paguei. "quando voltar não precisa entra na fila, fala direto comigo".
desço, pego a fichinha, volto e o cara não está. o de outro guichê pergunta o que estou fazendo, vou lá, explico, entrego o raio do papel e recebo outra ficha, para ser preenchida com os mesmíssimos dados das outras cinco vezes. aí perco a esportiva, em português, mesmo. "porra, pra isso fizemos o mercosul?". de sacanagem, rabisco uns garranchos, o cara me entrega o papel que fui buscar, com outro carimbo. e só.
por sorte tinha um quiosque em frente ao portão de embarque, onde finalmente pude relaxar por um tempo, curtir um capuccino e divagar se uma das razões para se manter essa estrutura de estados-nações, hoje em dia, não seria justamente alimentar a máquina burocrática que eles mesmos criaram, numa inversão de valores absurda.
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outra coisa que me chamou a atenção, além de uns rabos-de-saia na área, foi a fila de brasileiros que começou a se formar para entrar no avião. todo mundo sabe que os assentos são marcados, e há um tempão que não se ouve falar mais em overbooking, de maneira que só posso concluir que existem pessoas com uma tara secreta por filas.
depois de meia hora de atraso e três xícaras, meu gozo masoquista foi inteiramente satisfeito quando um funcionário do aeroporto anuncia que por motivos de tráfego aéreo, esperaríamos mais dez minutos antes do embarque, e pedia às pessoas que, por favor, não formem filas. vingança!
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o teor do bostejo pode dar a entender que a viagem não foi boa. lêdo e ivo engano. mas o que seria das narrativas sem as idiossincrasias?
depois tem mais.
gênios da publicidade
o yahoo anda espalhando que vai mover o planeta para criar um eclipse. então tá.
dizem que a façanha acontecerá no próximo dia 16, sábado, por volta das 18h. embora não anunciem como, desconfio que projetarão uma "sombra" no satélite, como fizeram no filme hancock, segundo me informa o bróder lessa.
parafernálias à parte, chamo a atenção para a notícia no sáite:
"Ao contrário do que algumas civilizações antigas acreditavam, um eclipse, seja natural ou promovido por uma marca, não representa absolutamente nenhum perigo para a vida na Terra."
que eu saiba, as únicas marcas conhecidas pelas civilizações antigas eram as produzidas por lanças, espadas, machados, porretes e que tais (bordunas inclusas). e, embora eclipsassem a razão, um golpe desses artefatos só fazia ver estrelas.