31 maio 2008

de frente pro crime

nego véio, que de bobo não tem nada, entrega a ficha:

tutti buona gente

30 maio 2008

genetlíaco propriamente dito

a passagem dos anos me fez perceber que quase todos os acontecimentos decisivos na minha vida acontecem no segundo semestre. de maneira que passei a acreditar que o ano só começa de verdade depois do meu aniversário.

se estou certo ou errado não importa, o que conta são os sinais. e logo hoje, a seleção que fiz no musicovery abriu com feeling good, na voz da nina simone. era o mundo me dizendo "bons auspícios à frente, camarada". pra vocês também.



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"hang over beethoven". foi assim que minha amiga clarisse, dançarina das mais elegantes e espadachim de trocadilhos bilíngües puxou papo comigo hoje pelo messenger da repartição. a referência era ao estado em que estávamos depois da tripla comemoração geminiana da noite anterior, cuja presença mais sentida foi nossa amiga alencarina, o quarto elemento.

no papo que se seguiu nasceu a epifania:

ela - como diz um amigo meu, o rock cobra seu preço. e tá cada vez mais caro, pqp!

eu -
é mesmo... por isso que a gente tem que passar para a música clássica. quer dizer, agora entendo porque os gostos musicais tendem a se tornar mais conservadores com a idade. a gente acha que as pessoas encaretam ou ficam sofisticadas...qual nada!

ela - a voz é q acaba mesmo!

eu - e o fígado que não dá mais conta do recado.

28 maio 2008

divagações coletivas

eu me encontrava dividido entre a leitura do leminski - leitura que na verdade eu adiava, pois se terminasse o livro, não teria nada para me distrair no trajeto de volta -, o caminhar dos ponteiros e o lento escorrer do trânsito. o segundo engarrafamento do dia, no mesmo aterro do flamengo. se me acostumar com isso, posso me mudar para são paulo.

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foi numa excursão do colégio ao aterro (que diabos fomos fazer lá, afinal? respostas apagadas pelo tempo) que aprendi que carioca significa "casa de branco", e que a abundância de flamingos seviu de inspiração para o batizar o bairro.

os pernaltas que habitavam estas plagas devem freqüentar hoje o mesmo céu dos bisões americanos e dos dodôs das ilhas maurício. se bem que os flamingos ainda não foram extintos. parece que há muitos deles na flórida. será que eles emigraram para lá quando a coisa ficou preta por aqui? também há jacarés na flórida, bem como em jacarepaguá. esses bichos são casca-grossa, mais difíceis de serem extintos.

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chegamos à praia de botafogo, e pela primeira vez percebo que o mar aqui, iluminado pelos postes elétricos, também faz marolas pertinho da areia. parece óbvio que assim seja, mas há um ano e meio faço esse caminho pelo menos dez vezes por semana e acho que nunca havia reparado nisso.

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a expressão "nunca havia reparado nisso" me lembra a vez em que tomei chá de trombeta. mais ou menos dos 15 aos 22, talvez com saudades do meu jogo de "pequeno químico", tentei fazer do meu corpo um laboratório de testes, a título de expansão da consciência. a maior besteira que cometi nesse sentido foi, num belo dia, catar com uns amigos dez flores de Brugmansia aurea num jardim da rua j. carlos, no jardim botânico. fomos para casa de um deles e bebemos a infusão.

a história é longa, então resumo: tentei plantar no chão do apartamento as florezinhas estampadas no tecido do sofá , li livros que não existiam, bebi chás imaginários, e liguei televisões-fantasmas para torcer para jogos de futebol da minha imaginação. isso é o que me contam, porque minhas memórias desse dia são quase todas inexistentes. também dizem que não conseguia articular uma frase inteligível.

há coisas, entretanto, que lembro bem. conversei com gente que não estava lá, e por volta das tês da manhã, largado à minha própria sorte no playground do edifício, caio no chão de joelhos, e as pedras portuguesas pretas me parecem muito macias.

- o chão é feito de espuma de ar-condicionado! faz mais de dez anos que moro aqui e nunca havia reparado nisso!

saí tateando o chão, para medir a extensão da minha descoberta. dias depois algumas pessoas disseram ter me visto de suas janelas engatinhando no play de madrugada. depois da experiência, fiquei com as pupilas dilatdas por dois dias.

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o trânsito finalmente começa a fluir, mas na barata ribeiro o ônibus fica num movimento constante de pára-anda, como se engasgasse. muito chato isso para quem quer ler e escrever. faltam 15 minutos para começar minha sessão e ainda estamos na santa clara.

opa! o motorista aproveitou uma conjugação de sinais verdes a seu favor e deu uma avançada bem rápida até a miguel lemos. talvez dê até tempode comer umas empadas e tomar um mate antes da análise. só que meu relógio não está lá muito confiável. prometeu-me cinco minutos que não poderia me dar. foi o relógio de rua que o desmentiu.

eu já o vinha achando meio distraído, às vezes perdendo a hora, principalmente depois que a minha pulseira do senhor do bonfim arrebentou. será que ele está sentindo falta dela? é bem verdade que ela estava suja e puída, mas era sua única companheira em todo o braço esquerdo. não posso me atrasar.

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minha amiga tereza resolveu fazer análise aos 50, e conseguiu horário um terapeuta muito bom e muito conceituado. no dia de sua primeira sessão, enquanto acabava de se arrumar para sair, sua mãe, que havia acabado de voltar a morar com ela depois de algumas décadas, pergunta se ela "já passou um perfuminho".

- mamãe, eu não estou indo namorar. estou indo falar mal de você!

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hoje não estou indo falar mal de ninguém. vou contar a história do renque de amores perdidos e desperdiçados, e de como os padrões se repetem, e perguntar o nome dessa fera que vive às sombras e que me faz errar como um cão sem dono. un perro callejero, diriam os espanhóis. o que não seria uma rima e tampouco uma solução.

26 maio 2008

genetlíaco

meu aniversário tá chegando. antigamente, sempre que me perguntavam quantos anos estava fazendo, eu respondia "a idade de cristo". ao interlocutor espantado (ou não), explicava que cristo teve todas as idades de zero a 33 anos. portanto, qualquer número entre esses poderia reperesentá-la. se eu dissesse "a idade com que cristo morreu"...

essa era uma forma de humor típica do meu avô murilo.

com a minha idade j. cristo já era o messias ressuscitado. o stravinsky já tinha composto a sagração da primavera, o gershwin, rhapsody in blue, e o frank zappa, lançado hot rats. isso para não citar o noël rosa, porque aí já seria humilhação demais.

em compensação, euclides da cunha ainda não tinha parido os sertões, nem um certo joaquim maria, do cosme velho, tinha materializado memórias póstumas..., quincas borba e dom casmurro, não tendo, portanto, se metamorfoseado em machado de assis.

será que a maturidade musical vem antes da literária? será rimbaud uma das exceções que confirmam a regra? cartas para esse endereço.

a propósito, quem souber de mais algum caso de inspiração tardia, me avisem para eu não ficar muito deprimido.

ou então, quem quiser me animar pode fazer o seguinte: imprimir essa imagem (sem o logo, se não for pedir muito) do kurt vonnegut numa camisa e me dar de presente.

não se preocupem em serem originais: todos serão igualmente muito bem-vindos.

21 maio 2008

poeminha para um feriado com costelinha

O astronauta
(Vinicius de Moraes - Baden Powell)

Quando me pergunto
Se você existe mesmo, amor
Entro logo em órbita
No espaço de mim mesmo, amor

Será que por acaso
A flor sabe que é flor
E a estrela Vênus
Sabe ao menos
Porque brilha mais bonita, amor

O astronauta ao menos
Viu que a Terra é toda azul, amor
Isso é bom saber
Porque é bom morar no azul, amor

Mas você, sei lá
Você é uma mulher, sim
Você é linda porque é

nós não semo tatu!

não gosto de andar de metrô. sei que ele beneficia uma porção de gente, oferecendo uma alternativa de transporte veloz, confortável e mais fresco, principalmente agora que acabaram com aquela vergonha que eram os carros da linha 2, menores, sem ar-condicionado e com janelinhas que pareciam basculantes de banheiro.

para os meus deslocamentos mais freqüentes (casa-trabalho-casa), o caminho para a estação de metrô é mais longo, e pago bem mais caro para ir em pé, apertado e por debaixo da terra. sem contar que não tenho vocção para tatu. já de ônibus, as opções são inúmeras, portanto sempre viajo sentado, vou mais rápido, e ainda sou brindado pela vista do pão-de-açúcar e do aterro do flamengo.

aos que argumentam que os ônibus são poluentes, respondo que as hidrelétricas e termelétricas que geram a energia para mover os vagões do metrô também causam um impacto ambiental enorme. um a um, tudo igual no maraca.

ser mal-servido já é ruim, mas sofrer o descaso que a opportrans, concessionária do serviço dispensou aos usuários da linha 2 (sempre ela!) na segunda-feira 19 de maio, faz minha indignação entrar em ebulição. o impressionante relato da leitora cláudia freitas foi publicado no globo. onde está a agência reguladora (agetrans) nessas horas? o governador, pelo menos, a gente sabe que estava passeando de bike em paris...

20 maio 2008

domingo de praia

acordei ainda meio zonzo da farra de sábado, que começou com o churrasco de um amigo, e acabou com a comemoração improvisada do aniversário de outro num show cover dos beatles. em dado momento, caí de costas no palco, e depois do fim da apresentação, tomei de assalto o microfone junto com outro camarada, e esfrangalharmos nossas gargantas cantando helter skelter até desligarem os microfones.

levantei-me lá pelas nove, com o sol clareando meu quarto sem cortinas. depois de vários dias nublados, fiquei animado com a posibilidade de recuperar as energias com um banho de mar. vesti um calção e fomos os três à praia, eu, mrs. dalloway e mário quintana.

ainda havia pouca gente na areia, a água estava cristalina, e a temperatura, nem estupidamente, como a boa cerveja, nem aquela sopa morna que no nordeste chamam de mar. enquanto nadava em direção à arrebentação, mergulhei de olhos abertos (tão clarinha...) e emergi sem as duas lentes de contato. beleza, não seria a primeira vez, e ainda tinha um par sobressalente em casa.

pouco depois subiu uma onda que, de onde eu estava, parecia ter uns cinco andares de altura. afundei até ficar rente ao chão, mas ela estourou em cima de mim e me arrastou de todos os jeitos durante uma eternidade. ao alcançar a superfície, bebi um tanto d'água e vi o quanto tinha me afastado da areia.

foi apenas o tempo de outra coluna d'água desabar sobre minha cabeça e praticamente virar-me pelo avesso. depois da quarta onda, achei que a coisa tava ficando preta, pois meu fôlego ficava cada vez mais curto. pela primeira vez, considerei a possibilidade de me afogar.

felizmente, a série me jogou num ponto em que consegui ficar em pé e sair da água, meio tonto, mas com alguma dignidade. e com tanta areia no calção que parecia ter herdado os bagos do homem-elefante. tive que voltar para a água (no rasinho, dessa vez) para esvaziá-lo.

desabei na canga e fiquei me esquentando ao sol enquanto recuperava o fôlego. depois comecei a ler mrs. dalloway, mas a conversa do lado era páreo duro para a prosa rebuscada de mrs. woolf. uma moça contava para outra nem tanto as brigas homéricas que tinha com o namorado/marido, por conta das puladas de cerca do bruto.

à medida que as horas passavam, mais gente se aboletava à minha volta. principalmente quando o mar, que produzia umas ondas de uns dois metros e meio de altura, começou a avançar sobre as pessoas instaladas na beirinha d'água.

dei uma cochilada, mas fui acordado por três aviões voando em fila indiana, cada qual carregando uma faixa. acho que era algum protesto contra o ministro da saúde. tudo o que esse míope sem lentes conseguiu ler foram as palavras "temporão" e "remédios", mas duvido que alguém usasse tal expediente para elogiar alguém.

depois chegou um casal com uma criança que jogava areia para todos os lados enquanto brincava de pegar com um cachorrinho yorkshire chamado "fifi". definitivamente vi que era hora de tirar o time de campo.

no caminho de casa, dois camaradas carregando um caiaque atribuíam o tamanho do mar à lua cheia, e quando cheguei à princesa isabel, o helicóptero do salva-mar içava um sujeito com um puçá preso à uma corda. poderia ser eu.

17 maio 2008

pausa para meditação

porque hoje é sábado.



concerto para piano no.5 em mi bemol maior, opus 73, "imperador"
(2. adagio un poco moto)


ludwig van beethoven

16 maio 2008

comunicação empresarial em uma imagem

"a voz do dono."

mais aqui.

para descontrarir (sic)

piadinha surgida durante o trabalho, a propósito de dois bostejos anteriores.

babelykós - Anda reconhecendo a própria ignorância também?

eu - pois é...

babel - Cara, esses textos de Power Point... é verdade viu... Acho que só o Shakespeare e o L.F. Veríssimo têm mais que o Quintana.

eu - mas é que o veríssimo é para textos "engraçados" e o quintana, para "profundos".

babel - É, é bem isso.. Os críticos são todos do Jabor.

eu - e o millôr fica entre o "crítico" e o "engraçado". seria o "debochado". do shakespeare eu nunca vi...

babel - (Aquele que virou música do Frejat... "desejo que você tenha a quem amar...")

eu - não recebi esse, não.

babel - Quer que eu te encaminhe?!

sincronicidade

ao mesmo tempo em que sou preconceituoso como o cão em relação ao meus (des)gostos (in)culturais, sou curioso a ponto de me render a um bom argumento.

só para ficar num exemplo bem simples pero ilustrativo, teve uma época, lá pelos 15 anos, em que eu abominava beatles... hoje sou capaz de dizer a cor da cueca do ringo no último show da banda, no candlestick park, em são francisco, no ano da graça de 1966.

enfim, é o que está acontecendo com o mário quintana. falei da minha ignorância em relação à sua obra (sem nenhum juízo de valor, arima). logo os amigos vieram acudir-me com poemas e informações sobre o poeta.

o mais curioso, entretanto, foi eu estar ontem à noite pela feirinha de livros usados montada na cinelândia, e topar com uma edição de mrs. dalloway, traduzida adivinhem por quem? pois é...

voltei lá depois do almoço de hoje, já com os caraminguás engatilhados para adquirir o volume. não costumo ignorar certos sinais. no creo en las brujas, pero sí en la casualidad...

a propósito, reza a lenda que era uma samba-canção azul.

15 maio 2008

filosofia da vila isabel e arredores (2)

"O motivo das brigas era o mais freqüente de todos os motivos de briga de casal desde que o mundo é mundo: a falta de motivo."

aldir blanc, in "Rua dos Artistas e arredores".

14 maio 2008

os outros leitão, eu leitinho...

por pura ignorância, confesso que nunca considerei o mario quintana um dos meus poetas preferidos. e pelo pouco que sei acho que ele não teve muita sorte.

vejamos: ele tentou trocentas vezes entrar para a academia brasileira de letras e foi gongado.

essa meu avô me contou.

no fim da vida, ele tava numa pindaíba tão grande que morou de favor num hotel do ex-jogador e comentarista de futebol falcão (que classe!).

essa eu me lembro de ter visto no noticiário.

depois de morto, onze entre dez textos hediondos e apresentações semi-analfabetas em powerpoint que lotam as caixas de imeio são atribuídas a ele.

essas eu recebo todo dia.

entretanto, essa imagem tem mudado para mim, pois volta e meia alguém me mostra algo escrito por ele de verdade. coisas boas.

enrolei até aqui para dizer que um desses eu li no blogue da ana paula, e tem tudo a ver com uns troços que andei passando e sobre os quais não conseguia escrever. calma, gente, não estou doente nem vou mudar de time! é só umas coisinhas...

enfim, o bagulho é o seguinte:

O pior
O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.

a revolta do sovaco

quando me declarei seduzido pela penugem axilar feminina, tive minha sanidade questionada (para não mencionar as preferências sexuais) e fui objeto do preconceito hidrófobo de algumas mulheres. tinha uma que, se pudesse, me pendurava num gancho, qual um chouriço mussolini.

fosse john lennon vivo, ele diria que sou "o crioulo do mundo".

só que este que vos fala, tijucano da gema e safo dos quatro costados, não se abala nem dorme no ponto.

pois parti em busca de especialistas para fundamentar minha opinião e provar que estou ombro-a-ombro com a mais alta estirpe da vanguarda mulherística.

quem há de negar que vinícius de moraes é a maior autoridade em assuntos femininos nesse país, mais até que o chico buarque? pois o poetinha, mestre dos magos, dos copos e da moças, disse o seguinte:

"É aconselhavel na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
".

tomaram, papudos(as)?

quem duvida da existência do texto ou de sua autoria, procure pela aí a receita de mulher.

11 maio 2008

filosofia da vila isabel e arredores

"O que é o amor sem um par de coxas, e vice-versa?"

aldir blanc, in "Rua dos Artistas e arredores".

10 maio 2008

"Europeus abusam de álcool e drogas por sexo, diz pesquisa"

deu no globo.

essa notícia está velha em pelo menos 8.000 anos.

desde quando os sumérios e egípicos começaram a fermentar cereais e uvas, o álcool é utilizado como artifício para se levar "os puxual" pra cama.

o velho continente deve estar mesmo esclerosando...

parábola

depois de calcinar meu almoço no microondas durante uma acalorada discussão telefônica sobre quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete, entrou uma abelha pela janela.

essa abelha já não devia ser lá muito boa da bola, porque, até onde eu saiba, o cheiro de fumaça repele esse tipo de inseto. no entanto, a névoa fedorenta que saía do forno e tomava meu pequeno apartamento pareceu atraí-la.

enxotei-a delicadamente com uma revista pela janela do quarto, mas quando fui beber água, notei que ela havia entrado novamente, dessa vez pela sala.

botei-a para fora de novo, mas a estúpida insistiu em voltar, e agora está zumbindo e se debatendo contra o vidro, na tentativa de sair. depois de tê-la ajudado duas vezes, vou deixá-la ali até que morra de exaustão.

definitivamente, há seres que preferem insistir em empreitadas inúteis, mesmo que isso lhes custe a vida, do que aceitar uma mão de alguém que, no momento, tenha uma visão mais ampla da situação.

são esses os que dizem: "ei, tenho minha própria cruz para carregar!"

quem sou eu para contrariá-los?

polititica

"Acho que qualquer forma de governo, não só o Capitalismo, é sempre aquilo que as pessoas que estão com todo o nosso dinheiro, bêbadas ou sóbrias, loucas ou sãs, resolvem fazer, a qualquer hora".

kurt vonnegut, in hócus-pócus.

08 maio 2008

outro diálogo

entreouvido nas bancas da feira de livros usados montada na cinelândia. um garoto com pinta de universitário na casa dos 20 anos, chama a atenção do colega:

- olha só, um livro do "oscar vílde"!

- pô, presta atenção, o livro é em inglês.

- ah, é! então é
"óscar uáilde".

05 maio 2008

diálogo

eu - e aí, que tipo de som você gosta de ouvir?

interlocutor - sou eclético.

eu - ah, é? quer dizer que a qualquer momento você pode entrar em convulsão, babar e enrolar a língua?

02 maio 2008

corolário

almoço com amiga e um grupo de desconhecidos. na mesa, várias pessoas não param de falar mal de uma outra, ausente.

donde concluo que ser chato é uma das maneiras de se alcançar a onipresença.

in the mood

até os pombos da cinelândia sabem que, salvo uma coisa aqui outra acolá, tenho todas as restrições possíveis aos anos 80, em especial à sua produção musical de massa.

eis que outro dia bastou um carro passar do meu lado tocando men at work, pra me dar uma bruta vontade de baixar tudo (as músicas. olha a margem!).

e não é que reencontrei uma que tem tudo a ver com tudo?



Who Can It Be Now? - Men at work

Who can it be knocking at my door?
Go 'way, don't come 'round here no more.
Can't you see that it's late at night?
I'm very tired, and I'm not feeling right.
All I wish is to be alone;
Stay away, don't you invade my home.
Best off if you hang outside,
Don't come in - I'll only run and hide.

Who can it be now?

Who can it be knocking at my door?
Make no sound, tip-toe across the floor.
If he hears, he'll knock all day,
I'll be trapped, and here I'll have to stay.
I've done no harm, I keep to myself;
There's nothing wrong with my
state of mental health.
I like it here with my childhood friend;
Here they come, those feelings again!

Who can it be now?

Is it the man come to take me away?
Why do they follow me?
It's not the future that I can see,
It's just my fantasy.

Oh...Who can it be now?