com quase duas semanas de antecedência, recebi hoje meu presente de aniversário. nada menos que um cobiçadíssimo (por mim) exemplar de The Real Frank Zappa Book! vocês entenderam? vou repetir:
The Real Frank Zappa Book!
eu namorava esse livro há anos pela amazon. entrava no site e pensava: quando conseguir um cartão de crédito internacional... quando a paridade com o dólar voltar...quando os planetas se alinharem... aí, sim, ninguém me segura.
o tempo passou, até consegui o cartão, mas me esqueci. até que um dia mencionei algo a seu respeito - ou o vimos na rede, sei lá. e hoje, isso! pode haver felicidade maior?
o amor deve ter algo a ver com o prazer de captar os mínimos desejos de quem se gosta, e tentar realizá-los...
16 maio 2004
o melhor presente da minha vida!
15 maio 2004
nou bízis laique chou bízis
pois é, rapaziada, cheguei à conclusão de que nem o crime, nem a vida de jornalista compensam. portanto, resolvi me entregar de corpo e alma ao mundo da farândula audiovisual. como ainda engatinho no ramo (epa!), minha primeira experiência foi bem - como diz a tatipiv - pimba. só teve o visual; faltou verba para o áudio...
tati me contou que "doença de são guido", é como os mais velhos se referem à "coréia de sydenham", que deve ser mais ou menos o que depois se popularizou como "bicho carpinteiro". os sintomas costumam se apresentar como "movimentos descoordenados incessantes dos membros, por vezes imitando os movimentos de um verme".
quando ela era pequena, sua avó dizia que ela e os primos deviam estar acometidos por tal moléstia, já que não conseguiam parar quietos. foi o suficiente para a idéia do nosso...ahrm...mínima metragem...ahrm...científico.
bom, chega de lero-lero. peguem a pipoca e linquem. mas cuidado para não engasgar.
contratos artísticos e convites para animação de aniversários, batizados, velórios e bar-mitzvahs, entrem em contato com meu agente.
Saint William´s Disease
14 maio 2004
"ó maria, como é que me descobriste cá no motel, pá?"
a frase é da piada do português que atende a uma ligação da mulher no celular. usei-a para ilustrar a graça que é verificar pelo conta-giros (esse quadradinho azul do lado direito da página) como é que as pessoas chegaram aqui. segue uma seleção das mais surreais:
opinões contra as touradas
fotos xuxa siliconada na caprichosos
Letra da música Ave Maria cantada por Fafá de Belém
resumo de livros capitão gancho"Peter Pan"
sob a luz polarizada jorge ben (esse deve ser sangue bom, fã do babulina!)
mas o melhor mesmo, que infelizmente já não aparece desde ontem, era
velhos trepando com adolescentes
definitivamente, eu mereço.
menos é mais
o que também ajuda a salvar a pátria são músicas como little green bag. nem devia botar link para a letra, de tão babaca que é. mas sabe aquelas que tinham tudo para ser imbecis, mas são geniais? como dizia confúcio, "menos é mais".
meio mistura de surf-music com rockabilly, um vocal meio grandioso-galhofa e um suíngue féladaputa (só o baixo no princípio já é de arrepiar). um dia aprendo a linkar as músicas, juro!
ninguém perguntou, mas o autor chama-se george baker, um holandês que fez muito sucesso nos anos 70 (saca só o naipe do sujeito no auge do sucesso), e foi recussitado 20 anos depois pelo tarantino, que usou a citada canção nos créditos iniciais do "cães de aluguel" (que curioso, achei o roteirodo filme).
não sei se já disse isso antes, mas a cena inicial, em que os caras discutem no bar sobre o significado de "like a virgin", pode entrar para a antologia dos melhores diálogos do cinema de todos os tempos.
para não dizer que não falei de flores...
vamos desanuviar esse clima de derrota, nem que seja na base da borduna, valeu? vai um post descaradamente chupado (epa!) do markun. vai lá ver, pô!
já tá meio antiguinho, mas ainda dentro da validade.
terça-feira, 4 de maio de 2004
CUIDADO COM A IRONIA
A ironia é arma letal, mas perigosa, em que o tiro pode sair pela culatra com muita facilidade. Que o diga o ex-prefeito Celso Pitta, preso hoje por desacato na CPI do Banestado. Pitta se deu mal ao tentar aplicar a mesma manobra feita pelo Barão de Itararé para fugir de uma pergunta de um delegado no tempo do Estado Novo e para a qual só lhe davam a opção de sim ou não. O Barão respondeu com outra pergunta - que seu interrogador teria de responder com um sim ou não. E colocou o delegado numa bela sinuca.
A pergunta era: - O senhor continua batendo na sua mulher?
Pitta deve ter assimilado mal a pegadinha. Originalidade nunca foi o forte dele.
Já o Barão era um craque. Elegeu-se vereador no Rio pelo Partido Comunista em 1947 com um lema que era mais do que um trocadilho:
Mais água e mais leite. Mas menos água no leite.
Até morrer, em 1971, aos 76 anos, produziu milhares de frases ácidas, irônicas certeiras. Como estas:
Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.
Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.
Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.
Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.
Preso várias vezes pela polícia de Vargas,o Barão reencontrou-o numa coletiva de imprensa no Senado - Getúlio senador, ele repórter político. O ex-ditador quis dar uma de esperto e sapecou:
- Até tu, Barão?
Levou o troco na hora:
- Tubarão é o senhor, eu sou o Barão de Itararé.
Itararé, é bom registrar, foi a famosa batalha da guerra do Paraguai, que jamais se consumou. Nela Aparício Torelly inventou uma participação fantasiosa e por causa dela, outorgou a si mesmo o título de Duque de Itararé. Uma semana depois, rebaixou-se para Barão, por modéstia.
Foi o pai da turma do Pasquim e o avô do pessoal do Casseta e Planeta. Estivesse entre nós, ativo, e, com certeza, teria um blog.
enviado por Markun às 19:43:36
faltam cinco dias (tô fudido de verde e amarelo)
não tenho escrito nos últimos dias, é bem verdade. encontro-me numa roda-viva violenta, resultado do acúmulo de coisas que resolveram cair sobre mim todas de uma vez. como diz o ditado (ou não diz, talvez eu o esteja inventando agora): "problema nunca vem desacompanhado". posso afirmar com categoria que aprendi na carne o significado da expressão "estar no bagaço". sinto-me chupado (epa!) na pior acepção do termo. e todo o carinho recebido só tem sido capaz de operar reversões momentâneas no quadro.
às vezes, no fim do dia, a angústia me dá vontade de chorar, arrancar os cabelos ou quebrar tudo. o que salva é a consciência de que a situação foi quase toda causada por mim mesmo, e é localizada no tempo. quarta-feira, metade termina, e no máximo, daqui a duas semanas, a outra metade. é claro que, se antes disso, eu não descer pelo ralo. se eu soubesse, ou acreditasse que adiantaria, rezava.
enquanto isso, vão fazer alguma coisa de interessante. sei lá, lera a tatipiv, o dudu, a ,maffalda (aliás, tirando a parte do cabelo, a depilação e a máquina de lavar louça, eu poderia ter escrito isso), o eudes ou o kibeloco, qualquer coisa. não fiquem muito por aqui, não, que esse meu bode pode ser contagioso. não sei se é impressão minha, mas sinto um certo peso no ar, generalizado, nos últimos dias. espero que sejam sinais de mudança para melhor em breve...
maldito inferno astral. o bom é que este ano terei dois aniversários.
09 maio 2004
guerra de todos contra todos e o estado moderno
a tati (piv, para os íntimos) fez um comentário
ao bostejo anterior que reproduzia um texto do hobbes, autor do leviatã, que faço questão de comentar. mas primeiro, a citação:
"Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens."
bão, o negócio é mais ou menos assim (perdoe-me os historiadores que porventura passarem aqui. meu conhecimento na matéria é absolutamente enciclopêidico): no texto, o hobbes fazia a defesa do estado moderno. é que, depois do domínio da igreja católica durante a idade média, os monarcas absolutos "organizaram" as pessoas ao seu redor sob uma mesma língua, moeda, em um território comum, dando-lhes o nome de "povo". mas gente não é gado para deixar-se levar de um lado para o outro, e até alcançar essa coesão, o rei precisou acabar na marra com as resistências. e para instituir seu poder, precisou de um exército que amedrontasse e punisse os possíveis descontentes. assim, todo o estado moderno se cria sobre a violência e a supressão de grupos menores, em nome de uma "maioria", submetida ao poder por medo ou inércia (procurem o maravilhoso "discurso da servidão voluntária", do etienne de la boétie).
submetendo-se à máquina de violência real, e através de um "contrato social" (responsável pelos princípios regentes da vida em sociedade), as pessoas passam a delegar a terceiros (o rei e a máquina estatal) o poder de decisão sobre suas vontades. é mais ou menos assim, amiguinhos, que eu, você, eles, deixamos um pouco do nosso tesão de vida, para tornarmos algo próximo de legumes sociais, medrosos da lei e dos que não a respeitam, satisfeitos por nos alimentarem com migalhas de entretenimento vez por outra. e assim vamos levando a vida, como laranjas mecânicas (salve, burgess!), apenas esperando a hora de ser colhidos, enquantoacreditamos que somos livres ou que temos vontade própria.
mas, voltando à vaca fria, hobbes defende acima o estado moderno. o estado, para ele, é quem permite a harmonia entre os homens, quem instaura a paz e cessa o estado atávico humano, que é a "guerra de todos contra todos". ora, essa "guerra" era a definição do horror que a multidão, ou a ausência de governo, causavam à nobreza, e mais tarde, à burguesia. a multidão é a multiplicidade das vontades. e como todos sabem, quando todos falam ao mesmo tempo, duas coisas podem acontecer: ou faz-se um ruído abominável, ou se consegue, em algum momento, uma voz em uníssono. mas não há poder, e sim alianças precárias. a multidão é o terror do poder, é chamando-a de "caos" que os poderosos assustam os incautos. o caos é a ausência de ordem, é o processo de tentativa e erro que leva à criação de novidade e ao equilíbrio. não é à toa que os físicos mais eminentes estão voltados para o estudo das "teorias do caos".
a instituição das tecnologias de informação, com os dispositivos de comunicação remota (celular, pager, laptop, palm etc.), possibilitaram a conexão de pessoas e grupos de descontentes ao redor do mundo. é sobre essa essência que se constróem os movimentos erradamente denominados "anti-globalização" - na verdade, muito mais "anti-capitalistas" e "anti-poder". eles constituem uma "multidão inteligente" (vide smart mobs, do rheingold), que consegue estabelecer resistência ao estado sem liderança. da mesma forma organizam-se redes terroristas, e de traficantes (daí a burrice suprema de se chamar o tráfico no rio de "poder paralelo". eles não são poder, não querem o poder. eles são uma rede. tem sua hierarquia, mas não dialogam com o estado nos mesmos termos. o que poucos perceberam é que não é uma luta entre iguais, e sim, assimétrica. o tráfico funciona sob a mesma lógica do capital que as grandes corporações. no pain, no gain. manter as aparências de "contrato social" e "sociedade de bem-estar" é atribuição do estado. ao capital isso não diz nada. ele funciona em outra esfera).
caceta dourada! falei às pampas. se antes poucos liam, agora então...não sei se fez sentido algum, mas foi bom. se escrevi alguma asneira brutal, depois corrijo. hoje é dia das mães e tenho que ver a minha.
sobre a guerra
tendo recomeçado a trabalhar, estando numa firma de segurança de redes, sendo colega de um white hacker de linux que conseguesaber remotamente tudo o que aparece na tela do meu computador, não tenho tido tempo e culhões para bostejar do trabalho. e como pintou uma pequena brecha na minha atarefada agenda (ui!), resolvi derramar uma enxurrada de bobeiras.
depois de tanto se falar nas arbitariedades americanas, apareceram fotos para provar que a guerra é a desculpa perfeita para libertar a boçalidade que alguns (todos?) levam dentro de si. mas na verdade, ao invés de ficar cagando goma humanista, queria mesmo era mostrar duas poesias sobre o assunto; uma, do walt whitman, outra do meu bisavô. reparem como ambas são parecidas...
RECONCILIATION (Walt Whitman)
Word over all, beautiful as the sky,
Beautiful that war and all its deeds of carnage must in time be utterly lost,
That the hands of the sisters Death and Night incessantly softly washed again, and ever again, this soil'd world;
For my enemy is dead, a man divine as myself is dead,
I look where he lies white-faced and still in the coffin - I draw near,
Bend down and touch lightly with my lips the white face in the coffin.
O Beijo de Papai (Eustórgio Wanderley)
Foi no tempo da guerra entre a Rússia potente
e os heróicos nipões, calmos filhos do oriente.
Em torno a Porto Arthur o cerco se apertava
como um cinto de ferro e fogo, que fechava
as portas da cidade a quem, valente, ousasse
por ali penetrar, ou por ali passasse. (...)
08 maio 2004
fragmentos
a expressão "fragmentos" quem inventou foi minha irmã, para se referir a todos os livros que soltam páginas, e às vezes, seções inteiras. isso começou no fim dos anos 80/início dos 90, para designar o estado em que se encontrava minha cópia emprestada d'o exorcista, do william peter blatty. desde então, todo livro que se despedaça é chamado por nosostros de "fragmentos". (um dia bostejo mais sobre ela, minha irmã - uma figuraça ímpar. entre nós, muito do equilíbrio de um depende do outro, e vice-versa. tô te devendo, coisinha...).
mas os fragmentos a que me refiro são pedaços de textos que escrevo em qualquer lugar, e que nunca viram nada além de lembranças de determinados momentos. tão íntimos que não devem fazer sentido a ninguém além de mim. mas, como topei com uns três por agora, enquanto futucava "as catacumbas de papel", resolvi arriscar e bostejar. como monarca absoluto e déspota de mim mesmo, declaro que assim seja:
fragmento 1 - diário de arraial 'dajuda
sexta-feira, 12
depois de uma noite virado (passando roupa, escrevendo, arrumando mala e chateando com a maffalda), tereza passa de táxi às 7h para irmos para o aeroporto. tomamos o avião até são paulo, onde faríamos baldeação. no mesmo vôo, já era possível identificar muitos famosos, inclusive uma grande estrela global, recente heroína de manoel carlos, a quem eu quase atropelei, depois de um giro brusco de 180o na hora do embarque. no segundo avião , assim como no primeiro, bastou o avião decolar (é a hora que mais gosto, seguida das do pouso e do lanche) para que eu chapasse. cheguei em porto seguro um zumbi. depois de tomar uma vã do aeroporto até umas barcas que nos levariam ao hotel, estávamos incógnitos. ambos nervosos com a situação nova, mas mantendo a pose e ostentando uma naturalidade quase blasé. na barca saquei quem deveria ser a diretora de marketing, fui até ela e me apresentei. bingo! ea nos cumprimentou e abraçou a tereza, como nos conhecesse há anos. recepção calorosa. bom, muito bom. já no hotel, nos indicaram o quarto, e depois partimos para o almoço. ótima comida, embora sentisse uma ponta de frustração pelo cardápio não ser típico, pois desde o rio eu salivava ao pensar em acarajés tapiocas, abarás, pimentas e camarões. nos adiantaram todo o material que precisávamos, com uma eficiência que desmentia tudo o que dizem dos baianos. mais tarde foi que descobrimos que quase ninguém dali era baiano.
fragmento 2 - sem título, sem data
a mulher é um ser magnífico demais para ser maltratado. especialmente aquela que a gente gosta. se cada pequeno gesto, mesmo imperceptível para elas, é uma fonte de prazer infinito, o mínimo que se pode fazer é ter como obrigação (ou melhor, tarefa de vida) retribui-los com o máximo de devoção - cobrindo-as de carinhos, mimos, agrados e gentilezas. durante muito tempo enxerguei nas mulheres o objetivo único e primário do sexo. o resto era como se fosse um interlúdio até o próximo intercurso. e como, para conseguir meu quinhão, era preciso tolerá-las, que pelo menos elas fossem agradáveis, e principalmente, interessantes e vivazes. como desperdicei oportunidades de ouro! como deixei escapar gentes maravilhosas. hoje sei que não é nada disso...
fragmento 3 - sem título, sem data
Sou escravo e senhor das ardósias,
molduras vivas de um poente de mel
que irradia do centro da noite.
Talvez a fonte mesma do néctar
de flor em que me afogo
quando soas tua música mais profunda.
fragmento 4 - sem título, data previsível
ontem foi o segundo turno das eleições para presidente, e o lula ganhou de lavada. de noite, eu e gabriela fomos a casa de um casal amigo comemorar a vitória e tomar umas cervejas. estava lá uma amiga, em vésperas de seguir para o méxico - conhecera um mexicano no "encontro das américas" e pensava em morar com ele. depois chegaram grazi, joana e daniel. conversei muito com este, e combinamos para ele aparecer na faculdade na quarta, assistir uma das minhas aulas e participar de uma sessão do laboratório. gosto muito dele. é um cara bastante perspicaz e intiutivo. o papo flui bem, porque ele pega as coisas rápido e desenvolve questões interessantes. todos estávamos muito animados com o lula, e pensei que vivíamos um momento histórico para o país, e que talvez pudesse ser possível contar a história de cada um de nós a partir daquele ponto.
05 maio 2004
ojeriza ao trabalho
realmente, odeio trabalhar. não é figura de linguagem, não; embora reconheça a importante parcela que ele tem na manutenção da minha sanidade e do meu humor. mas não gosto de ver minhas capacidades condicionadas ao recebimento de salário, e nem o corte dele como punição. não sou foca de circo, caso ainda não tenham percebido, para tocar as buzininhas em troca de peixe. o sistema capitalista naturalizou o trabalho (transformou-o em verdade "natural" e inquestionável, como se fosse um fenômeno como a chuva ou o calor), e agora, até as cabeças mais coroadas da esquerda acham que ele é necessário. é preciso superar essa praga.
vejam bem, não sou ingênuo a ponto de propor a todos largar seus empregos e deitar sobre a relva, com um capinzinho no canto da boca. mas é preciso saber o que é esse deus ex-machina. vamos botar o trabalho em perspectiva, porque aí sim, será possível ter real consciência da exploração.
quem estiver com tempo de sobra - ainda não tiver sido cooptado pelo trabalho, ou expelido de sua esfera - pode dar uma olhada no maravilhoso manifesto contra o trabalho, do grupo de teóricos alemães auto-intitulado "krisis", ou procurar os livros do henri david thoreau, como "desobediência civil", e "walden: life in the woods" (esse não sei se tem em português, vale a pena procurar). domenico de masi não gosto tanto. é bem verdade que o li pouco, mas suas considerações não oferecem alternativa ao trabalho, não rompem com sua naturalização.
04 maio 2004
Rodrigo Rato vai assumir o FMI
o fmi finalmente escolhe alguém à sua altura. existe lugar mais apropriado para um rato?
it's alive!
bão, já que estou prestes a sofrer um volume pantagruélico de visitas graças à tatipiv, acho melhor bostejar alguma coisa, antes que a acusem de propaganda enganosa. (é verdade, estamos juntos, e isso basta. quem quiser ver minha carranca, basta ir no fotolog dela (procure lá o endereço, que eu não sei de cor), que tem uma foto nossa no aniversário do dudu.)
entre as coisas boas que vêm acontecido desde que nos conhecemos, uma delas é que consegui esticar o prazo de entrega da minha dissertação ao limite da racionalidade, e voltei a trabalhar - o que só é vantagem, vá lá, pelo lado financeiro. se eu pudesse ("if i had my way", diriam os saxões), baniria para sempre essa palavra dos dicionários. por que não seguimos o exemplo dos índios nossos sábios antepassados? mas não, preferimos ser europeus, judaico-cristãos, imundos, cheios de gripe, cólera, sífilis e escorbuto. antes tivéssemos olhado os lírios do campo, que não teciam nem fiavam, e nem salomão, com toda sua majestade, curtiu tanto. mas não, preferimos acreditar em pecado original e dignificação através do *puá!* trabalho. odeio admitir, mas caetano estava certo: somos uns boçais. que remédio...
mas divago. volto ao tema e ao mercado, atuando numa empresa que distribui uma solução de rede para corporações. o pessoal é ótimo, e o clima, idem. é o que vale. o ritmo de trabalho ainda não apertou, pelo menos até hoje. já amanhã... sei que ninguém perguntou o nome da companhia, e por isso mesmo, poupá-los-ei disso.
tá tarde, tô cheio de coisa pra ler, escrever e preparar para amanhã. a paciência está curta, mas, antes de me despedir de modo tão ríspido e mal-humorado, queria registrar a lisonja e a alegria sentida ao ler o texto da tatipiv sobre mim. por essas e outras que a menina me ganhou...